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Objetiva o autoconhecimento como forma de lidar de modo criativo com nossos problemas.

São eventos capazes de ajudar-nos a encontrar caminhos para nossas vidas.

Médica em Carazinho- RS desde 1984, hoje exerce ginecologia e psicoterapia junguiana.


terça-feira, 30 de agosto de 2011

PAIS REHAB...

LEIAM E ASSISTAM ESTA MATÉRIA
LINDO

VOU TOCANDO DE OUVIDO!

Pais Rehab: Um estudo sobre os pais deste século  por Luiz Yassuda Opinião @luizyassuda
... filho impede a gente de ficar velho, não em idade, em cabeça, atitude...

 

Um desejo...São nossos próprios desejos que nos ferem...



Um desejo, de novo desejado seriamente,
Na vontade gerado e alimentado,
E deve, pouco a pouco, ser negado:
Machuca e fere acarne como um dardo.
Gotamo Buddho


As flechas que ferem e doem não vêm de fora através de boatos, que sempre só atacam de fora, mas elas vêm "pelas costas", do próprio inconsciente. São nossos próprios desejos que se encravam em nossa carne como flechas. Jung.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Mistérios dos sonhos... Fabrício Carpinejar, Rosa e Eliane

A arte, a  imagem, o sonho...
Hoje... radio Gaúcha... para insones e para pessoas especiais. Curiosos?  É só sintonizar... 

Eliane Berenice Luconi e Rosa Brizola, Analistas Junguianas estarão juntamente com o poeta das unhas pintadas Fabrício Carpinejar,  circulando os mistérios dos sonhos, no Brasil na Madrugada, programa da jornalista Sara Bodowsky na Rádio Gaúcha, hoje 29/08/2011, a partir da meia-noite.

De Fabrício...
Poemas do livro Cinco Marias
Chega um momento
em que somos aves na noite,
pura plumagem, dormindo de pé,
com a cabeça encolhida.
O que tanto zelamos
na fileira dos dias,
o que tanto brigamos
para guardar, de repente
não presta mais: jornais, retratos,
poemas, posteridade.
Minha bagagem
é a roupa do corpo.
...
Eu fui uma mulher marítima,
as rugas chegaram antes.
Eu fui uma mulher marítima,
paisagem e pêssego,
uma faísca
entre a corda do barco
e a rocha.
Eu fui o que não sou.
Depois que inventaram o inconsciente,
a verdade fica sempre para depois.
...
A mãe orquestrava a horta.
Reservava espaço para ervas daninhas
e seu alfabeto de moscas.
Não mexia na ordem de Deus.
Louvada seja
a esmola de uma hortaliça.
...
Acerto o relógio pelo sol.
Percorro as dez quadras
de meu mundo.
As ruas são conhecidas
e me atalham.
...
Meu medo se interessa por qualquer ruído.
Hoje quero alguém para conversar enquanto dirijo,
baixar os faróis em estrada litorânea,
enxergar pelas mãos.
...
Fazer as coisas pela metade
é minha maneira de terminá-las.



De JUNG...

Para estimular um pouco de JUNG

Uma coisa é certa, uma grande mudança da nossa atitude psicológica é iminente.
Isto é certo... Porque nós precisamos de mais psicologia.
Nós precisamos de mais compreensão da natureza humana porque o único perigo real que existe é o próprio homem, ele é o maior perigo, e nós estamos lamentavelmente inconscientes disto.
Nós não sabemos nada do hoemem...
Muito pouco.
Sua psique deveria ser estudada porque nós somos a origem de todo mal do futuro.


As palavras que eu grifaria seriam  JUNG
                                                                        MUDANÇA
                                                                                                     COMPREENSÃO
                               NATUREZA HUMANA
                                                         PERIGO REAL
                                                                           PRÓPRIO HOMEM
                                                                                                          
                                                             Coragem: Somos a origem do mal do futuro.

Esta pequena citação...já aponta para o título do congresso. Mas como corajosos...podemos compreendermo-nos  e dispormo-nos a nossa própria mudança de ATITUDE PSICOLÓGICA.

XIX CONGRESSO DA AJB



Será de 8 a 11 de setembro, no centro de Eventos do Hotel Serra Azul.
Convide-se.

XIX CONGRESSO DA AJB

O Congresso está chegando
O LADO MAL DITO
DE JUNG

Confira...
Estimulando...
Você poderá escolher...
O CORPO QUE CHORA
 
também
 
ALMA DO MUNDO E SINCRONICIDADE
 
ou
 
OS SONHOS E A MORTE...
 
Também terei um tema livre meu, um link entre sintomas ginecológicos e psicologia analítica:
O QUE TE COÇA, O QUE TE ARDE?
Sintomas femininos a luz da psicologia Junguiana.
 
se ainda não despertei a curiosidade... por seu próprio autoconhecimento, teremos cursos pré congressos...
Inscrevi-me para... O feminino Tecendo a Alma: Uma Jornada para o Mundo Inferiormas também gostaria de fazer Hércules: O herói maldito, tive que optar por um.
 
Vai o convite...

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

AMY WINEHOUSE POETIZA JUNG- de Eliane Luconi em PORTAL DA PROPAGANDA

Passo para o meu blog na integra um super artigo da Analista Junguiana Eliane Luconi. Este texto foi publicado no PORTAL DA PROPAGANDA, indico o site e se refere a cantora Amy Winehouse. Estávamos em seminário quando a Nice leu a notícia da morte de Amy e percebi o quanto este acontecimento a afetou. Ser afetado é ser tocado. Ser tocado na alma.
Vou apenas colocar alguns negritos, para que induzir a reflexão.

Gravitação

19/08/2011 00:51

AMY WINEHOUSE POETIZA JUNG

No dia 23 de julho de 2011, o mundo foi notificado da morte de Amy Winehouse. Grande perda. Uma vida que se vai prematuramente. Sob o mito de uma das maiores revelações musicais de nossos dias, encontrava-se simplesmente uma garota tateando o mundo em busca de um grande amor. A mídia não poupou notícias, vídeos, fotos e comentários de todas as ordens. Este parece ser o preço que pagam os grandes mitos.
Foi esta mesma mídia que me colocou em contato com a letra de suas músicas, agora de forma mais atenta, possivelmente numa tentativa de compreender a alma de uma pessoa que me encantou profundamente desde a primeira vez em que a ouvi cantar.
Stronger than me, o primeiro single lançado por Amy Winehouse em 2003, foi a música que, em especial, me chamou atenção e norteou esta reflexão. ("Mais forte que eu"). “Você devia ser mais forte que eu / Você não sabe que deveria ser o homem / Por que você sempre me deixa no controle? / Tudo de que preciso é que meu homem assuma seu papel (...) / Sempre tenho que te confortar, todo o dia / Mas é isso que eu preciso que você faça – você é gay? / Esqueci tudo da alegria do amor novo / Me sinto uma dama, mas você é meu garoto.”

A poesia, a música, o cinema e a arte em geral são importantes referências para entendermos os fenômenos psíquicos, uma vez que ilustram, nas mais variadas formas, os enredos da vida humana. Assim, parto desta música por achar que ela revela de modo crucial um momento psicológico pelo qual passam homens e mulheres em nossos dias. Embora o propósito desta reflexão parta da psicologia da mulher, não me distanciarei dos homens, pois é na dinâmica masculino / feminino, quer seja a que acontece no interior de cada indivíduo, ou no relacionamento com os parceiros amorosos, que encontramos um dos maiores mistérios da natureza humana – tema amplamente aprofundado por Jung em sua teoria psicológica.
Segundo Jung, homens e mulheres, independente do sexo, carregam em si um aspecto masculino e outro feminino. A mulher é conscientemente feminina, sua natureza física e instintiva é feminina, mas no inconsciente carrega um par complementar masculino (animus). Importante condição para a conscientização da mulher, a masculinidade feminina vem se fortalecendo ao longo da história da humanidade, conferindo-lhe assertividade, capacidade crítica, objetividade e o que mais for importante para estabelecer e alcançar suas metas. No homem, o fenômeno se inverte; enquanto se move e é movido no mundo pelo masculino, o seu inconsciente é preenchido por uma mulher (anima/alma) sedenta para se expressar e lhe mostrar novas formas de viver, de se relacionar, de lidar com a vida, de se entusiasmar.
A palavra entusiasmo vem do grego antigo ethos que significa Deus. Viver entusiasmado é o mesmo que viver animado, in anima nas palavras de Jung, esta forma de viver que emerge do universo feminino. Para Jung, é ponto fundamental no amadurecimento da personalidade a união destas duas instâncias no interior de cada indivíduo, um casamento ou encontro com seus pares interiores. Assim, os homens dariam expressão à sua feminilidade (a anima), tornando-se mais abertos, sensíveis e reflexivos; e as mulheres, passo a passo com os seus homens interiores (animus), colocariam-se no mundo de forma mais objetiva, a serviço da autorrealização.
Coniunctio é o termo empregado por Jung para a união da dualidade masculino / feminino, afirmando ser esta uma das obras mais complexas e importantes da vida humana. No entanto, não é esta união citada por Jung que nos deparamos no dia a dia da clínica psicológica, e sim um distanciamento ou até mesmo um desconhecimento deste parceiro interior, de seu par complementar, tanto por parte das mulheres como dos homens. E esta parte não vivida vai sempre buscar uma maneira de se expressar, quer seja em projeções sobre os outros, onde as escolhas amorosos ocupam importante lugar, quer seja em atos inconscientes, doenças, compulsões ou perturbações psicológicas.
Por inconsciência de si mesmo, por ignorar suas potencialidades e recursos psíquicos e emocionais, e por não se comprometer com o próprio desenvolvimento e amadurecimento, o indivíduo busca ou projeta no parceiro(a) fora de si o que poderia encontrar em seu companheiro interior, caso lhe desse valor, reconhecimento e expressão.
Os versos de Amy Winehouse retratam muito bem este conflito. A busca do outro, e no outro, da própria felicidade, da sustentação emocional. É assustador como ouvimos pessoas cujas vidas estão diluídas na vida do outro, cuja história encontra-se enterrada na história do outro. Nesta música temos a expressão de uma mulher em busca do amor alegre, que ela refere ter se distanciado ao assumir o controle da relação, e com isto possivelmente assumido também o controle da vida do outro.
Controlar a vida de uma pessoa é uma das principais formas de se perder e se distanciar de si mesma, de suas responsabilidades, do autoconhecimento e realização. Ao nos diluirmos na vida do outro, misturamo-nos de forma indiferenciada e comprometemos seriamente a nossa existência.
Em seus sonhos, a mulher busca o amor romântico e protetor de um homem que a conforte e ampare, mas quando olhamos bem de perto, o que vemos com freqüência são mulheres que não sabem, não querem ou não desejam abrir mão deste queixoso controle que no fundo preenche a sua vida. Ela não quer ser o lado forte da relação, mas resiste fortemente a abrir mão deste papel. Atribui seu poder à fraqueza e ausência do homem mas o que desconhece é que o que é negligenciado é o seu feminino, que fica sufocado na ação, no poder, nas opiniões inquestionáveis e inflexíveis. Ela vê o homem como ausente e fraco, chega até mesmo a duvidar de sua masculinidade. Como resultado, encontramos mulheres fálicas, masculinizadas, tirânicas, de espírito crítico e agressivo.
Mulheres deprimidas, enfurecidas, adormecidas por remédios, álcool e drogas. Todo este cenário é muito triste, sim, mas não podemos virar as costas para ele. Olhar para dentro de nós mesmos, resgatando partes inconscientes, potencialidades subdesenvolvidas, imagens perdidas, com responsabilidade e coragem é um recentramento necessário que pode nos libertar para uma vida de maior sentido e significado.
Mas... e Amy Winehouse
Apenas uma mulher que teve a vida interrompida na busca incessante do amor.


Eliane Berenice Frota Luconi (niceluconi@ijrs.org.br) é psicóloga, analista Junguiana, membro fundadora e presidente do Instituto Junguiano do Rio Grande do Sul, diretora da AJB (Associação Junguiana do Brasil) e membro da IAAP (Internacional Association for Analytical Psychology)
Artigo encaminhado pelo jornalista Paulo Guerra (heaven2011@terra.com.br)


Recordando
Coniunctio é o termo empregado por Jung para a união da dualidade masculino / feminino, afirmando ser esta uma das obras mais complexas e importantes da vida humana.
Ainda é tempo...