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Objetiva o autoconhecimento como forma de lidar de modo criativo com nossos problemas.

São eventos capazes de ajudar-nos a encontrar caminhos para nossas vidas.

Médica em Carazinho- RS desde 1984, hoje exerce ginecologia e psicoterapia junguiana.


domingo, 12 de fevereiro de 2012

A fala um instrumento curativo...

June Singer escrevendo sobre a "fala" inicia com um poema de Blake...

****
Fiquei com raiva de meu amigo:
Falei de minha cólera, a minha cólera passou.
Fiquei com raiva de meu inimigo:
Calei-me, minha cólera aumentou.

****

 Complementa dizendo que poder por para fora, usufruir do ato de falar
...É comunicar para um outro ser humano a verdade de quem você é; é colocar-se diretamente em risco, expor a própria jugular.

e
deixar de...
Deixar de realizar este ato é depreciar-se, julgar que tem pouco valor como pessoa, reprimir a tal ponto o que há para ser dito que chega enfim a ficar como água sem vida, estagnada.
Sem essa espécie de comunicação, a pessoa se fecha sobre si mesma, torna-se temperamental, doente ou deprimida.
Abrir-se com uma outra pessoa é um ato que gera vida, como foi no início quando você saiu do útero.

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Menopausa: e agora? Um contemplar a partir da Psicologia Junguiana

Olhar para a mulher em menopausa e seus sintomas como forma de ver além do ponto de corte, em que antes existia a possibilidade de menstruar e reproduzir e agora poderão surgir sintomas incomodativos.
Ao abordar esse período de vida, através da Psicologia Junguiana, percebe-se que não se trata apenas de uma perda e sim de um novo começo - uma oportunidade a uma nova consciência do Ser Mulher.

Este trabalho pode ser lido na íntegra no site do INSTITUTO JUNGUIANO DO RIO GRANDE DO SUL
http://www.ijrs.org.br/

O símbolo que usei foi  o diamante...
Uma oportunidade...                               

Apresentei como minha Conclusão:

Ver a menopausa apenas como um ponto final à reprodução e menstruação, um momento fisiológico feminino, com ou sem sintomas, parecia muito simplificado. Havia diferenças entre sintomas, entre mulheres, os quais poderiam estar apontando algo a mais. No prólogo de seu livro, Mankowitz (1987, p. 07) diz: “[...] também me esquivava de uma percepção consciente da menopausa como um acontecimento psicossomático específico da meia idade”. A partir da leitura Junguiana, começa-se a questionar, olhar pelos sintomas rodeando-os, e se cria um movimento de valoração à menopausa como um momento integrativo.


Os questionamentos e a procura por símbolos trouxeram a imagem de um fogo que movimenta, mobiliza, incomoda, quase empurra a mulher para uma transformação. Encontrou-se que existe um Princípio Feminino com sementes ainda desconhecidas, não germinadas que aguardam essa transição. A mulher valorizou, supervalorizou e honrou muitos de seus princípios, mas junto com a menopausa veio o calor e a água e é chegada a hora de germinar. Um germinar agora, não para o outro ou para o mundo exterior e sim o seu próprio germinar interior.

Os sintomas chegam, algumas mulheres os sentem mais enquanto outras têm uma sintomatologia menor. Oportuniza-se uma transformação. Trata-se de uma benção, o inconsciente trazendo sintomas, capazes de apontar para o novo motivo. Inicia-se o retorno a si mesma - um caminho que assusta, amedronta, mas que poderá ser percorrido por 25 a 30 anos e que pode e pede para acontecer de forma integrativa. Fazer uso ou não de hormônios tornou-se secundário e relativizado. O importante será ver essa crise - essa idade crítica - como uma oportunidade de diamante.

Percebe-se que a mulher, ao demonstrar todos os seus maus humores, seus discordares, nem sempre esteve sob o poder de algo maligno: “Se a mulher está psiquicamente em ordem e funciona de acordo com as leis internas de seu ser, pode permitir-se essa característica de maldade instintiva e feminina sem que se trate do animus negativo.” (VON FRANZ, 2009, p. 65).

Conforme Bonaventure, “Nada é definitivo, não pretende definir nada, apenas evocar.” (2000, p. 09). Evocar a menopausa como um período natural e a possibilidade de olhar para seus sintomas além do simples término de hormônios. Deixar em aberto a possibilidade e/ou necessidade de fazer a Terapia de Reposição Hormonal. Iluminar com a psicologia Junguiana a procura de símbolos, nos sintomas.

Uma evocação que traz uma invocação ao conhecer-se. Trata-se de uma transição em que se renuncia à juventude, à fertilidade e ao poder sexual. É preciso ampliar o conhecimento sobre o princípio feminino, visto que a mulher pós-menopausa ainda é mulher.

Conteúdos psíquicos se apresentam também nesse período em sintomas físicos: “Reconhecer os sintomas somáticos como símbolos de iniciação facilita o processo de transformação.” (PRÉTAT, 1997, p. 67). Alguns sintomas são fisicamente reais e fazem parte de um adoecer; esses pedem por tratamentos e muitas vezes fazem parte do que se chama de tarefas liminares tardias.

Assim, o presente trabalho, em que se olhou para a menopausa sob a luz da psicologia Junguiana, bendiz a idade crítica como uma oportunidade para que a mulher possa transitar por mais duas ou até quatro décadas, podendo olhar para os estereótipos colocados sobre ela, agora de forma consciente, respondendo:

Esta sou eu. Tenho medo de ficar louca, enrugar, envelhecer, não ser mais desejada, ficar frígida. Eu queimo, suo, reclamo, acordo, enraiveço, aceito-me, vingo-me de ti e de mim, faço justiça, transformo-me naquela que sou, tenho a minha própria natureza e a honro.

Pretende-se, pois, a partir desta leitura, apontar à mulher uma atitude positiva em relação a si mesma na menopausa, como forma de fazer desse período uma experiência evolutiva, apesar dos conflitos e incertezas, sem a ilusão do retorno à juventude, nem da ideia de que tudo termina aí.

Mulheres são fadas e bruxas. Existe a bela e jovem, a princesa, a plebéia, a mãe, a não mãe, a saudável e a doente física ou psíquica, a operária, a desempregada, a casada ou solteira - todas são mulheres e todas trazem um ponto de encontro essencial.

A disparidade entre as mulheres e suas menopausas é grande. Diante disso, conclui-se com a mensagem de Mankowitz:

[...] se pudermos assimilar as sombras do passado e aceitar as realidades do envelhecimento, podemos achar que a menopausa, embora seja uma passagem difícil e exigente da vida adulta, pode também ser uma época de integração psicológica e crescimento, de aumento de forças e sabedoria especificamente feminina. [...] Os ingredientes vitais de tal sabedoria são compreensão e senso de humor, atributos não comumente associados, na época atual, a mulher no período pós-menopausa, mas que tradicionalmente representam um fator de liberação na vida da mulher. (1987, p. 141).

A menopausa chega e seus sintomas estarão a serviço do princípio feminino, umedecendo as sementes que vem contribuindo para que a mulher se torne o que veio para Ser, o seu si-mesma.

Ver a menopausa apenas como um ponto final à reprodução e menstruação, um momento fisiológico feminino, com ou sem sintomas, parecia muito simplificado. Havia diferenças entre sintomas, entre mulheres, os quais poderiam estar apontando algo a mais. No prólogo de seu livro, Mankowitz (1987, p. 07) diz: “[...] também me esquivava de uma percepção consciente da menopausa como um acontecimento psicossomático específico da meia idade”. A partir da leitura Junguiana, começa-se a questionar, olhar pelos sintomas rodeando-os, e se cria um movimento de valoração à menopausa como um momento integrativo.


Os questionamentos e a procura por símbolos trouxeram a imagem de um fogo que movimenta, mobiliza, incomoda, quase empurra a mulher para uma transformação. Encontrou-se que existe um Princípio Feminino com sementes ainda desconhecidas, não germinadas que aguardam essa transição. A mulher valorizou, supervalorizou e honrou muitos de seus princípios, mas junto com a menopausa veio o calor e a água e é chegada a hora de germinar. Um germinar agora, não para o outro ou para o mundo exterior e sim o seu próprio germinar interior.

Os sintomas chegam, algumas mulheres os sentem mais enquanto outras têm uma sintomatologia menor. Oportuniza-se uma transformação. Trata-se de uma benção, o inconsciente trazendo sintomas, capazes de apontar para o novo motivo. Inicia-se o retorno a si mesma - um caminho que assusta, amedronta, mas que poderá ser percorrido por 25 a 30 anos e que pode e pede para acontecer de forma integrativa. Fazer uso ou não de hormônios tornou-se secundário e relativizado. O importante será ver essa crise - essa idade crítica - como uma oportunidade de diamante.

Percebe-se que a mulher, ao demonstrar todos os seus maus humores, seus discordares, nem sempre esteve sob o poder de algo maligno: “Se a mulher está psiquicamente em ordem e funciona de acordo com as leis internas de seu ser, pode permitir-se essa característica de maldade instintiva e feminina sem que se trate do animus negativo.” (VON FRANZ, 2009, p. 65).

Conforme Bonaventure, “Nada é definitivo, não pretende definir nada, apenas evocar.” (2000, p. 09). Evocar a menopausa como um período natural e a possibilidade de olhar para seus sintomas além do simples término de hormônios. Deixar em aberto a possibilidade e/ou necessidade de fazer a Terapia de Reposição Hormonal. Iluminar com a psicologia Junguiana a procura de símbolos, nos sintomas.

Uma evocação que traz uma invocação ao conhecer-se. Trata-se de uma transição em que se renuncia à juventude, à fertilidade e ao poder sexual. É preciso ampliar o conhecimento sobre o princípio feminino, visto que a mulher pós-menopausa ainda é mulher.

Conteúdos psíquicos se apresentam também nesse período em sintomas físicos: “Reconhecer os sintomas somáticos como símbolos de iniciação facilita o processo de transformação.” (PRÉTAT, 1997, p. 67). Alguns sintomas são fisicamente reais e fazem parte de um adoecer; esses pedem por tratamentos e muitas vezes fazem parte do que se chama de tarefas liminares tardias.

Assim, o presente trabalho, em que se olhou para a menopausa sob a luz da psicologia Junguiana, bendiz a idade crítica como uma oportunidade para que a mulher possa transitar por mais duas ou até quatro décadas, podendo olhar para os estereótipos colocados sobre ela, agora de forma consciente, respondendo:

Esta sou eu. Tenho medo de ficar louca, enrugar, envelhecer, não ser mais desejada, ficar frígida. Eu queimo, suo, reclamo, acordo, enraiveço, aceito-me, vingo-me de ti e de mim, faço justiça, transformo-me naquela que sou, tenho a minha própria natureza e a honro.

Pretende-se, pois, a partir desta leitura, apontar à mulher uma atitude positiva em relação a si mesma na menopausa, como forma de fazer desse período uma experiência evolutiva, apesar dos conflitos e incertezas, sem a ilusão do retorno à juventude, nem da ideia de que tudo termina aí.

Mulheres são fadas e bruxas. Existe a bela e jovem, a princesa, a plebéia, a mãe, a não mãe, a saudável e a doente física ou psíquica, a operária, a desempregada, a casada ou solteira - todas são mulheres e todas trazem um ponto de encontro essencial.

A disparidade entre as mulheres e suas menopausas é grande. Diante disso, conclui-se com a mensagem de Mankowitz:

[...] se pudermos assimilar as sombras do passado e aceitar as realidades do envelhecimento, podemos achar que a menopausa, embora seja uma passagem difícil e exigente da vida adulta, pode também ser uma época de integração psicológica e crescimento, de aumento de forças e sabedoria especificamente feminina. [...] Os ingredientes vitais de tal sabedoria são compreensão e senso de humor, atributos não comumente associados, na época atual, a mulher no período pós-menopausa, mas que tradicionalmente representam um fator de liberação na vida da mulher. (1987, p. 141).

A menopausa chega e seus sintomas estarão a serviço do princípio feminino, umedecendo as sementes que vem contribuindo para que a mulher se torne o que veio para Ser, o seu si-mesma.
































O fuso... Mulheres ora enfeitiçadas ora ferinas

Novamente em leitura de Marie Louise...

Agulhada, picada, fuso, o espinho, algo que perfura... que provocam algo...
Psicologicamente, uma palavra picante pode efetivamente matar. A observação mordaz constitui a agressividade habitual tanto das mulheres quanto da anima. As mulheres geralmente não batem porta ou praguejam, mas lançam alguma observação sutil, doce e perfurante, é o ferimento da feiticeira que atinge precisamente o ponto fraco do outro.


Mas algumas vezes este fuso...


... O fuso é particularmente perigoso quando o voltamos contra nós mesmos: como ele não se manifesta no exteriornão pode ser apreendido. Insidiosamente sem que a vítima se aperceba, ele a destrói.

No dia a dia podemos ouvir... não acredito em mim, nada vai dar certo, não dou para isto, eu era burra, nunca me casarei, não tenho auto-estima...

São convicções: Esta convicção autodestrutiva, adquirida  na primeira infância, é aceita por natural e, consequentemente, nunca é objeto de uma crítica pessoal, ou de uma discussão com alguém, e nem mesmo foi manifestada de uma forma ou de outra, senão por mal-estares e traços de comportamento: apatia, falta de energia e de alegria de viver, fracassos repetidos, etc.

Se a própria mãe não reconhece seu valor enquanto mulher, transmitirá involuntariamente essa convicção íntima à sua filhinha.

Então embora enfeitiçadas e adormecidas, princesas picadas... 
Podemos... continuar picando outros e a nós mesmos e manter este sofrimento ou...  
Podemos, mas precisamos?

Mulheres que parecem rosas sem espinhos necessitam seu urso...

De  Marie -Louise von Franz;

Se não é justo para uma mulher copiar um homem, é igualmente malsão que ela seja por demais unilateralmente feminina, pois corre o risco de ficar à margem da via e ser incapaz de enfrentá-la.
É por isso que esse mundo materno, em que tudo é tão amável e macio e onde as rosas não tem espinhos, precisa mesmo de um urso!


Ele chega na rudeza do inverno. Possui uma bondade natural e mostra-se doce com as meninas, mas, quando captura o anão, não hesita em matá-lo com um pontapé.
... sabe o momento exato em que deve passar à ação e terminar, uma vez por todas, com uma situação absurda.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Citação de Jung

O texto do Arquétipo materno é um dos mais importantes que li.  Em  os aspectos positivos do complexo materno, trago para reflexão:  O homem deveria dar atenção ao sábio conselho da mãe e obedecer à lei inexorável da natureza que delimita todo o ser. Jamais deveria esquecer que o mundo existe porque os seus opostos são mantidos em equilíbrio. O racional é contrabalançado pelo irracional e aquilo que se planeja, pelo que é dado. § 175.

E nada otimista...mas real, no que se refere a  um complexo: Um complexo só é realmente superado quando a vida o esgota até o fim. Aquilo que afastamos de nós devido ao complexo, deveremos tragá-lo junto com a borra, se quisermos desvencilhar-nos dele. §184.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Filosofia alquimista...

Só para aguçar...

Houve uma filosofia "alquímica" precursora vacilante da moderna psicologia. seu segredo é a "função transcendente" e a transformação da personalidade através da mistura e fusão de elementos nobres  e vulgares , das funções diferenciadas e inferiores do consciente e inconsciente. Carl. G. Jung.

Talvez um dos segredos da vida seja em não nos esquecermos dos nossos elementos vulgares e inferiores como essenciais a receita..