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Objetiva o autoconhecimento como forma de lidar de modo criativo com nossos problemas.

São eventos capazes de ajudar-nos a encontrar caminhos para nossas vidas.

Médica em Carazinho- RS desde 1984, hoje exerce ginecologia e psicoterapia junguiana.


terça-feira, 30 de julho de 2013

A neurose?

Como? 

O simples tratamento superficial de um paciente inteligente conduz inevitavelmente a problemas fundamentais, já que a neurose ou qualquer conflito psíquico depende muito mais da
atitude pessoal
 
do paciente, do que da história de sua infância.
Quaisquer que tenham sido as influências sofridas pelo paciente em sua juventude,
ele tem que acabar se conformando.
 
E só vai consegui-lo,
se tomar uma atitude adequada.
 
A atitude é de maior importância.
Vol. XVI/1  §53
 

Citação de Jung: Paz duradoura? Tédio?

A alma não suporta o tédio...
 
Mesmo para os não pessimistas, nossa existência parece mais uma luta do que qualquer outra coisa.
O estado de paz é um desiderato, e é um acontecimento notável quando alguém sela a paz com o mundo e consigo  mesmo.
 
Precisamos de uma atitude cuidadosamente organizada, de acordo com o estado mais ou menos crônico de guerra, e se um indivíduo perfeito conseguisse uma paz duradoura da alma sua atitude precisaria de um grau muito maior ainda de cuidadosa preparação e de uma elaboração detalhada, para que pudesse durar, o mais modestamente que fosse.
Com efeito, é muito mais fácil, para a psique,
 viver em estado de movimento, em contínuos altos e baixos
dos acontecimentos
do que em estado de equilíbrio permanente, porque nesse último estado - por perfeito e elevado que possa ser há a ameaça constante de sufocamento  e de um tédio insuportável. 
OC VIII/2 §693

Corpo e Alma!



Uma unidade:
 
 
 
A alma humana vive unida ao corpo, numa unidade indissolúvel, por isto só artificialmente é que se pode separar a psicologia dos pressupostos básicos da biologia, e como esses pressupostos biológicos são válidos não só para o homem mas também para todo o mundo dos seres vivos, eles conferem aos fundamentos da Ciência uma segurança que supera os do julgamento psicológico que só tem valor na esfera da consciência. OC VIII/2 §232

Fascínio!



Fascínio...
Você já se sentiu fascinado, por alguém? Por algo?
Segundo Jung...não depende de sua vontade... é algo que ser impõe...
 
 
 
... Mas a disposição tem que ser inconsciente, porque, se assim não for, não se produz o efeito fascinador.
 
O fascínio é um fenômeno compulsivo, desprovido de motivação consciente, isto é, não é um processo volitivo, mas um fenômeno que surge do inconsciente e se impõe à consciência, compulsivamente. 
Em psicologia do Inconsciente §136.

terça-feira, 9 de julho de 2013

Intermezzo: um espaço criativo entre mãe e filha


Intermezzo:
um espaço criativo entre mãe e filha
A partir da melodia que tocou no imaginário da autora - o intermezzo
da ópera Cavalleria Rusticana - percebeu-se a necessidade de um intervalo. Este intervalo se materializou abraçando a ideia de encontros entre mãe e filha. Conceber este espaço criativo, em que ambas estiveram acompanhadas por xícaras de chá, dobraduras de origami e muitos diálogos, trouxe uma sensação de preenchimento de lacunas e vazios existentes nesta relação tornando-a ainda mais íntima e amorosa.
 
Algumas trechos e citações:
 
A relação mãe e filha nem sempre acontece de forma que a filha se sinta segura, confortável e acolhida.  Cria-se um espaço em que ficam lacunas, tristezas e até mesmo ressentimentos.
Percebe-se que algo não ficou fluido, íntimo e confortável para mãe, filha ou ambas. É possível transformar essa relação? Como? O que, na filha, não está preenchido, olhado, pensado, sentido, no que se refere à relação mãe e filha?
É possível criar um espaço criativo? Criá-lo trouxe a possibilidade de ir ao encontro.  Criar de forma intencional um tempo para simplesmente estar com, decidir, deliberar, entrar em intermezzo. Nada a fazer, apenas um encontro, um encontro criativo e reflexivo.
 
 
Jung diz...
Se eu fosse um filósofo daria prosseguimento ao argumento platônico segundo minha hipótese, dizendo: “em algum lugar celeste” existe uma imagem primordial de mãe, preexistente e supra ordenada a todo fenômeno do “maternal” (no mais amplo sentido da palavra). Mas como não sou filósofo e sim um empirista, não posso permitir a mim mesmo a pressuposição de que o meu temperamento peculiar, isto é, minha atitude individual no tocante a problemas intelectuais tenha validade universal (JUNG, 2006, §149, grifo do autor). 
 
 
Marion Woodman...
A consciência do feminino surge da mãe, e você tem de se alicerçar nisso porque sem essa base você seria simplesmente soprado para longe pelo espírito. A consciência feminina, no meu entender, significa mergulhar nesse enraizamento e reconhecer quem é você como alma. Tem a ver com amor, com receber – nesta cultura praticamente todo mundo sente terror de receber. Tem a ver com entregar-se ao próprio destino, conscientemente - e não às cegas – mas reconhecendo com total consciência suas forças e limitações. (WOODMAN, 2003, p.43)
 
e
A maioria das pessoas não alimenta suas almas, por que não sabem como. A maioria de nós, nesta cultura, é filha de pais que, como o restante da sociedade, correm o mais que podem, tentando se segurar financeira e socialmente, e também de várias outras maneiras. Há uma compulsividade à qual está a criança exposta, mesmo desde seus tempos de útero. No seu primeiro ano de vida, já é esperado que a criança tenha desempenhos. Frequentemente, o genitor não é capaz de receber a alma da criança, seja qual for essa pequenina alma, porque não reserva nenhum tempo para receber, ou por que não gosta do que a criança é. Muitos pais são muito preocupados em fazer com que seu filho tenha aulas de dança ou esqui, que frequente um bom colégio, e seja o primeiro aluno da classe. São tão ansiosos a respeito de tudo que estão tentando “dar” para a criança que não recebem na dela. Por exemplo, a criança chega correndo com uma pedra, seus olhos brilhando de deslumbramento, e diz: “Olhe que coisa maravilhosa eu achei”. E sua mãe comenta: “Devolva isso à terra que é o lugar dela”. Essa pequena alma logo para de trazer pedras para mostrar e se dedica ao que lhe é possível fazer para agradar a Mamãe. O processo de crescer se torna um exercício de adivinhação de como agradar os outros, em vez de uma expansão por meio de experiências. Não há crescimento sem sentimentos autênticos. As crianças que não são amadas em seu próprio ser não sabem como se amar. Quando se tornam adultas, têm de aprender a alimentar sua criança perdida e ser sua própria mãe.” (WOODMANN, 2003 p.66, grifo do autor)
 


Bom, é uma coisa notável, mas quando uma pessoa consegue atravessar alguma limitação, um movimento tem início nos outros. Acho que existe algo na linha de um movimento cultural rumo à ampliação de consciência. Certamente, quando uma pessoa, numa sala, é mais consciente, ela muda a consciência de todas as pessoas daquele local. E, numa família, se uma pessoa está trabalhando para se tornar consciente, todos da casa sofrerão mudanças.”. (WOODMANN, 2003 p.43)
 


 
É hora de se sentir em preenchimento amoroso, na relação com a mãe, uma reverência ao sagrado do materno.
“No encontro feliz e amoroso entre mãe e filha, a Terra cobre-se de um verdor novo e abençoado, e Deméter, num ato de benevolência, consagra-se a ensinar os seus mistérios à humanidade.” (KOLTUV, 1997, p.35).
 
 
O artigo ficará a disposição no site do
INSTITUTO JUNGUIANO DO RIO GRANDE DO SUL.  
Se houver interesse em lê-lo posso também encaminhá-lo via e-mail.
 
 
 
 
 
 

 

segunda-feira, 1 de julho de 2013

A música e a bondade de Deus!

Entre as graças que devemos à bondade de Deus, uma das maiores é a música. A música é tal qual como a recebemos: numa alma pura, qualquer música suscita sentimentos de pureza.
Miguel Unamuno
 
Concorda?
 
 
 

Poemas para pensar!

Miguel Unamuno
Cada novo amigo que ganhamos no decorrer da vida aperfeiçoa-nos e enriquece-nos, não tanto pelo que nos dá, mas pelo que nos revela de nós mesmos.



Sacuda para longe essa tristeza e renove o seu espírito;
Com moleza você nunca verá a roda do destino.
Que limpa o seu calcanhar à medida que você caminha.
O homem que deseja viver é o homem em que a vida é abundante.
Do jeito como você está, você está apenas alimentando aquela dor final
Que vagarosamente vai enrolando você nas redes da morte.
Mas viver é trabalhar.
A única coisa que permanece é a obra.
Comece então. Volte-se para o trabalho.
Lance-se como semente no seu próprio campo à medida que você anda.
Não desvie o seu rosto porque isso seria fazê-lo olhar para a morte.
E não permita que o passado esmoreça o seu andar.
Ponha sementes vivas nos sulcos que o arado faz na terra
E guarde as coisas mortas em você mesmo.
Pois a vida não se movimenta como um bando de nuvens.
Pelo seu trabalho você será capaz, um dia, de reunir os seus pedaços...

A introspecção!

A introspecção!

Cada vez mais percebemos a vida através de telas, mensagens e de forma muito rápida. Tem-se muitos  estímulos, cabe até questionar se não há exagero. Tudo acontece sem que a gente perceba.
Estar consigo? Olhar para si? 

 James Hollis diz:
Naturalmente sem a capacidade da introspecção, estamos fadados a viver em um mundo criado pela projeção e, o que não é de causar surpresa, deparar com nossas fantasias e piores receios refletidos de volta para nós.
O que não reconhecemos dentro de nós sempre será projetado externamente.


Você já pensou nisto? Um efeito bumerangue? Estar vendo no outro conteúdos nossos e tê-los de volta?
Ouvia-se de forma popular "cuspiu para cima"... Não seria isto? Tudo do outro? Para o outro?

E meus medos e horrores? Voltando?