A análise... nas palavras de Jung

É que,

queiramos ou não,

a relação médico-paciente é uma relação pessoal,

dentro do quadro impessoal de um tratamento médico.

Nenhum artifício evitará que o tratamento seja o produto de uma interação entre o paciente e o médico, como seres inteiros...

Essa é a razão por que muitas vezes a personalidade do médico (como também a do paciente) é infinitamente mais importante para um tratamento psíquico do que aquilo que o médico diz ou pensa...

O encontro de duas personalidades é como a mistura de duas substâncias químicas diferentes: no caso de se dar uma relação, ambas se transformam.

O arquétipo de Jó – por Edinger

1. Existe um encontro entre o ego e a Personalidade Maior representada por Deus, por um anjo ou  um ser superior qualquer.
2. Existe uma ferida, ou um sofrimento do ego, em decorrência deste encontro.
3. Apesar da dor, o ego persevera e resiste à provação, examinando a experiência em busca de seu significado.
4. Como consequência dessa perseverança, há uma revelação divina, mediante a qual o ego é recompensado com um insight sobre a psique transpessoal.

Há um encontro, uma ferida, uma perseverança e uma revelação.

Consciência? Inconsciente?

O que é consciência? É estar ciente!

É sair do nevoeiro, é quando o ego percebe-se como objeto.

Eis o grande mistério da consciência: Há o poder reflexivo de olhar para o espelho e se enxergar como uma imagem separada.

Eu sou e existe um ambiente em que existem também outras pessoas, o ‘ciente’ sabe existe um reino interno que é só seu. Edinger

Mas há também o inconsciente... E este também tem consciência embora difusa e parcial. Também é um sujeito.

Cientes disto: Então esta consciência do inconsciente pode olhar para mim e se relacionar comigo como um objeto.

Esse é o fenômeno expresso simbolicamente na noção do Olho de Deus. Edinger

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Dito em palavras pode parecer difícil, existir um ciente de que sou, e um ciente do que me está inconsciente...

Então passemos ao sentir...

Você nunca sentiu que tem um Olho dentro de ti?

E que te observa? No silêncio?

Sobre sonhos...

O sonho é um produto da natureza!

Ninguém sonha o que quer, ou induz um sonho.

A natureza não engana, ela apenas fala sua própria linguagem.

Reconhecer o sonho como provindo da natureza com uma linguagem própria é um primeiro passo que pode ser o aprendizado em compreendê-lo, levando a uma conexão com o que ela quer dizer a nossa psique. Existe uma mensagem. Recebê-la? Conectar-se? Estar atento? Quem decide é o próprio sujeito.

Sonha-se todas as noites... O que fazer com ele... Deixá-lo esvair-se ou anotá-lo? O que será que ela, a natureza quis me dizer nesta noite?

Às vezes ao anotar... Já se vê a imagem revelada!

Palavras para tocar...Alquimia e consciência!

 

Esta pedra está abaixo de ti, no que diz respeito a obediência;

acima de ti, no que concerne ao domínio;

portanto  [depende de ti] quanto à ciência;

em torno de ti, quanto aos iguais [a ti].

Aplicada ao si-mesmo, por um lado,

 te é submetido;

por outro, te domina.

Depende do teu esforço e do teu conhecimento,

mas,

na medida em que transcende, também abrange todos aqueles que são iguais a ti, ou tem o mesmo modo de pensar.

JUNG, OC. XIII, §287

A experiência versus conceitos!

Cada vez mais se procura por novos conceitos. Novos escritos. Novos aforismos. E a experiência aonde fica?

Nas palavras de Jung:

Nós nos contentamos em adquirir novos conceitos verbais, mas passamos ao lado de seu verdadeiro conteúdo, que consiste na experiência viva e impressionante do processo feito sobre nós mesmos. Não devemos nos entregar a nenhuma ilusão quanto a isso: nenhuma compreensão de palavras, nenhum artifício da sensibilidade podem substituir a experiência verdadeira.

Ler tudo sobre... Nadar, dirigir, beijar...

Ler tudo sobre... Medicina, psicologia, moda, homem, mulher...

Ler tudo sobre felicidade... 

Qual o verdadeiro conteúdo? Onde ele está?

O processo esteve em mim mesmo? 

Com certeza mulher que pariu, amamentou... sabe.

Quem teve perda...

Quem teve amor...

Quem tem ferida...

Pode experimentar o processo em si mesmo.