Paginas


Objetiva o autoconhecimento como forma de lidar de modo criativo com nossos problemas.

São eventos capazes de ajudar-nos a encontrar caminhos para nossas vidas.

Médica em Carazinho- RS desde 1984, hoje exerce ginecologia e psicoterapia junguiana.


sábado, 19 de julho de 2014

E o desejo?



 
Sobre o desejo!
 
O desejo é a vontade de
Merecer...
Querer...  
Move a vida...

            Desejo ego-centrado...            
            Ou
            Desejo Self-centrado.


 
Infantil?
Tirânico? Imediato? Em relâmpago? Bombom? Celular? Prazeres?
Basta a moeda numero um ou será necessário mergulhar na caixa forte?
Tem fim?
Vida a deriva?
Ânsia por mais?
Movimento compulsivo?
Autoindulgência?

                                            Ou

                                            Transformado?
                                            Reconhecido?
                                            Talvez renunciado?
                                            Decidido?
                                            Rendido?
                                            Autocontrole?
                                            Reverenciado?
                                            Lustrado, polido?
                                            Calcinado?
                                            Desejo conectado?

 
 
 
 

 
 

Instantes e imagens!


Viver as imagens... 

 
Olhar revistas, jornais, paisagens levam a imagens. Cada um é tocado a seu modo, mas ninguém sai ileso.

Embora muitas vezes a gente veja semelhanças aos que nos rodeiam, na verdade, somos únicos e singulares. Diferentes imagens nos tocam de forma diversa. A mesma canção, o mesmo filme em cada um acrescerá novas combinações, novas imagens.

Então hoje em teu dia, leituras, passeio pelo face: Qual imagem que está se criando?

Qual a imagem que o mundo está mostrando para você?

Estarão acontecendo eventos sincrônicos hoje? Coincidências significativas?
O que mudou em minha vida quando a sinaleira fechou e levei cinco minutos a mais para chegar onde queria? E quando não encontrei aquela tia em casa, e mudei meu plano? Ou ainda não tendo esta verdura, que gerou a mudança do cardápio?

E quando um telefone não atende? São acasos?
            Existe um regente por traz?
            Somos envolvidos por imagens a cada instante e tocados de forma superficial e também profunda. Imagens nos tocam na luz e também em nossos conteúdos sombrios.


Quem sou eu agora? Células morreram e algumas reproduziram, luzes esconderam-se enquanto sombras se iluminaram.

    Qual o propósito do novo som, toque, luz do instante a seguir?  

As feridas que o homem traz!


Todos temos feridas, quer sejamos homens ou mulheres.
Trago aqui reflexos à ferida masculina.

De Jung: Na presença do poder o amor nunca está presente.
        
           Ao homem é oferecido um modelo de vida em busca do poder, a satisfação pessoal fica para depois, antes uma enorme responsabilidade.
           Quantos de nossos homens nunca tiveram licença, nem tempo para ficar em casa e ver seus filhos crescerem?
          Viver com significado e sentido?! O menino em tenra idade sai do colo da mãe e passa para o mundo dos homens. Recebe muito cedo um basta às coisas de mulher, choros e também aconchegos!

Chorar? Ter medo?
O fato de o homem reconhecer o lugar do medo na sua vida significa reconhecer o risco de sentir-se pouco masculino e de ser humilhado pelos outros. E, assim, seu isolamento aprofunda-se.

Existem compensações: A possibilidade de possuir um carrão, um mulherão, uma casa enorme, um cargo, reuniões de poder. Coisas de homem. Compensariam?

A ferida masculina não poderá ser curada em braços femininos. Apenas acessando a sua própria energia é que um homem pode curar-se, sair da ansiedade, tristeza, depressão, muitas vezes escondida no excesso de trabalho. O que está guardado dentro de cada um? Raiva,? lágrimas?

O homem que fantasia que sua esposa está se divertindo com outro; o homem que demonstra ambivalência para com sua parceira íntima; o homem que se enfurece com sua esposa inadequadamente protetora; o homem que telefona para sua esposa de cada parada de caminhão ou aeroporto; controla talão de cheques e afirma que sua esposa não sabe lidar com finanças; o homem mulherengo; que menospreza as mulheres e ataca os homossexuais; o homem que tenta agradar sua parceira não dando atenção a seus próprios interesses – todos estes ainda não saíram de casa. Ainda estão apegados à experiência mãe-filho, não estão em contato com a própria alma.

Mas chega um momento em que já adultos todos temos que aprender sermos a nossa própria mãe, significando cuidar-se como uma mãe cuida.
O homem também necessita este aprendizado.
Sair de casa e acolher-se, cuidar-se, sob o risco de chegar ao fim e perceber que não se viveu de verdade a própria vida.
           Todos temos necessidade de carinho e isto não é dependência. Todos precisam de alimentos, cuidados e carinho.
           Ter poder pessoal sim, mas não poder sobre tudo e todos. Poder pessoal, capaz de nos trazer energia para a vida, as tarefas diárias e uma vida com significado e profundidade.

Quantas perguntas um homem tem vontade de fazer a seu pai e que talvez não tenham sido respondidas: Como ser homem? Como enfrentar o medo? Como encontrar a coragem? Como tomar atitudes impopulares? Como equilibrar o lado masculino com o feminino? Onde está minha alma?      
Agora adultos a pergunta terá que ser dirigida a si mesmo.

Ninguém é a própria ferida,
nem a própria dor,
nem a defesa,
Se é o 
A própria jornada. 
 
É chegada a hora de sermos sinceros por inteiro, de reconhecer o medo, mas viver a jornada.  Onde viver a jornada da alma: Significa servir à natureza, servir aos outros e servir a esses mistérios do qual somos a experiência.

            Sacuda essa tristeza, e recupere seu espírito...

Atire-se como semente enquanto caminha, e...

Não vire o rosto, pois significaria volta-lo à morte,

E não deixe o passado reprimir seu movimento.

Deixe o que está vivo nos sulcos,

o que está morto em si mesmo,

Pois a vida não se move da mesma forma

Que um grupo de nuvens,

Com seu trabalho será capaz de um dia colher a si próprio.

 

 
Esta citação provém de James Hollis  e está no livro: Sob a Sombra de Saturno: a ferida e a cura dos homens.  Lendo senti o ímpeto em comprar muitos deste exemplar e presentear aos muitos homens que amo. 
Atirem-se como sementes...

                                                                       M. Denise Vargas