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Objetiva o autoconhecimento como forma de lidar de modo criativo com nossos problemas.

São eventos capazes de ajudar-nos a encontrar caminhos para nossas vidas.

Médica em Carazinho- RS desde 1984, hoje exerce ginecologia e psicoterapia junguiana.


sábado, 26 de março de 2016

Citação de Jung


‘Nosso intento é compreender a vida da melhor maneira possível, tal como ela se manifesta na alma humana’. [...]
Esse intento consiste na adaptação mais adequada do modo de levar a vida humana; e essa adaptação ocorre em dois sentidos distintos (pois a doença é a adaptação reduzida).
O homem deve ser levado a adaptar-se em dois sentidos diferentes tanto à vida exterior – família, profissão, sociedade- quanto às exigências vitais da sua própria natureza (JUNG, 1972, §172, grifo do autor).

 

Citações de Jung

Vou... apenas destacar... grifar:

Nosso laboratório é o mundo.
Nossos experimentos são acontecimentos reais da vida humana de cada dia, e o pessoal submetido às provas são os nossos pacientes, discípulos, parentes, amigos e enfim nós mesmos.
O papel do experimentador compete ao destino. [...] o que temos são esperanças e os perigos, as dores e as alegrias, os erros e as realizações da vida real, que se encarregam de fornecer-nos o material de que precisamos para a observação. (JUNG, 1972, §171).
 

Brincando com palavras...

Estado de Paz
Estado de Amor
Sensações que se sente no peito.

Mas no peito também, há aperto e tremor
Que instabiliza a paz e o amor.

Somos
Em somos, sentimos
Ora segurança, ora fragilidade total

Somos humanos.

Procuramos, antecipamos, na ânsia em prevenir...
Quantos instantes perdidos.

Estados de ânsia,  de desamor, revezam-se com os de Paz e Amor,
irmãos estados de alma dançam em nós.

Sofremos
Rejubilamos
Vivemos

Vivamos 

Permissão ao Ócio


 

Minha mãe está idosa, 89 anos. Vê muito pouco. Todo o dia se pergunta: O que eu ainda posso fazer?  Percebo nela a dificuldade em não fazer. Não vê, não consegue, esquece...

Olho para mim: Já tenho 60 anos. Desde muito jovem fazia. Sempre muito curiosa e instigada estava à procura em desvendar os segredos e labirintos de vida.  Queria entender desde o nascimento, a reações químicas e a morte. O aqui e o além. Havia aquém?

Com o espelho materno a frente, como não pensar nos meus sessenta anos.  Não acredito que é chegada a hora de ter qualidade de vida, no sentido de viajar, comer e consumir...  Tenho qualidade de vida  mesmo aqui escrevendo e pensando.  

A qualidade de vida é muito mais em nível de aceitação ao que é, e usufruir o instante que existe.  Todos têm instantes alegres, significativos todos os dias. Pode ser uma lembrança, um som, um cafezinho, um encontro, um ouvir. Não sei o que havia hoje no horizonte, mas pela janela da cozinha vi... e senti algo de 30 anos atrás, gostoso. Apenas gostoso.

Também estou idosa. Minhas células levam tempo para se reproduzir, minhas mãos começam a afinar como seda, minha pele a manchar, e dobras se multiplicam. Não estou feia, penso que ao contrário, estou acompanhando o meu envelhecer.  A pergunta de mim mãe tem ressonado em mim... O que ainda posso fazer? Mesmo que um pouco mais do que minha mãe, já não é tudo.

Então tenho estado com pessoas, ouvido outras, tocado outras, olhado e beijado. Mas acima de tudo me questionando: Saberei ficar em ócio? Sair das demandas de autovalidação?

 

Observações e satisfação

Satisfaz observar e já se sabe, que graças a internet, lemos ouvimos, encontramos e reencontramos praticamente tudo o que queremos.
Mas, o que mais me surpreende é observar as infinitas possibilidades em ouvir e ver entrevistas de cabeças brilhantes, seres humanos a serem aplaudidos de pé e consciências reflexivas.
Via internet e com um notebook você pode 'matar tempo' ou ter "um salto quântico"  em conhecimento e possibilidades em se auto conhecer.
Como tudo na vida você pode estagnar ou transcender.
Estou surpresa, quanto mais procuro mais acho e a gente acaba se dando conta que muito do que escreve ou diz, já está dito ou pensado.
A sensação é de que tudo já está aí, e não é apenas sensação, sempre esteve, mas agora tudo está ali  e
com direito a nosso acesso. Não se precisa do ingresso, do voo, do afastamento do trabalho para ouvir. Caber apenas dedilhar algumas palavras, dar um enter e ter a paciência de ser capturado pela fala alheia e "ouvir".
Ouvir tem sido o grande desafio.
Muita oferta. Muita companhia brilhante.
Cabe a cada um a decisão se ficará  na comunicação rápida de redes sociais, quanto tempo nela, ou ir fundo muito fundo por exemplo na entrevista abaixo.

Tem muito disponível.
Uma disponibilidade para além de nossa capacidade de consumir, mesmo escolhendo apenas o que cada um classifica de bom para si.
Para quem não conhece, eu internauta, apresento Leandro Karnal: 

https://www.youtube.com/watch?v=GJ2gx1SCUiM

segunda-feira, 21 de março de 2016

Subtitulos inspiradores

Reabri um livro... vou apenas citar alguns de seus subtítulos:

Para sentir:

A alma e o micróbio
De objeto a sujeito
Psiquismo e imunidade
...
O poder da imagem
Carícia e imunologia
Sorrir no coração do absurdo
Fé, amor e saúde
Medicamento essencial

De Jean-Yves Leloup, em Uma arte de CUIDAR.

 

Caos?

Com certeza, como muitos, há uma questão que tem me levado a pensar.
Gosto de livros, gosto de traços e rabiscos que deixo neles...

Rupert Sheldrake  em 1991 já escrevia:

O futuro não é plenamente determinado de antemão; ele é aberto. Na medida em que pode ser modelado matematicamente, tem de sê-lo, em termos de dinâmica caótica. E esse caos , essa abertura, essa espontaneidade e essa liberdade da natureza fornece a matriz da criatividade evolutiva. (Grifos meus)

Imagem relacionada          A magnitude desse mistério é estonteante.

domingo, 20 de março de 2016

Outro Instante!

Caminhando... passei pelos containers de coleta de lixo:

Havia um senhor dentro dele, jovem. Era a coleta seletiva e ele escolhia materiais recicláveis. Alcançava para sua esposa ela dobrava e armazenava na carroça ao lado.
O instante?


Bem paradinho, limpinho, gracioso, pequeno, encostado na parede
estava o filhinho, mais ou menos dois anos.

Minha mente... julgante... pode ver ... e também imaginar ... sem saber...
Estaria o menino assistindo seus pais a trabalhar?

Não tive como atender a preconceitos o rosto do menino estava muito lindo e sereno. Parecia-me que a mamãe teria dito, e ele atendia a recomendação materna: Fique quietinho aí.
Vi uma família.


 

Um instante!


Pela manhã cruzei por um senhor de meia idade e bermuda, e escrevo do Sul, onde a temperatura e os hábitos são o de calças longas.  Ele carregava uma sacola plástica verde dirigia-se a Biblioteca.

               
 
Alegrei-me. Um livro que em retorno tinha deixado seus traços e imagens.

Egos em discurso


 

                Podemos. Podemos misturar letras. Criamos palavras serenas, outras disfarçada ou claramente iradas.

                Podemos. Há o livre arbítrio, temos cordas vocais, temos uma mente ora mais ora menos reflexiva. Somos possuídos por complexos. Alguns reconhecidos e respeitados, já outros, desconhecidos e poderosos.

                Nosso corpo anuncia quando nossa tensão vira dor de cabeça e nossa indignação está se tornando hipertensão.

                Mas nossos egos, sensos de eu, de meu, tomam conta e a alteridade e o outro é visto como separado. O nós versus eles se agiganta faltando talvez um olhar respirado em que se aprofunda ao antes de tudo, humano.  A palavra tempero, ou ainda, a ser conjugada talvez seja respeito.

                Mas, todos sabem que não somos os mesmos frente ao coletivo, quer seja de uma liquidação, quando na torcida de nosso time, sempre que diluídos em uma massa discursiva. Nossa singularidade tende a se misturar em detrimento de nosso verdadeiro Eu.
                Como escolher o humano? O certo? Dentre verdades e mentiras escondidas, como posicionar-se?  Assim como o sabor, o melhor para um, nem sempre é o melhor para o outro.             Em medicina, quando inquirida quanto à normalidade de algo, tenho que, a resposta, tende a ser, é comum, acontece, e, faço o discurso: em medicina, nem nunca, nem sempre.

                Somos humanos medrosos, descuidados de si e dos outros e somos falhos. De hábito discursamos verdades, mas muitas vezes, sem nos dar conta de sua relatividade a consideramos verdade completa.  

                Neste ano no dia da mulher conversamos. E, a organização foi da Biblioteca Municipal me disse: Não trouxemos apenas uma opinião, trouxemos livros lidos. Aproveitei para compartilhar em leitura uma página.

                A caminhada é longa. Aprende-se a misturar e reconhecer letras. Aprende-se a fazer escolhas, aprende-se a sair do morno útero e fazer um caminho responsável e adulto.

                E, aprende-se que há o outro, mas não antes de reconhecer que tive que aprender a caminhar, ler, escrever, sair do conforto, trabalhar e respeitar. 

                O parto dói para a mãe, mas também para o filho, nós filhos que teremos que experimentar os opostos: Facilidades e dificuldades da vida.  A  Natureza nos mostra sabiamente quando a mãe águia a lança seu filho pássaro a voar, ou a gatinha tira seus pequenos levando-as a crescer.   
                Cabem discursos. Cabem indignações, cabem reflexões. Cabe atenção, muita atenção e cuidado consigo e com o outro, em respeito.
Há verde e amarelo e que este sol seja nascente...