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Objetiva o autoconhecimento como forma de lidar de modo criativo com nossos problemas.

São eventos capazes de ajudar-nos a encontrar caminhos para nossas vidas.

Médica em Carazinho- RS desde 1984, hoje exerce ginecologia e psicoterapia junguiana.


terça-feira, 5 de julho de 2016

Deixa ir...


Não há como apreender...


Não há como apreender, segurar com as mãos, ou até mesmo controlar. O há pouco já se foi.

Ficam sensações que também se irão. Medos nos tocam, inquietam e também se vão, assim como a coragem, alegria, pele lisa, refeição com ‘chef’, maquiagem de festa, a festa e também um pós-operatório. Tudo passa. Desde a primeira experiência em deleite ao primeiro fracasso.

A expectativa pode ser boa enquanto a experiência ruim e o contrário também.

Let it go! Crianças cantam, enquanto nós, adultos tementes ficamos em vã tentativa...

Let it go!

Não vai dar...


A queixa. O resmungo. O sem saída. O sim, não, mas...

Como dar conta, se...  Mas, como?

E sem sair do lugar é possível distribuir desculpas a si pelas próprias dificuldades sempre as colocando para fora. Sempre pode ter alguém que não consegue tirar os pacotes problemas que colocamos em seus colos.

A quem eu engano? Engano?

Redes na Natureza!



Escrever a palavra ‘rede’ já traz um imaginal.

Rapidamente derivamos a ‘rede social’. Quanto importa? Importa?

Estamos rodeados de redes.  Podem ser vistas nas teias, as redes de aranha, ou ainda redes de água que de fontes vão a córregos, riachos, rios e Oceano.  Passam despercebidas.

Hoje a vida em rede voa enquanto nossos dedos dedilham em nossos celulares, alguns com seus indicadores, enquanto os mais jovens com seus polegares.

Mas, hoje cedo, com o céu azul e as árvores em inverno, passei sob uma rede de galhos secos, que desenhavam um quadro.

Permiti-me... Parar os pensamentos que voando constantemente me tiram de mim e postar-me sob esta rede.  Permiti-me sentir. Permiti-me olhar em outro estado, o da admiração.

Escolhi. Maravilhei-me. Ampliei.  Vi além.  Em minha pequenez e com o olhar ao alto percebi a rede neural em harmonia passando por minhas retinas.

Sem conclusões. Apenas olhei uma rede de galhos secos com o fundo azul celeste.

Instante de felicidade, amplitude, ou como decidir chamar, tanto faz. Estive atenta à existência em rede.

Mas, agora já nublou... O céu está cinza, há vento coqueiros e árvores em dança. Novas Redes. Conexões, causais e acausais e novos olhares a vida. Uma vida mais atenta?