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Objetiva o autoconhecimento como forma de lidar de modo criativo com nossos problemas.

São eventos capazes de ajudar-nos a encontrar caminhos para nossas vidas.

Médica em Carazinho- RS desde 1984, hoje exerce ginecologia e psicoterapia junguiana.


domingo, 8 de outubro de 2017

Uma oração


Gosto das trocas e misturas.
Gosto de oxigenar cada arteríola distante.  Mais do que gosto, eu preciso.
Nem me pergunto e nem agradeço. Acostumei-me. A mim pertence.
Mas, falei de troca e misturas, o que troco?
A fórmula é simples.
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Já vem tudo arranjado.
Alguém maior, mais pensante, mais sábio criou. Apenas estudamos.
O criador.
Enquanto isto enquanto toco, sou tocado, inspiro e expiro.
O que me cabe?
Talvez Auscultar e também Pianar.

Sonhos Companheiros.

Sonhei.
Ah, que pena não anotei.
O fugidio sonho se foi.
A viagem noturna foi feita, mensagens vieram as fronteiras da consciência e acreditei lembrar mais tarde. 
Acreditei que podia ouvir sua mensagem mais tarde, mas ela já se foi.
Então os procuro. Que sensação me trazia?  Onde era? Quem estava?
Estas simples perguntas podem levar a lembranças, experimente.
Partes retornam.
Acordei bem. Acordei assustada, triste, inquieta. Qual a emoção desencadeada?
O sonho é nosso companheiro noturno.
Algumas vezes acordo com a sensação de que vivi mais no sonho do que nas rotinas da vida. Então dou-me conta, de que está havendo falta de atenção na vida acordada, ou seria na vida dormindo?
Dormimos quando repetimos tarefas irrefletidamente. Dormimos quando seguimos setas sem nenhuma reflexão.
Mas, aí sonhamos e desacomodamos. Eles incomodam e acordam a vida diurna.
Sonhos acordam a vida para uma vida merecida, a refletida.

 

sábado, 7 de outubro de 2017

Desejos e Metas uma eterna procura.


A procura é contínua. Buscamos  fora. Buscamos na pele, mas com defesas: A epiderme.  Até que, nos damos conta: Somos seres distraídos de nós mesmos.

Podemos nos perguntar; O que nos distrai de nós mesmos? O que nos leva a deixar desejos e metas a espera? Eu poderia metaforizar e chamar  minhas próprias  distrações de smartfones.


Parece haver uma disputa de forças?
Ora de uma leve tangência, ora com ângulos retos, ou ainda maiores, a ponto de nos levar da inação até à ação contrária. Os outros? Enquanto isto o tempo passa e pouco acontece.

Seriam escolhas preguiçosas?  Um complexo atuante? Ou aquele outro que mora dentro de nós é que estaria ao comando?

Se procurássemos apenas pelo campo racional, encontraríamos definições. Afinal uma distração pode ser desde um descuido a um devaneio, alegria, diversão, abstração. Pode se partir para também para ideias de lapso, cochilo, enfim um esquecimento. Algo que vai do prazeroso ao preguiçoso. Do descuido cordato ao inconsciente.

 O que me leva a este tema? Superficialmente diria que é porque seguidamente me percebo dominada por meu smartfone. Este aparelho que tanto me ajuda, esta agenda que articulo com os olhos e dedos, pode me levar para além dos que refletidamente preferiria e o mantenho a carregar seduções. Ele foi me conhecendo, um robô que sabe muito de mim mesma, e, embora  usualmente me ajude, também me distrai, muitas vezes, até de mim mesma.

 Confesso. Já me esqueci dele e voltei para e buscá-lo. E pensar que em certa ocasião um esposo de uma parturiente esteve a me procurar e me encontrou sentada na beira de um rio. Cheguei a tempo e o parto foi normal.  Pode parecer apenas saudosismo, mas experiências passadas sempre serão ferramentas cunhadas.
 Hoje. Trabalhando menos. Mais velha. Meu tempo deixa metas, sonhos e desejos a espreita. Há que desistir de alguns e fluir a outros.

Parece faltar tempo, embora o ditado diga que, quanto mais se faz, mais se consegue. Isto nem sempre é verdade. Há que vigiar.
Chega um tempo que o pedido é pela lentidão, e, muitas vezes até certa obscuridade externa.
A pressa vai descansar e o silêncio impera.

Começam a faltar fins de semanas, e dias de semana são retirados do trabalho para alimentar ânsias de alma. Benditas ânsias, que não desistem de nós, nos importunam e acordam.
Desejos e metas vivos. É chegado um novo Imperador e trás com ele um novo ritmo, em sístole e a diástole. A batida é interna, vem do coração,  um ritmo da alma.
O certo agora parece incerto e ousa-se decepcionar as antigas demandas. Gera-se até a sensação de certa negligência com alguns acordos.

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     Desejos e metas continuam vivos, brotam como que de raízes desconhecidas, ou seriam conteúdos flores, que viraram frutos e secaram?
 E, agora? Criarão novos brotos na terra?

Uma resposta veio do smart falou via whats que dizia: Mas, não nos abandone. E a resposta foi imediata: Nunca.
Este “nunca”, que veio de dentro mostrou o nascimento da semente. Uma palavra em “ímpeto irrefletido” que anuncia.
Anuncia a necessidade do silêncio, da música calma. Do sábado nublado para escrever. Do tempo para ler e reler, enquanto as retinas ainda estão saudáveis. E sair da comodidade em busca do novo parto. Pequenos movimentos de fidelidade.  
Honrar as vozes ouvidas e proferidas que saem também de dentro e que trazem direções.