Paginas


Objetiva o autoconhecimento como forma de lidar de modo criativo com nossos problemas.

São eventos capazes de ajudar-nos a encontrar caminhos para nossas vidas.

Médica em Carazinho- RS desde 1984, hoje exerce ginecologia e psicoterapia junguiana.


domingo, 18 de novembro de 2018

Redemoinhos pessoais

Ah se eu soubesse! Talvez eu saiba e não saiba que sei. Como desalinhar-me do tempo linear, desordenar o passado, presente e futuro? Como viver aqui sem pensar ali, como fazer a mandala, a roda virar sem querer estar lá, antes daqui? Como não antever o quase visível, sem me atropelar para o ainda não é aqui? Como gestar o tempo com atenção? Como respeitar os ciclos visíveis e também os invisíveis? Como render-me aos invisíveis, que já apontam seus odores e ventos? Acalente a espera. A roda da vida segue a rodar. Como girar com ela? Este círculo que me envolve e envolve a todos, como girar atenta? Volto as ‘setas’ da vida: “O essencial é invisível aos olhos, só de vê bem com o coração” mantra que simbolizou a minha relação de casamento e de vida e que teve como amigo-adversário constante à mente e às retinas. Dizem que o que a gente não vê o coração não sente. Mas: caixas se abrem. Conteúdos novos se apresentam e o coração sente e assente. A roda da vida a rodar e dia a dia com retinas saudáveis ou não, a gente pressente, e sente. Qual o leme? Há leme? Existem tempos, no presente-passado-futuro, existem tempos calmos, tempos tresloucados, tempos serenos e tempos que mais parecem fibrilações. Neste redemoinho de tempo-espaço uma alma pequena, que sente e assente, que sim, ainda existem ‘algos’ a fazer. Novos tempos. Novas emergências. Vivente e encorpada, sim ao ser e sim ao fazer. Então talvez a questão provenha desde que coloque a pressa a sestear, enquanto o como venha a ser respondido a seu tempo espaço através de sensações, falas e coceiras, apertos e plenitudes, sensações e intuições percebidas em nosso corpo. Nesta noite sonhei muito, meu inconsciente misturou muito anos e pessoas. Rejuvenesceu algumas em cinquenta anos, confrontou temas atuais com antigos, trouxe estradas, travessias e até pontes. Foi tão mais além da conta, que me colocou nesta escrita. É preciso baixar a poeira. Por quem os sinos dobram? Dobram por ti. Para quem saem às palavras? Saem parar ti. Inquietava-me conviver com meu pai e seu Alzheimer, perguntava-me por sua alma? Entristece-me conviver com minha mãe sem suas retinas e visão externa, respondi agora a mim mesma que é dela e não penetrarei em sua visão interna. Ali há sacralidade. Caminhando e pensando, sobre o passado, no presente, dei-me conta de que não conheci o sentir de meu companheiro pai, caçamos perdiz, pescamos em rio e mar, colhemos trigo, conversamos sobre esta e outras vidas, e, hoje no presente percebo que mesmo com grande intimidade, não o conheci tanto quanto imaginava e isto não me surpreende isto me indica uma ‘seta’ que aponta para seguir atenta a meu autoconhecimento, do ser e fazer. Então, há que familiarizar-me com muitos espaços interiores ainda desconhecidos. E que já me foram apresentados, via o recolhimento da mente em meu pai, e das retinas em minha mãe. Ainda aqui. Com estas duas ferramentas dentre tantas. Usando a escrita para mim e talvez, alguma palavra para um ‘sesteado amigo’ eu frequente com mais serenidade, espie lentamente alguns cantos intocados e que aconteçam teia para fazer redes internas hora no espaço tempo linear, hora no sincrônico. Agora aquieto. E que deixe rastros. Afinal, haverão passagens, transições, e que sejam no amor e com apreciação. Ah... como tenho que aprender a apreciar.

domingo, 21 de outubro de 2018

Passeios e devaneios: O instante Saúde.

Estou saindo mais. Ando andando e cantando. Virei uma tagarela. Um pouco é meu, mas a maior parte provém do Cosmo. A cada dia ele me coloca como que circulando em mandala. Tenho desviado leve e fácil de meu centro, como em dança. E, logo retorno ao centro mais colorida, repleta de belas joias misturadas em mim. Em poucas horas, entre ruas, corredores e papelarias locais, acontecem múltiplos encontros, um atrás do outro. Muitos presentes, encontros coloridos de imagens, ideias e coloridos de amor. Tenho sido agraciada. Pedaços de horas têm se tornado dias. Alguns, destes se aprofundam, caem na caixinha das intimidades e se tornam segredos. Tesouros escondidos. Mas, outros não. Um amado amigo me disse: Agora todos os meses se tornaram cores. Sim, e eu estava à procura de cores para uns slides, indecisa, pois havia algo em mim que me desacomodava. Eu refletia sobre “O”, a cor de rosa. Comecei a passear pela paleta de cores. Gosto desta cor. Fiz um colar de pérolas rosas, composto de artigos e aprendizados em minhas sessões de análise e formação analítica. Usei muito o rosa, amorizei com ele. Mas amo o azul, desde o manto do manto protetor de Nossa Senhora, ao azul noite e também azul blue, aquele que toca Jazz, e nos leva a nostalgia. São infindáveis os azuis, podem parecer verdes e outras vezes se tornam violetas, como os olhos de Liz Taylor. A cor da rosa, enquanto rosa pode ser amarela, vermelha e ainda o perfume nos deixa inebriados na tentativa ao escolhê-las. E tem também o cravo. Múltiplas relativizações. São muitos os podem. Mas meu amado amigo, me recordou dizendo que agora quase todos os meses têm cor. Então viajei para dentro e meu espaço imaginal e este foi se ampliando. Meses de janeiro a dezembro são doze e cores não têm nem ideia de quantas, talvez infinitas como as estrelas. Diz-se que os deuses se tornaram doenças, então entro em meu divagar. E, divagando solto, devagar pétalas perfumadas e imaginais a repousar no solo da vida. Bastarão doze meses ou criaremos quinzenas para alertas e prevenção? Seria ousadia pensar, não sem antes modificar um pouco o tema - afinal somos seres em expansão de consciência, que: se as doenças estão aumentando a ponto de terem um mês destinado a clamar pela atenção da população mundial, o que faz com que não nos atentemos para criarmos o “Instante Saúde”? Seria uma utopia, eu, tu, nós, indivíduos um a um acordarmos nosso instinto de preservação da espécie? Em singularidade e em coletivo? Com cores, odores acordarmos nossos sentidos? Estaria eu em conversa com John Lennon em seu Imagine? Olhando um pouco mais profundo: O que emerge destes meses de “prevenção”? Qual a força que impulsiona estes meses em cores? Este clamor preventivo. Estaria apontando o dedo para nossa desatenção? Singular ou coletiva? Este dar-se conta, este chamado a desatenção, pode ser acolhido? Por que não? A luz colorida por um wake up, à saúde! Escrevo este acordar em inglês, pois ter ciência de que se trata de um acordar planetário e não apenas nacional. Acredito que o movimento pró-saúde já começou. Insipiente. Em potencial. Em semente. E a rega terá que ser diária e individual. É possível. Os frutos talvez nem sejam mais colhidos por nós mesmos e sim por outros: humanos, conhecidos e desconhecidos. Novos campos, árvores solitárias ou em florestas, córregos, lagos, rios, lagos. Oxigênio em poesia. Puro e profundo. Não vejo o tema saúde com tamanha simplicidade. Romantismo. Estamos para além de Pollyanna do livro de Eleonor G. Porter, mas acredito que a cada geração emergem novos acessos às necessidades planetárias, via literatura, música, pintura, cores, deuses e doenças. Nossos olhos podem ver. Nossos ouvidos ouvir. Nosso olfato ser aguçado. Todos podem fazer escolhas e estas podem ser suas novas escolhas. Instantes reflexivos. Instante Saúde. Escolher. Entre rosa e azul anil, ou verde e amarelo, entre dizer sim, dizer não, dizer hoje não ou ainda não. Ah. Ah, agora eu sei. Só agora, eu sei. Estava distraído de mim, de ti, do outro. Comi plástico, resíduos de panelas, bebi águas gostosas, mas ali não havia mais a fruta. Sigo mal alimentada e ainda irradiada. Abuso de minhas células diariamente. Abuso de meus ouvidos e de meus olhos. E também do dos outros. Crio ‘formas pensamento’, algumas que eu não ousaria nem mesmo sussurrar. Negar a minha sombra é impossível, o sol está acima a me mostrar. Há em todos nós. Apegar-se a ela? Aonde nos levaria? Isto me leva a pensar sobre a saúde de uma forma um pouco mais humilde e responsável. Eu me adoeço. Diariamente. Eu posso escolher inicialmente um pouco e depois um pouco mais, este crescente está condicionado, a meu aumento de consciência. E como disse Carl G. Jung: “Minha vida é a história de um inconsciente que se realizou. Tudo o que nele repousa aspira a tornar-se acontecimento, e a personalidade, por seu lado, quer evoluir a partir de suas condições inconscientes e experimentar-se na totalidade”.

terça-feira, 28 de agosto de 2018

Um momento de gratitude

Estive ali. Sentei ao sol e escrevi. Poltrona, lápis, sol e eu. O quê? Apenas transcreverei, usando palavras ouvidas que ressonavam em mim nesta manhã. Bom dia Seguindo... Descansando nas células. Acolhendo os pensamentos no meu colo. São novos tempos. Percebermos como iguais. São novos tempos, nada a fazer e sim perceber. Descansando nas células, com pensamentos acolhidos no meu colo, vem a reconciliação. A mulher que sou, acolhe a energia mais sutil a vibrar em si. Sem a luta. Em sobrevivência passa para um novo espaço a reconciliação. Com gratidão reconhece que nesta história, destino, as pérolas e riquezas aguardavam para receber a vibração espiritual. Palavras? Sim ou não. Gratidão, com reverência, com o queixo no peito. Amém.

domingo, 29 de julho de 2018

Por que não?

O que tua alma responde? Ultrapasse as múltiplas variáveis... Se ainda estiver em paz. Siga. Onde perder a serenidade, de um passo para trás. É com certeza... achará a resposta e: Talvez a resposta seja sim.

Auto estima... um olhar diferente.

Auto estima? Tenho brigado com a expressão auto estima. Como se estimar em dias em que se está possuído porum complexo? De surto, gula, alcoolismo, consumismo, depreciaçao, nariz aquilino, estrabismo, exposta a uma relação caótica? De que adianta a beleza desta dupla moderna, empoderada e assim nominada pelo mundo coletivo de: auto+ estima? Até que ponto não seria melhor se estimar apesar destes incômodos temporários enquanto se aprende a escolher o escolhível diferente? Estimar-se é fácil. Bem, mas o aplauso coletivo... De amigos. Vizinhos. Winners. Irmãos e até pais, aí é diferente. Aí acho que eu ousaria responder. Até penso que você se estima, o que não gosta são dos detalhes que esperam de si. Então um convite talvez seja: Oi. Decida-se por aceitar- se. O que não gosto? Se quiser e puder, mude. Caso contrário. Bem improvise. Crie. Aceite. Transcenda. p.s. E se sua estima estiver sendo ameaçada por acne, peito ou pênis pequeno. Aguarde, antes de receber o diagnóstico de falta de imunidade ou depressão. Não leve tão a sério. Pode ser coisas dos outros caindo em si. Bj

O descompasso e o carinho

O descompasso e o carinho! Há alguns dias fui interceptada. Um descompasso junto a um ato de carinho extremo. Joguei num espelho amoroso, uma amizade. Pois a minha sutil reação foi umedecer os olhos. E, como poderia deixar de perceber este instante em mim? O espelho, a amiga depositária de minhas projeções, talvez inconsciente de importante sua capacidade reflexiva para mim me trouxe o presente, respondeu repleta de interrogações. Como esperado iniciou com uma pequena introdução elogiosa. Uma ideia de um para quê a não ser perdido. Amigos são coisas para se guardar dentro do peito. Vou ampliar. Acho que amigos são gifts cósmicos. Instante a instante criam-se conexões entre objetos e também todas espécies de seres vivos. Tornam-se nossos amigos, misturamos valores um ao outro, valores agregados pela história de encontros, contatos, intersecções. Explico: Depois que cheirei um perfume, senti o sabor de um sorvete de nozes, toquei em uma mão fria, ouvi sua voz, paramos juntos em uma sinaleira, discordamos de um assunto, já somos um, com um pouco um do outro. No momento seguinte sempre somos outro. Acaba de morrer uma célula em ti e talvez nascer outra. O ar que expiro agora, modificado, outro inspirará. Então, meu amigo espelho me disse: Resgate? Vida nova? Conversar antes de partir? Que significativo? Como é bom tomar um café com um amigo? Por que tanta demora? E creiam eu ainda, troquei novamente o nome do neto dela, o menino comemorou seu primeiro ano e se chama Miguel, chamei de Gabriel. Tive que puxar a minha orelha. Tive uma pitada de vergonha. Esta vergonha se refere a minhas distrações, sim, mas também traz a dica. Um sinal. Um verdadeiro caminho. Se puder me distrair de algo como o nome do neto de uma de minhas melhores amigas, certamente estou me distraindo de algo ainda mais importante. Afinal o descompasso teve carinho e até uma sutil lágrima. Sou uma analista e uma Junguiana investiga, então há treino e tentativa em estar atenta e aguçada com a atenção de um detetive. Qual o segredo? Ai que medo. O que está escondido neste tema descompassado? Qual o movimento? Será que a Natureza não vai me poupar desta? Só que, adoro a citação de Jung, em que ele diz que a sua vida foi a de um inconsciente que se realizou. Não chego a esta ousadia, mas deixar passar um descompasso sem tirar a melodia, seria deixar passar ‘sombras’ escondidas, pedindo para serem revisitadas a serem enterradas. Enfim, e agora? Como fazer? Talvez precise das tarefas que Afrodite delegou a Pisque. Passo a passo separar a sementes. Esperar a hora para pegar a lã de ouro, ir a nascente e pegar a água e descer a procura do unguento de Perséfone. Escrevi de mim, mas estou certa que todos passam por descompassos regados a carinho e deixamos passar. Comigo, a “chefia”, a “Natureza” o “Cosmo”, o “Self” me deixaram transparecer em uma humidade um caminho a ser feito com calma, destreza e ajuda dos deuses. Afinal, nada como uma vida vivida.

sexta-feira, 20 de julho de 2018

INSTANTES

Instantes! Quem já inspirou em meu consultório talvez já tenha visto um pequeno altarzinho ao momento que se encontra no centro de meu bureau, é apenas a minha escrivaninha de trabalho, mas tem tanto valor agregado que neste escrito re-enfeitei. Bem, minha escrivaninha se renova frequentemente, afinal é a minha mesa de sentido. Mas o que quero falar é de instantes, e a imagem veio deste pequeno altar em que coloquei uma plaquinha de cerâmica. Esta plaquinha, também tem sua história, e história para mim é valor agregado. Ela diz: O melhor lugar do mundo é Aqui e Agora. Este objeto também já ganhou presentes, alguns cristais e pedras de adorno. Mas, voltemos aos dizeres: O melhor lugar do mundo é aqui e agora. Ufa. Literalmente esta verdade é escassa. Define a meditação. Define a inteireza. Semana passada a cerâmica iniciou a consulta. A amiga mulher a minha frente foi captada pelos dizeres e o leu alto. Então sentei para trás, relaxei de minha postura da prontidão à consulta ginecológica e, ambas reverenciamos a arte e as palavras. Do pequeno instante do rapto, ao instante que se seguiu permitimos nos enlevar e ficarmos a três. Ela – a paciente. Eu - a médica. E a sabedoria em palavras disposta ali. Sem sabermos quem nos colocou em temenos, termo que uso quando me refiro ao espaço sagrado que se cria em meio a uma consulta de psicologia analítica. Um momentum, um instante em que se sente a comunhão entre dois egos rendidos a relação de transformação, onde inconscientes e conscientes se conversam envoltos por vaso manto. Pergunto-me agora: Qual a imagem simbólica? Respondo: Bolsa amniótica. Morna. Amorosa. Capaz de conter sem machucar. Aguardar a hora de romper. Este é Um instante. Um instante terapêutico. Um instante sagrado. Um instante reflexivo. Um instante que é “O meu, teu, nosso instante”. Agora, ampliado e com valor agregado. Em comunhão instanteamos o tema. A facilidade da leitura, o agrado da combinação das palavras e a dificuldade em realmente nos colocarmos de instante em instante na vida. Simples e difícil assim: Ficar no aqui. Ficar no agora. Ficar no aqui, que não é o aqui de letras atrás. Colocar do “de si” a maior inteireza possível ao instante. Não tem como não associar a isto a inteireza que se sente quando se algo apaixonado, tomado, com a certeza amorosa e de entrega. Não tem como não ver e sentir que se está em seu sentido de vida. Não tem como não se associar com um momento meditativo. Não tem como não se associar a um encontro com a Fé. Não tem como não se ver neste aqui e agora um “vislumbre” de eternidade. Instantes se repetem? Ou se perdem? Mas, sempre se recriam. E ao se recriarem nos trazem, talvez intuitivamente, certezas medrosas, aquelas sem provas, mas que são certezas: É. Há. Unidade.

sexta-feira, 6 de julho de 2018

Gentil, Gentilmente, Gentileza Presente

Sutilmente a gentileza presente. Estou escrevendo com gentileza, pois, hoje pela manhã o facebook anunciava que havia um novo artigo no Blog da Nice, a Analista Junguiana. Já havia comentários, coloquei o meu: “Vou ler e depois comento”. Aí comecei os meus afazeres, e deparando com o quanto sou agraciada por toques gentis. O quanto vivo entre gentis. Nice, minha gentil mestre e também as rosas de minha vida conhecem o meu jeito simbólico de lidar com a vida. Tudo é sincrônico. Bem, nesta terça ganhei rosas. Uma gentil senhora, ciente de que estou me aproximando da parada do tema ginecológico em minha vida, veio como que em sua última consulta com uma rosa nas mãos. Suas gentis palavras não tiveram ainda aonde guardar, estão comigo, merecem moldura, não podem se apagar, nem mesmo ficar em alguma gaveta, merece ser ampliadas de forma a me servirem de lição a ser aprendida e repetida. Minha paciente e eu, agora estamos unidas também pela troca gentil. Chego ao mesmo dia em casa, e um vaso de mini rosas, também vermelhas, perfumadas, repleta de botões, alguns que ainda não se abriram me aguardava. Um cartãozinho dizia Dra. Denise, isto levou a me aguardar fechado. Em mim, tem a Dê, a Denise e esta tal doutora, era para a profissional. Mas para surpresa minha, a relação não era de médica e sim de posturas e atitudes gentis. Então penso que agora estou pronta para perfumada e agradecida, olhar para as palavras que a Eliane Berenice Luconi nos oferece gentilmente em seu blog. Enquanto isto banho-me em rosas vermelhas, fruto do trabalho com o coração que venho recebido e partilhado ao longo de 62 anos. De pétalas em pétalas vamos nos tornando perfumadas. Um continuum. A percepção, atenção às coisas que nos rodeiam estão sempre criando mandalas movimentos que nos levam ao centro, e retornamos. Uma ajuda da Natureza em prol de nossa transformação em direção ao melhor sermos nós mesmos. Existe uma gentileza maior, a gentileza coordenadora cósmica. Às vezes é no silêncio que se percebe, às vezes na noite, tem sido também na web. Gentis almas vêm a nós em rosas, em bloggers, em toques, em perfumes. Sejamos gentis conosco... com pitadas de Atenção

domingo, 10 de junho de 2018

Mudanças e Transformações: Diversidade e Múltiplas Possibilidades

Posso ser diferente? Posso fazer e deixar minha obra? Somos todos diversos e infinitas são as possibilidades! É possível transcender, libertar-se e criar-se. Cabe a cada um a libertação de seu vir a ser. São infinitas as possibilidades. A diversidade também. Quem não sabe? Então o que faz que passamos nos colocando pequenos limites e os estancamos? Sim, há necessidade de vasos, mãos de contenção, toques que acalentam conexões, conhecimentos, na linguagem moderna links. A extensão das possiblidades de nossa vida é intensa, então para que colocar um limite no que já se sabe ser ou fazer? Nestes dias tenho imergido em entrevistas com grandes maestros, brinquei de detetive musical, queria, além da música, conhecer, ter intimidade com a voz do maestro, seu jeito, o que pensa. Aí fui me apaixonando pela história facilidades e dificuldades de muitos deles. Comecei de mansinho. Tudo começou com a questão: Como se pronuncia Karajan? E um fio condutor me levou a ouvir sua voz, vê-lo criança, jovem, idoso e já falecido. Aí, chegou outro: Sir Solti sua voz, família e maestria. E este fio condutor começa a fazer um colar, um caminho, gostoso, sem objetivo consciente. Já sei que se diz: Kara(ian). Também já acessou em minha alma um sentimento de tristeza junto a Georg Solti, quando ele conta ter se despedido de seu pai em uma estação férrea para pequena viagem e que devido a guerra recebe uma carta de sua mãe dizendo: Não volte. Nunca mais viu o seu pai. Dia a dia somos conduzidos por infinitas possibilidades, escolhemos uma principal, e as infinitas seguem. Acontece assim e também assim. Limitados em perceber talvez precisemos da entrega de um perfume ou de uma música. Quero dizer com isto que não se pode seguir só a mente, ou só o coração, há que se deixar levar e, muitas vezes, saber voltar, ou não, de acordo com as infinitas possibilidades. Quero dizer que o vaso da vida, família, profissão, nos protege, mas uma vez, misturado e aquecido, pode-se mudar de vaso, ou até mesmo ficar fora do vaso à procura de novas e diversas maneiras de ser, fazer, pensar, ansiar, esperançar e amar. Termino esta curta postagem trazendo parte do que consegui entender. Ontem a noite me encontrei com Sergi Celibidache, maestro romeno (1912-1996).. Ele falava em francês, vinha uma legenda em inglês, sou pouco alfabetizada em ambos idiomas, mas seus gestos, sorrisos, entonação, e uma empolgação extraordinária me deixaram querendo ver sua atuação. Estou apaixonada por ele. Suas características foram diversas de Bernstein, Karajan, Solti e muitos outros. Ele ao acrescentar um ‘tempo mais lento’ ao reger um mesmo concerto, também de forma brilhante ele me pareceu estar mostrando a individuação daquele momento, dando aquela nota musical o seu tempo de vibrar. E a música se liberta. E eu, com minha vibração, de infinitas notas, possibilidades, como criar, liberar a minha criação? Como poderei eu, humilde ser homem, ou mulher, transcender? Libertar-me de padrões, vasos bons ou simplesmente vasos, instituições e usar os nossos instrumentos experienciais para trazermos ao mundo a nossa criação? Como? Existe como? Cabe querer, escolher. Movimentar-se. Parar. Acrescentar, ousar, ansiar, recomeçar, seguir, vibrar. E dando um salto enorme, ainda musicalmente falando, como na ópera Turandot de Puccini com: Esperança. Sangue e Amor.

sábado, 9 de junho de 2018

O nós como salvação!

Estou lendo Jane Fonda. Leitura fácil. Leitura gostosa. Leitura com pequenas associações entre duas palavras, pequenas frases que me levam a interromper no final do capítulo, pela profundidade na simplicidade o que leva um tempinho para apreender. O tema é simples e para mim, a vida em seu terceiro ato. Os meus (teus) sessenta anos em diante, até quando for (mos). O livro que estou lendo é emprestado. Penso que ele apareceu para mim há dois anos recomendado por minha amada analista que começava a lê-lo. Mas o Universo Sempre Conspira, e uma amiga também o lia. E, agora estou com o dela, lendo lenta e cuidadosamente sem rabiscar. Então anoto partes. Só que, nem eu mesma entendo minha letra. Anotei este trecho para repassar. E como mulher aos amados homens, parceiro, amigos e irmãos. Então, rabisquei assim e compartilho também via web: Leia. Releia. Reflita. Presenteie. Todas as pessoas vêm ao mundo como seres interativos, mas desde cedo muitos homens, se não a maioria, são condicionados a se afastar dos próprios sentimentos e achar a sua identidade na dominação e na independência, e não no afeto e comunhão. Li em algum lugar que “os homens têm um medo grande de que se tornar ‘nós’ apagará seu ‘eu’, seu senso de individualidade”. Para a maioria das mulheres, o “eu” é sempre meio poroso, enquanto o “nós” é a salvação. Esta linda passagem de um todo muito maior que parece responder por muito da contemporaneidade. Por que solidão? Isolamento? Tristezas? Depressões? Decepções? Como estou condicionada (o), como condiciono sem perceber meu filho? Até mesmo como entender um homem, criado pelo mundo da mãe, do pai, do coletivo? Como estou com a minha interatividade? Não estamos nos perdendo em comportamentos como: Pedidos de diálogo: Amor, precisamos conversar. Ou ainda: Um encontro fortuito, noturno repleto de intimidade sexual que vem seguido por uma total ausência de contato. O que fiz de errado que não existe dia seguinte? Afinal, o que eu quero, enquanto mulher, e enquanto homem, não seria interagir, um ‘nós’? E como lidar com este medo ‘condicionado’ que me parece estar dia a dia maior? Se a vida com amigos, parceiros e intimidade aumenta o grau de saúde e longevidade, não estaria aí a resposta para a maior morbidade e menor longevidade masculina na falta de intimidade? Que venha o ‘nós’. Nós contigo, nós comigo, ‘nós’ com muitos, com poucos. Hoje tirar a roupa do corpo e partilhar ou não, um ou múltiplos orgasmos é normal. O encontro verdadeiro, possibilitar um “nós” está ameaçado. ...Enquanto isto a robótica se especializa em robôs sexuais. Será só comprar. E a interatividade entre as pessoas? A intimidade? Vamos namorar, jantares, ouvir música, velas, parcerias? Vamos iniciar o “nós”?‘

domingo, 27 de maio de 2018

Tempos: A Análise e sua Grandeza

Fazer análise? Fazer terapia? Para quê? Afinal vou dando conta. O tempo está exigente e faminto. As demandas nos estraçalham e vamos dando conta. O que a terapia faria por mim? No que se refere a seu parceiro, mãe, pai, filho, vizinho, emprego, seus ditos problemas continuam, nada. Então para quê? Se nada vai mudar para que vá a uma sessão de terapia analítica? Investir tempo e dinheiro já escassos? Expor-me? Ser julgado? Confrontado? Crenças como que dizem que nada muda que é melhor deixar assim, de que o mundo é assim mesmo, que o terapeuta sabe a resposta faz com que muitas pessoas deixem de entrar em contato consigo mesmo em sessões de análise. O que me leva a fazer e frequentar, ou melhor, me presentar com sessões de análise? Frequentemente atendo em clinica médica pessoas em que uma ou duas sessões de análise já mudariam o seu jeito de olhar a vida. Não são poucas as vezes que um questionamento, leva a mudar a lente com que olha a sua vida. Gosto muito de usar o dedo indicador como seta. Uma vez focando para mim mesma o trabalho ao alívio transformador já começa. É comigo? Então posso fazer diferente. O trabalho da análise não se dedica apenas aos sofrimentos agudos, embora sua procura ocorra na maioria das vezes no momento de explosões, enchentes de lágrimas, ou poços que não se consegue sair. É a hora do pronto socorro, acolhe-se de modo a aliviar, trazer a respiração e a vida e para sair deste tempo. Em seguida se começa a olhar para os motivos pessoais de cada um aparecem questões? Por que de novo? (Onde foi que eu errei ? Não errou: Não sabia) Como mudar esta repetição que acontece em minha vida. Como mudar este carimbo? O que posso fazer diferente? Cria-se no campo, no espaço que nos rodeia e os temas conversam com o analista e o analisando. Começam a aparecer respostas, caminhos, possiblidades a serem apreendidas. E como que por encanto os caminhos se abrem. Penso também que o simples ato de querer lembrar-se de um sonho, trás um sonho. O ato de sentar com o analista é um movimento de querer uma transformação. Analista não aconselha. Analista não dá muita ideia, abre possibilidades. Abre o tema. Amplia. O analista não sabe fazer a vida por ninguém, quiçá por ele mesmo, à custa de longa e constante dedicação a seu próprio autoconhecimento. Mas o analista ouvirá calmamente que você quer mudar seu pai, mãe, marido, filho, emprego, mas estará atendo a lhe mostrar o que você veja pode mudar em si. A mudança é em si. Tenho assistido inúmeras curas de relação mãe e filha. Emocionante. Puro amor. Tenho observado novas doenças, o aumento da inconsciência e a procura de terapias e pílulas mágicas. Enquanto o tempo voa na semana voa também nossa vida. Vamos adiando a nós mesmos. Ontem escrevi no whats para uma das minhas melhores amigas: Me preparando para morar mais dentro de mim. E ela me respondeu: Nossa! Que barato. Vais encontrar belas imagens. Talvez seja este o convite que faço ao recomendar o autoconhecimento através da Análise Junguiana, percorrer amplamente o mundo externo, sem deixar de morar dentro de si. Estou me propondo estar mais tempo dentro, e trazer estas belas imagens para fora. A mudança é como a flor, abre de dentro para fora.

sábado, 26 de maio de 2018

Comentários

Querido leitor. A finalidade deste blog é gerar um relacionamento entre almas. Meu crescer. Seu crescer. Meu aprendizado de amor e seu amor. Então me coloco a disposição para receber e responder em privativo comentários e questões, conversas internas que venham a engrandecer nossos seres em valores humanos. Denise

Sonhos enevoados!

Acordo e não lembro. Acordo e procuro. Aparecem imagens. Aparecem espaços. Aparecem pessoas. Aparecem sensações e emoções. O que fazer? Afinal gostaria tanto de lembrar. Aceito. Aí as imagens se movem, havia uma tia, havia um espaço muito grande, foram muitos sonhos, ou uma grande abrangência? Qual a sensação? Era amplo. Trazia muitas mensagens, que não foram apreendidas pela mente consciente, aquela que pensa. Nada a fazer, mas vendo como um espaço amplo enevoado, a sensação é quase como estar vendo em um mergulho, e é. Foi um mergulho ao inconsciente. Como não pensar nos olhos do dia a dia com que olhamos sem ver a maioria dos temas de nossas vidas? Então sonhar amplo, enevoado, já passa a trazer mensagens. Mensagens da grandiosidade diurna que está sem foco consciente. Sabe aquele ir levando! A gente está bem. A gente se sente bem. Nada incomoda. Não há nem a pedra capaz de trazer a transformação. Um silêncio. Aí à noite com clareza nos leva por um grande passeio. Tristemente quando se acorda não se consegue lembrar. Mas, sempre existe um, mas, nesta vida de infinitas possibilidades àquele que persiste, cuidadosamente e sem pressa. Você pode revisitar a noite. E nesta revisita qual a sensação que fica? A bondade do Universo. Situações novas chegando e ainda desconhecidas, situações de apoio, transformações ainda enuviadas. Nesta mesma noite poderia ter sido diferente. Sensações de perigo, de susto, de medo, mesmo sem enredo. Em sonhos o importante é não ir pelo literal e ver como uma pintura. Vou citar um pintor, pois acredito que através da arte se vê mais do que as palavras conseguem dizer. Abra o link de pinturas de Joseph Mallord William Turner. Admire. Depois atente para seu sonho, uma obra de arte, repleto de mensagens para você. p.s. Dedique-se a um passeio junto a imagens deste pintor britânico que esteve entre nós de 1775 a 1851, William Turner. Imagens capazes de acessar muito do desconhecido em si.

sexta-feira, 27 de abril de 2018

Regeneração e Ritmos

Regeneração e Ritmos Minha postagem anterior, falava das feridas diárias. Quero agora colocar poucas linhas das cicatrizações instantâneas diárias. Há um equilíbrio constante atuando em nós, há a energia psíquica, que regride e progride, há em nossa matéria um constante “estragar” e reordenar, células se desorganizam e reorganizam a cada momento. A vida é rítmica. Tem musicalidade em tudo, toques de arte em toda nossa vida. Às vezes estamos em um momento como que a ouvir um Quarteto de Cordas tardio de Beethoven e para nós esta linguagem nos parece incompreensível. Talvez, não se tenha chegado o tempo, não apenas o tempo chronus, mas eis que o kairós se apresenta o tempo em que algo especial acontece. O tempo não apenas cronológico, aquele em que acontece um Dar-se Conta. De quê? De que não somos parte, somos um todo, célula única com o todo, e ao mesmo tempo singular, e que há o Poder Ordenador Maior, cria-se caos e cria-se ordem.

Acordando... espreguiçando

Acordando e espreguiçando, ou ainda espreguiçando e acordando. Dia a dia tenho ouvido, compartilhado, temas e momentos na vida que pareciam envoltos por paredes escuras de poços. Poços, pois pareciam maiores que buracos em que ainda se vê o céu, as bordas e ainda se ouve vozes e sons de pássaros. Um a um se delinearam em minha frente e me tocaram deixando pequenas picadas, pequenas feridas abertas que vinham com o partilhar de palavras e vivencias reais repassadas como contadores de historias, mas não da antiguidade e sim do dia a dia, o que se chama de contemporaneidade. Comecei a perceber, sentir, e refletir sobre qual o possível sentido e significado destas feridas abertas em mim, sem o tempo para que as células e epitélio pudessem regenerar. Encontrei nas palavras de um poeta, que ainda me lembrava de seu ultimo verso, agora transcrevo somada a uma pitada de comunhão e compaixão. De John Donne, poeta inglês (1572-1631): Nenhum homem é uma ilha, cada homem é uma partícula do continente, uma parte da terra; se um torrão é arrastado para o mar, a Europa inteira fica diminuída, como se fosse um promontório, como se fosse o solar de teus amigos ou o teu próprio; a morte de qualquer homem me diminui, porque sou parte do gênero humano. E por isso não perguntes por quem os sinos dobram; eles dobram por ti. Acordando, espreguiçando, espreguiçando e acordando ou ainda significando. A natureza e também a arte têm sido medicamento. Estão sempre ao alcance, mas sem a parada do ritmo em nosso ritmo alucinado, não se acorda, nem se espreguiça e, às vezes nem se respira. Temos estrelas, lua, cascatas, verde, nasceres e por do sol diários, pássaros que cantam, mas dentro de poços, podem se tornar invisíveis e continuarmos insensíveis ao medicamento, como diz na urocultura, resistentes. Até que, até que... De dose em dose, o cosmo vai medicando, e no ato de se espreguiçar percebi que se tratava da ação de um medicamento. Primeiro um espreguiçar. No dia seguinte uma janela que se abre. Depois um planejamento criativo. Um tempo para si. Uma frase de poeta. E eis que o poço desaparece e fora dele, pode-se observar, e apreender a fase sombria como aprendizados. Aprendizados estes todos já poetados por John Donne, talvez num dia de fog londrino. Aberta para a medicação poética e recebendo-a novamente me vi como partícula do todo, parte da terra, diminuída e ferida como todos. Com a medicação e saindo do poço, estendo a mão, pois somos humanos, demasiado humanos. Não há como esquecer.

quinta-feira, 15 de março de 2018

Sonho para uma manhã chuvosa

Esta noite estive com você Hoje é uma manhã de infância, chove. Fica a sensação se que não se iria para escola, só a sensação, pois mesmo com chuva havia capas, capuz, e guarda chuvas, que somadas ao barro nos sapatos nos levavam a sala do saber. Saber também no retorno do recreio, que, estas meninas e aquelas não moravam no centro, abaixo de suas carteiras escolares, havia barro. Hoje, um misto mais de orgulho do que de vergonha. Afinal era uma marca. E ali estávamos. Um detalhe obstáculo vencido. Vocês amigas deste sonho moravam no centro. Mas nesta noite estive com você. Sonhei com pessoas da infância e suas vidas hoje. Faziam planos. Passaram-se mais de 50 anos do início destas amizades. Com quem sonhei ontem? Hoje sonhei com você, sua irmã, minha mãe fugindo no meio de uma rua querendo dirigir, depois brincando muito com crianças e com crianças adultas cuidadosas que descuidam de crianças em rua movimentada. Lembro que as crianças foram rigorosamente assustadas do risco, em que as palavras de susto foram morte a finitude. Rodear e, colorir sonhos é mais ou menos assim. Tem um cenário, época, pode ou não ter um alguém e outros personagens. Há um desenvolvimento. Há mensagem. Mensagem clara. Durante o dia em meio a afazeres, na maioria das vezes nem se sabe a pergunta, questão, meta. A noite vem o sonho. E ele resume fantasticamente tudo que a gente não vê claramente e que nos rodeia como questão trazendo uma historinha. Ainda não vi. Sei que à medida que escrevo virá a mim, respostas, que provavelmente nem estarão escritas. Viajei ao passado, a casa de infância da amiga. Estavam lá adultas a criar. Havia a senhora recém-falecida, sendo escondida, para não entrar em contato com a realidade, havia a senhora idosa, que pareci necessitar cuidados e que aprontava e brincava o tempo todo, mesmo que ninguém acreditasse que ela ainda fizesse escolhas. Havia a senhora que chorava e ficava feliz com a notícia. As amigas tinham novos planos mantendo em pé, com todas as características a sua casa antiga. Eu estava aí, confrontada. Vou transitar mais do alto, de modo que estes dizeres toquem também você. O que o inconsciente poderia querer dizer ao trazer a tona uma história em que mistura épocas e personagens em mais de meio século? O que o leva a misturar amigos e casa de infância, com a chuva ao amanhecer (real), idosos e crianças e um plano criativo das amigas? Que escada difícil de retorno àquela casa queria dizer? Ah, era do pátio dos fundos para entrar novamente nela. Um retorno a casa? Que carrão, camionete era aquela antiga, que para dirigir não encontrava o freio? Mas havia uma mulher mais sábia que dizia simplesmente dirija. E o carro parou. Mas e por que a lembrança e preocupação de estar sem a carteira de habilitação? O diretor da faculdade, aquele que poderia dar todas as dicas e indicações para um contrato estava ali, na sala ao lado, foi dito: Se você quiser? Afinal, o que você quer? O sonho mostra. Em sonho mostrou. Brincou. Criou. Ousou. Sem deixar de mostrar a senhora que é morta, o adulto, que ao advertir apontou sobre a morte às crianças. Iluminou conteúdos ainda vivos e velhos vivos que ainda brincam. Grande sonho para minha manhã chuvosa, com cheiro de infância. De vida, liberdade de escolha. A chuva para mim, sempre me remeteu a manifestação do carinho e aconchego divino. Agora posso pegar a capa, o calçado e ir brincar de trabalhar, afinal sonhei.