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Objetiva o autoconhecimento como forma de lidar de modo criativo com nossos problemas.

São eventos capazes de ajudar-nos a encontrar caminhos para nossas vidas.

Médica em Carazinho- RS desde 1984, hoje exerce ginecologia e psicoterapia junguiana.


domingo, 29 de julho de 2018

Por que não?

O que tua alma responde? Ultrapasse as múltiplas variáveis... Se ainda estiver em paz. Siga. Onde perder a serenidade, de um passo para trás. É com certeza... achará a resposta e: Talvez a resposta seja sim.

Auto estima... um olhar diferente.

Auto estima? Tenho brigado com a expressão auto estima. Como se estimar em dias em que se está possuído porum complexo? De surto, gula, alcoolismo, consumismo, depreciaçao, nariz aquilino, estrabismo, exposta a uma relação caótica? De que adianta a beleza desta dupla moderna, empoderada e assim nominada pelo mundo coletivo de: auto+ estima? Até que ponto não seria melhor se estimar apesar destes incômodos temporários enquanto se aprende a escolher o escolhível diferente? Estimar-se é fácil. Bem, mas o aplauso coletivo... De amigos. Vizinhos. Winners. Irmãos e até pais, aí é diferente. Aí acho que eu ousaria responder. Até penso que você se estima, o que não gosta são dos detalhes que esperam de si. Então um convite talvez seja: Oi. Decida-se por aceitar- se. O que não gosto? Se quiser e puder, mude. Caso contrário. Bem improvise. Crie. Aceite. Transcenda. p.s. E se sua estima estiver sendo ameaçada por acne, peito ou pênis pequeno. Aguarde, antes de receber o diagnóstico de falta de imunidade ou depressão. Não leve tão a sério. Pode ser coisas dos outros caindo em si. Bj

O descompasso e o carinho

O descompasso e o carinho! Há alguns dias fui interceptada. Um descompasso junto a um ato de carinho extremo. Joguei num espelho amoroso, uma amizade. Pois a minha sutil reação foi umedecer os olhos. E, como poderia deixar de perceber este instante em mim? O espelho, a amiga depositária de minhas projeções, talvez inconsciente de importante sua capacidade reflexiva para mim me trouxe o presente, respondeu repleta de interrogações. Como esperado iniciou com uma pequena introdução elogiosa. Uma ideia de um para quê a não ser perdido. Amigos são coisas para se guardar dentro do peito. Vou ampliar. Acho que amigos são gifts cósmicos. Instante a instante criam-se conexões entre objetos e também todas espécies de seres vivos. Tornam-se nossos amigos, misturamos valores um ao outro, valores agregados pela história de encontros, contatos, intersecções. Explico: Depois que cheirei um perfume, senti o sabor de um sorvete de nozes, toquei em uma mão fria, ouvi sua voz, paramos juntos em uma sinaleira, discordamos de um assunto, já somos um, com um pouco um do outro. No momento seguinte sempre somos outro. Acaba de morrer uma célula em ti e talvez nascer outra. O ar que expiro agora, modificado, outro inspirará. Então, meu amigo espelho me disse: Resgate? Vida nova? Conversar antes de partir? Que significativo? Como é bom tomar um café com um amigo? Por que tanta demora? E creiam eu ainda, troquei novamente o nome do neto dela, o menino comemorou seu primeiro ano e se chama Miguel, chamei de Gabriel. Tive que puxar a minha orelha. Tive uma pitada de vergonha. Esta vergonha se refere a minhas distrações, sim, mas também traz a dica. Um sinal. Um verdadeiro caminho. Se puder me distrair de algo como o nome do neto de uma de minhas melhores amigas, certamente estou me distraindo de algo ainda mais importante. Afinal o descompasso teve carinho e até uma sutil lágrima. Sou uma analista e uma Junguiana investiga, então há treino e tentativa em estar atenta e aguçada com a atenção de um detetive. Qual o segredo? Ai que medo. O que está escondido neste tema descompassado? Qual o movimento? Será que a Natureza não vai me poupar desta? Só que, adoro a citação de Jung, em que ele diz que a sua vida foi a de um inconsciente que se realizou. Não chego a esta ousadia, mas deixar passar um descompasso sem tirar a melodia, seria deixar passar ‘sombras’ escondidas, pedindo para serem revisitadas a serem enterradas. Enfim, e agora? Como fazer? Talvez precise das tarefas que Afrodite delegou a Pisque. Passo a passo separar a sementes. Esperar a hora para pegar a lã de ouro, ir a nascente e pegar a água e descer a procura do unguento de Perséfone. Escrevi de mim, mas estou certa que todos passam por descompassos regados a carinho e deixamos passar. Comigo, a “chefia”, a “Natureza” o “Cosmo”, o “Self” me deixaram transparecer em uma humidade um caminho a ser feito com calma, destreza e ajuda dos deuses. Afinal, nada como uma vida vivida.

sexta-feira, 20 de julho de 2018

INSTANTES

Instantes! Quem já inspirou em meu consultório talvez já tenha visto um pequeno altarzinho ao momento que se encontra no centro de meu bureau, é apenas a minha escrivaninha de trabalho, mas tem tanto valor agregado que neste escrito re-enfeitei. Bem, minha escrivaninha se renova frequentemente, afinal é a minha mesa de sentido. Mas o que quero falar é de instantes, e a imagem veio deste pequeno altar em que coloquei uma plaquinha de cerâmica. Esta plaquinha, também tem sua história, e história para mim é valor agregado. Ela diz: O melhor lugar do mundo é Aqui e Agora. Este objeto também já ganhou presentes, alguns cristais e pedras de adorno. Mas, voltemos aos dizeres: O melhor lugar do mundo é aqui e agora. Ufa. Literalmente esta verdade é escassa. Define a meditação. Define a inteireza. Semana passada a cerâmica iniciou a consulta. A amiga mulher a minha frente foi captada pelos dizeres e o leu alto. Então sentei para trás, relaxei de minha postura da prontidão à consulta ginecológica e, ambas reverenciamos a arte e as palavras. Do pequeno instante do rapto, ao instante que se seguiu permitimos nos enlevar e ficarmos a três. Ela – a paciente. Eu - a médica. E a sabedoria em palavras disposta ali. Sem sabermos quem nos colocou em temenos, termo que uso quando me refiro ao espaço sagrado que se cria em meio a uma consulta de psicologia analítica. Um momentum, um instante em que se sente a comunhão entre dois egos rendidos a relação de transformação, onde inconscientes e conscientes se conversam envoltos por vaso manto. Pergunto-me agora: Qual a imagem simbólica? Respondo: Bolsa amniótica. Morna. Amorosa. Capaz de conter sem machucar. Aguardar a hora de romper. Este é Um instante. Um instante terapêutico. Um instante sagrado. Um instante reflexivo. Um instante que é “O meu, teu, nosso instante”. Agora, ampliado e com valor agregado. Em comunhão instanteamos o tema. A facilidade da leitura, o agrado da combinação das palavras e a dificuldade em realmente nos colocarmos de instante em instante na vida. Simples e difícil assim: Ficar no aqui. Ficar no agora. Ficar no aqui, que não é o aqui de letras atrás. Colocar do “de si” a maior inteireza possível ao instante. Não tem como não associar a isto a inteireza que se sente quando se algo apaixonado, tomado, com a certeza amorosa e de entrega. Não tem como não ver e sentir que se está em seu sentido de vida. Não tem como não se associar com um momento meditativo. Não tem como não se associar a um encontro com a Fé. Não tem como não se ver neste aqui e agora um “vislumbre” de eternidade. Instantes se repetem? Ou se perdem? Mas, sempre se recriam. E ao se recriarem nos trazem, talvez intuitivamente, certezas medrosas, aquelas sem provas, mas que são certezas: É. Há. Unidade.

sexta-feira, 6 de julho de 2018

Gentil, Gentilmente, Gentileza Presente

Sutilmente a gentileza presente. Estou escrevendo com gentileza, pois, hoje pela manhã o facebook anunciava que havia um novo artigo no Blog da Nice, a Analista Junguiana. Já havia comentários, coloquei o meu: “Vou ler e depois comento”. Aí comecei os meus afazeres, e deparando com o quanto sou agraciada por toques gentis. O quanto vivo entre gentis. Nice, minha gentil mestre e também as rosas de minha vida conhecem o meu jeito simbólico de lidar com a vida. Tudo é sincrônico. Bem, nesta terça ganhei rosas. Uma gentil senhora, ciente de que estou me aproximando da parada do tema ginecológico em minha vida, veio como que em sua última consulta com uma rosa nas mãos. Suas gentis palavras não tiveram ainda aonde guardar, estão comigo, merecem moldura, não podem se apagar, nem mesmo ficar em alguma gaveta, merece ser ampliadas de forma a me servirem de lição a ser aprendida e repetida. Minha paciente e eu, agora estamos unidas também pela troca gentil. Chego ao mesmo dia em casa, e um vaso de mini rosas, também vermelhas, perfumadas, repleta de botões, alguns que ainda não se abriram me aguardava. Um cartãozinho dizia Dra. Denise, isto levou a me aguardar fechado. Em mim, tem a Dê, a Denise e esta tal doutora, era para a profissional. Mas para surpresa minha, a relação não era de médica e sim de posturas e atitudes gentis. Então penso que agora estou pronta para perfumada e agradecida, olhar para as palavras que a Eliane Berenice Luconi nos oferece gentilmente em seu blog. Enquanto isto banho-me em rosas vermelhas, fruto do trabalho com o coração que venho recebido e partilhado ao longo de 62 anos. De pétalas em pétalas vamos nos tornando perfumadas. Um continuum. A percepção, atenção às coisas que nos rodeiam estão sempre criando mandalas movimentos que nos levam ao centro, e retornamos. Uma ajuda da Natureza em prol de nossa transformação em direção ao melhor sermos nós mesmos. Existe uma gentileza maior, a gentileza coordenadora cósmica. Às vezes é no silêncio que se percebe, às vezes na noite, tem sido também na web. Gentis almas vêm a nós em rosas, em bloggers, em toques, em perfumes. Sejamos gentis conosco... com pitadas de Atenção