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Objetiva o autoconhecimento como forma de lidar de modo criativo com nossos problemas.

São eventos capazes de ajudar-nos a encontrar caminhos para nossas vidas.

Médica em Carazinho- RS desde 1984, hoje exerce ginecologia e psicoterapia junguiana.


segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Introspecção!


                          O que é introspecção?

Observar-se! Olhar para dentro! Dentro de que? De quem?
Observar o que se pensa enquanto sujeito e como se age.
Possibilita que se saia do automático.
 Traz autoconhecimento e este pode iniciar um novo caminho.

A partir do momento que reconheço em mim coisas que não sabia, ou achava que não sabia, uma vez tomada a consciência de “jeitos” que não gosto eu posso iniciar o próximo passo “uma nova atitude”.  Agora a partir de uma atitude reflexiva.

É fácil? Não.

A introspecção já é difícil. Um caminho solitário e que o coletivo não “valoriza”. Sair do costumeiro, do trilho que já vem sendo trilhado há muitos anos e que parecia estar dando certo, para começar um diferente é um trabalho para heróis.  
Uso a metáfora, estranha para os mais jovens que nunca andaram em estrada de chão: Uma estrada embarrada, a medida que se anda nela, vai se formando duas marcas das rodas, duas valetas, até que no meio o barro suba e tranque o carro.  Tenta-se sair...
Muitas vees se cairá novamente ali.
Até que com muito esforço e disciplina se consiga criar um novo caminho.

A introspecção é um importante primeiro passo.
 

A tragédia de Santa Maria

A palavra é consternado: a reação é o silêncio.
Sou santamariense, não nasci lá, mas fiz a faculdade lá. Frequentei a boite do DCE e poucas vezes uma outra. Não tínhamos dinheiro para ir mais.
Fui jovem lá, tímida e insegura. Formei-me lá.
Saber, ver, ouvir e ler sobre esta tragédia, dá vontade de estar lá abraçando cada mãe, pai, amigo.
A morte antes, antes de se formar, antes de mesmo de perder o hábito das noites de boite.
Por que? Para que?
Lendo artigos de hoje, gostaria de pincelar de Juremir Machado: Jovens não deveriam morrer.  ... alterando uma espécie de ciclo natural.  Não teremos respostas e talvez nem fosse hora de falar... Mas  não dá para sermos mais éticos, humanos, conscientes das consequências de nossos equívocos. 
O Brasil não pode previnir o previnível. O brasileiro não pode deixar de ser tão Zé Carioca e um pouco mais inteiro?
Não precisamos a seriedade rígida,  mas daí ao descuido de se ter uma boite com  uma porta só? Sem saidas de emergência? Que não apenas aviões, até onibus têm.
Tinha Alvará? Pago e assinado? Licensa sanitária?
Cabe a mim e a cada um de nós olhar além de si mesmo em todos os seus atos e possíveis  consequências.
A caricatura de TACHO, no Correio do Povo, traz uma Bandeira do Rio Grande que chora... Chora por vidas, por pais, por insegurança, por inconsciência, por um Brasil que merece mais cuidado.
Estamos em nossa Pátria mãe... Mãe: Cuida de teus filhos.

Aos corações que sofrem... um bálsamo em seus peitos. Um carinho em seu rosto.
 

A Prática da Psicoterapia - C.G. Jung

A obra inteira de Jung é apaixonante, vou transcrever o §169 do referido volume,
o XVI/1, referindo-se ao prórpio psicoterapeuta e sua análise.

Quando se pensa na atenção, no espírito crítico com que o psicoterapeuta tem que acompanhar seu paciente, para descobrir os seus caminhos inadequados, as falsas conclusões e as coisas infantis que não mostra, realmente não fica fácil fazer isso consigo mesmo.
Em geral não nos achamos suficientemente interessantes, e ninguém nos paga pelo esforço da introspecção.
Além disso, o desprezo pela verdadeira alma humana ainda é tão grande, tão generalizado, que a introspecção e o fato de preocupar-se com ela são atitudes quase consideradas doentias.
Pelo visto, não há vislumbres de saude na própria alma; é esta a razão por que o preocupar-se com ela cheira a sanatório.
Essas resitências, o médico têm que superá-las dentro de si mesmo, porque, como pode alguém educar, se ele mesmo não foi educado, como pode esclarecer, quando está no escuro no que diz respeito a si mesmo e como purificará se é impuro?

Este parágrafo responde a necessidade de tantas horas de análise ao analista e cabe acrescentar também de Jung... só levamos o nosso cliente até onde já chegamos.

 

domingo, 27 de janeiro de 2013

Olhar ao redor!

Tenho observado que na correria da vida... passam dias e ficamos absortos em nossas "rotinas" aos e "afazeres" e "problemas" enquanto a vida simplesmente acontece ao nosso redor. Então resolvi... ver...
Ver o nascer do sol, a folha, o verde... Simplesmente como um momento de parada e identificação. Uma relativização. Um instante de consciência. Um "olá" a mim mesma. Instantes. Inspiradas.. atentadas... Hillman... dizia fazer alma.
Cada dia mais falo a mesma... Menos, mais devagar... Sinta, respire... Entre no momento...
Olhe ao redor...
Os milagres da natureza e universo acontecem a cada instante, por que não vemos?
Já questionei o custo do oxigênio que inspiramos....assim como o automatismo de respiração e ritmo cardíaco... Penso na cicatrização de uma ferida física, quer seja cirúrgica...ou não.
A natureza está sempre a serviço de nós, o que faz com que compliquemos? Ou seria um "forjar" desta mesma natureza para nosso aprimoramento?
Enfim "atenção" "olhe"... não apenas repita, é o que tenho me dito.
 

Temple Grandin - O filme

Adoro cinema. Ontem tive a oportunidade de assistir o filme Temple Grandin.
Trata-se da biografia em cinema de uma grande mulher, autista e que achou o sentido de sua vida.
Se você gosta de bons filmes encontre este. A mãe... a filha e a mulher. Você poderá ver de perto
um exemplo de vida.
Expressões como: Se existe uma porta... posso passar e ver o que vem atrás dela. O enfrentamento.
Comecei com o filme mas certamente vale conhecer um pouco mais de sua biografia e do autismo. Com esforço ela  fez faculdade, mestrado, doutorado e soube como se dar e receber o abraço que não conseguia permitir e sentir dos que a amavam.  Brilhante!
Quantos de nós não achamos saidas em situações muito mais fáceis? Quantas vezes desistimos de tentar? Ou ainda achamos que estamos sozinhos, somos os únicos a ter dificuldades?
Biografias servem de espelhos para que nos olhemos e encontremos novas possibilidades.