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Objetiva o autoconhecimento como forma de lidar de modo criativo com nossos problemas.

São eventos capazes de ajudar-nos a encontrar caminhos para nossas vidas.

Médica em Carazinho- RS desde 1984, hoje exerce ginecologia e psicoterapia junguiana.


terça-feira, 4 de outubro de 2016

Alma, o verbo em conjugação.


Verbo? Um engano? Erro de digitação? Não seria verbo amar?  To love? Não ,o verbo que quero conjugar é o almar, to make soul, fazer alma.

Bem...
Eu almo. Tu almas e ele alma, nós...
Mas, o que infelizmente o que mais acontece, é que se verbo e conjugado,  é no futuro do pretérito do indicativo, geralmente seguido de um ‘se’...
Eu almaria, se...
                Nós mesmos colocamos, ou ainda, gentilmente, pode-se dizer permitimos que se coloquem interferências em nossas experiências...  Eu faria alma. Eu almaria. Tu almarias, mas...
                Alguns já almaram, certa vez, aquela em que... Nasceu uma criança ou fez uma meditação...
                Há o esperançoso que almará quando der, quando receber uma graça.
                Há o que expecta que ele me alme, ou lhe alme...
                Ao partir para as conjugações verbais em português pode-se apenas brincar com o verbo... tão pouco conjugado ou ir a reflexão.
                Cabe não esquecer que a palavra alma, nem mesmo verbo é, logo, nem se conjuga.
                Então... Já que tudo é brincadeira... Vou me perguntar e deixar no ar...
                A voar como pena ao vento...
                E eu?
                Quando almei pela última vez? Percebi? Ah... lembrei.

                E hoje, já almei?
                Sabe aquele instante fugidio... Indescritível...
                Desejo que tenhamos múltiplos e repetidos momentos almados de forma a poder dizer apenas a nós mesmos
                                                              Como tenho  Almado... Eu almo!

 

sábado, 17 de setembro de 2016

Hoje, estou com minha alma ampliada ... Feliz.

Entao... decidi citar de Verena Kast: " A princípio, a alma não rende lucros-  mas se torna um fator decisivo quando a alma se recusa a cooperar, quando nossa psique ' não aguenta mais' , quando perdemos a nossa alegria de vida, quando nosso corpo adoece e quando sofremos com depressoes e com a síndrome do fósforo queimado. Talvez, então, faria sentido dar  atenção para a alma? "

É muito bom estar com a alma acesa...


terça-feira, 5 de julho de 2016

Deixa ir...


Não há como apreender...


Não há como apreender, segurar com as mãos, ou até mesmo controlar. O há pouco já se foi.

Ficam sensações que também se irão. Medos nos tocam, inquietam e também se vão, assim como a coragem, alegria, pele lisa, refeição com ‘chef’, maquiagem de festa, a festa e também um pós-operatório. Tudo passa. Desde a primeira experiência em deleite ao primeiro fracasso.

A expectativa pode ser boa enquanto a experiência ruim e o contrário também.

Let it go! Crianças cantam, enquanto nós, adultos tementes ficamos em vã tentativa...

Let it go!

Não vai dar...


A queixa. O resmungo. O sem saída. O sim, não, mas...

Como dar conta, se...  Mas, como?

E sem sair do lugar é possível distribuir desculpas a si pelas próprias dificuldades sempre as colocando para fora. Sempre pode ter alguém que não consegue tirar os pacotes problemas que colocamos em seus colos.

A quem eu engano? Engano?

Redes na Natureza!



Escrever a palavra ‘rede’ já traz um imaginal.

Rapidamente derivamos a ‘rede social’. Quanto importa? Importa?

Estamos rodeados de redes.  Podem ser vistas nas teias, as redes de aranha, ou ainda redes de água que de fontes vão a córregos, riachos, rios e Oceano.  Passam despercebidas.

Hoje a vida em rede voa enquanto nossos dedos dedilham em nossos celulares, alguns com seus indicadores, enquanto os mais jovens com seus polegares.

Mas, hoje cedo, com o céu azul e as árvores em inverno, passei sob uma rede de galhos secos, que desenhavam um quadro.

Permiti-me... Parar os pensamentos que voando constantemente me tiram de mim e postar-me sob esta rede.  Permiti-me sentir. Permiti-me olhar em outro estado, o da admiração.

Escolhi. Maravilhei-me. Ampliei.  Vi além.  Em minha pequenez e com o olhar ao alto percebi a rede neural em harmonia passando por minhas retinas.

Sem conclusões. Apenas olhei uma rede de galhos secos com o fundo azul celeste.

Instante de felicidade, amplitude, ou como decidir chamar, tanto faz. Estive atenta à existência em rede.

Mas, agora já nublou... O céu está cinza, há vento coqueiros e árvores em dança. Novas Redes. Conexões, causais e acausais e novos olhares a vida. Uma vida mais atenta?

sábado, 26 de março de 2016

Citação de Jung


‘Nosso intento é compreender a vida da melhor maneira possível, tal como ela se manifesta na alma humana’. [...]
Esse intento consiste na adaptação mais adequada do modo de levar a vida humana; e essa adaptação ocorre em dois sentidos distintos (pois a doença é a adaptação reduzida).
O homem deve ser levado a adaptar-se em dois sentidos diferentes tanto à vida exterior – família, profissão, sociedade- quanto às exigências vitais da sua própria natureza (JUNG, 1972, §172, grifo do autor).

 

Citações de Jung

Vou... apenas destacar... grifar:

Nosso laboratório é o mundo.
Nossos experimentos são acontecimentos reais da vida humana de cada dia, e o pessoal submetido às provas são os nossos pacientes, discípulos, parentes, amigos e enfim nós mesmos.
O papel do experimentador compete ao destino. [...] o que temos são esperanças e os perigos, as dores e as alegrias, os erros e as realizações da vida real, que se encarregam de fornecer-nos o material de que precisamos para a observação. (JUNG, 1972, §171).
 

Brincando com palavras...

Estado de Paz
Estado de Amor
Sensações que se sente no peito.

Mas no peito também, há aperto e tremor
Que instabiliza a paz e o amor.

Somos
Em somos, sentimos
Ora segurança, ora fragilidade total

Somos humanos.

Procuramos, antecipamos, na ânsia em prevenir...
Quantos instantes perdidos.

Estados de ânsia,  de desamor, revezam-se com os de Paz e Amor,
irmãos estados de alma dançam em nós.

Sofremos
Rejubilamos
Vivemos

Vivamos 

Permissão ao Ócio


 

Minha mãe está idosa, 89 anos. Vê muito pouco. Todo o dia se pergunta: O que eu ainda posso fazer?  Percebo nela a dificuldade em não fazer. Não vê, não consegue, esquece...

Olho para mim: Já tenho 60 anos. Desde muito jovem fazia. Sempre muito curiosa e instigada estava à procura em desvendar os segredos e labirintos de vida.  Queria entender desde o nascimento, a reações químicas e a morte. O aqui e o além. Havia aquém?

Com o espelho materno a frente, como não pensar nos meus sessenta anos.  Não acredito que é chegada a hora de ter qualidade de vida, no sentido de viajar, comer e consumir...  Tenho qualidade de vida  mesmo aqui escrevendo e pensando.  

A qualidade de vida é muito mais em nível de aceitação ao que é, e usufruir o instante que existe.  Todos têm instantes alegres, significativos todos os dias. Pode ser uma lembrança, um som, um cafezinho, um encontro, um ouvir. Não sei o que havia hoje no horizonte, mas pela janela da cozinha vi... e senti algo de 30 anos atrás, gostoso. Apenas gostoso.

Também estou idosa. Minhas células levam tempo para se reproduzir, minhas mãos começam a afinar como seda, minha pele a manchar, e dobras se multiplicam. Não estou feia, penso que ao contrário, estou acompanhando o meu envelhecer.  A pergunta de mim mãe tem ressonado em mim... O que ainda posso fazer? Mesmo que um pouco mais do que minha mãe, já não é tudo.

Então tenho estado com pessoas, ouvido outras, tocado outras, olhado e beijado. Mas acima de tudo me questionando: Saberei ficar em ócio? Sair das demandas de autovalidação?

 

Observações e satisfação

Satisfaz observar e já se sabe, que graças a internet, lemos ouvimos, encontramos e reencontramos praticamente tudo o que queremos.
Mas, o que mais me surpreende é observar as infinitas possibilidades em ouvir e ver entrevistas de cabeças brilhantes, seres humanos a serem aplaudidos de pé e consciências reflexivas.
Via internet e com um notebook você pode 'matar tempo' ou ter "um salto quântico"  em conhecimento e possibilidades em se auto conhecer.
Como tudo na vida você pode estagnar ou transcender.
Estou surpresa, quanto mais procuro mais acho e a gente acaba se dando conta que muito do que escreve ou diz, já está dito ou pensado.
A sensação é de que tudo já está aí, e não é apenas sensação, sempre esteve, mas agora tudo está ali  e
com direito a nosso acesso. Não se precisa do ingresso, do voo, do afastamento do trabalho para ouvir. Caber apenas dedilhar algumas palavras, dar um enter e ter a paciência de ser capturado pela fala alheia e "ouvir".
Ouvir tem sido o grande desafio.
Muita oferta. Muita companhia brilhante.
Cabe a cada um a decisão se ficará  na comunicação rápida de redes sociais, quanto tempo nela, ou ir fundo muito fundo por exemplo na entrevista abaixo.

Tem muito disponível.
Uma disponibilidade para além de nossa capacidade de consumir, mesmo escolhendo apenas o que cada um classifica de bom para si.
Para quem não conhece, eu internauta, apresento Leandro Karnal: 

https://www.youtube.com/watch?v=GJ2gx1SCUiM

segunda-feira, 21 de março de 2016

Subtitulos inspiradores

Reabri um livro... vou apenas citar alguns de seus subtítulos:

Para sentir:

A alma e o micróbio
De objeto a sujeito
Psiquismo e imunidade
...
O poder da imagem
Carícia e imunologia
Sorrir no coração do absurdo
Fé, amor e saúde
Medicamento essencial

De Jean-Yves Leloup, em Uma arte de CUIDAR.

 

Caos?

Com certeza, como muitos, há uma questão que tem me levado a pensar.
Gosto de livros, gosto de traços e rabiscos que deixo neles...

Rupert Sheldrake  em 1991 já escrevia:

O futuro não é plenamente determinado de antemão; ele é aberto. Na medida em que pode ser modelado matematicamente, tem de sê-lo, em termos de dinâmica caótica. E esse caos , essa abertura, essa espontaneidade e essa liberdade da natureza fornece a matriz da criatividade evolutiva. (Grifos meus)

Imagem relacionada          A magnitude desse mistério é estonteante.

domingo, 20 de março de 2016

Outro Instante!

Caminhando... passei pelos containers de coleta de lixo:

Havia um senhor dentro dele, jovem. Era a coleta seletiva e ele escolhia materiais recicláveis. Alcançava para sua esposa ela dobrava e armazenava na carroça ao lado.
O instante?


Bem paradinho, limpinho, gracioso, pequeno, encostado na parede
estava o filhinho, mais ou menos dois anos.

Minha mente... julgante... pode ver ... e também imaginar ... sem saber...
Estaria o menino assistindo seus pais a trabalhar?

Não tive como atender a preconceitos o rosto do menino estava muito lindo e sereno. Parecia-me que a mamãe teria dito, e ele atendia a recomendação materna: Fique quietinho aí.
Vi uma família.


 

Um instante!


Pela manhã cruzei por um senhor de meia idade e bermuda, e escrevo do Sul, onde a temperatura e os hábitos são o de calças longas.  Ele carregava uma sacola plástica verde dirigia-se a Biblioteca.

               
 
Alegrei-me. Um livro que em retorno tinha deixado seus traços e imagens.

Egos em discurso


 

                Podemos. Podemos misturar letras. Criamos palavras serenas, outras disfarçada ou claramente iradas.

                Podemos. Há o livre arbítrio, temos cordas vocais, temos uma mente ora mais ora menos reflexiva. Somos possuídos por complexos. Alguns reconhecidos e respeitados, já outros, desconhecidos e poderosos.

                Nosso corpo anuncia quando nossa tensão vira dor de cabeça e nossa indignação está se tornando hipertensão.

                Mas nossos egos, sensos de eu, de meu, tomam conta e a alteridade e o outro é visto como separado. O nós versus eles se agiganta faltando talvez um olhar respirado em que se aprofunda ao antes de tudo, humano.  A palavra tempero, ou ainda, a ser conjugada talvez seja respeito.

                Mas, todos sabem que não somos os mesmos frente ao coletivo, quer seja de uma liquidação, quando na torcida de nosso time, sempre que diluídos em uma massa discursiva. Nossa singularidade tende a se misturar em detrimento de nosso verdadeiro Eu.
                Como escolher o humano? O certo? Dentre verdades e mentiras escondidas, como posicionar-se?  Assim como o sabor, o melhor para um, nem sempre é o melhor para o outro.             Em medicina, quando inquirida quanto à normalidade de algo, tenho que, a resposta, tende a ser, é comum, acontece, e, faço o discurso: em medicina, nem nunca, nem sempre.

                Somos humanos medrosos, descuidados de si e dos outros e somos falhos. De hábito discursamos verdades, mas muitas vezes, sem nos dar conta de sua relatividade a consideramos verdade completa.  

                Neste ano no dia da mulher conversamos. E, a organização foi da Biblioteca Municipal me disse: Não trouxemos apenas uma opinião, trouxemos livros lidos. Aproveitei para compartilhar em leitura uma página.

                A caminhada é longa. Aprende-se a misturar e reconhecer letras. Aprende-se a fazer escolhas, aprende-se a sair do morno útero e fazer um caminho responsável e adulto.

                E, aprende-se que há o outro, mas não antes de reconhecer que tive que aprender a caminhar, ler, escrever, sair do conforto, trabalhar e respeitar. 

                O parto dói para a mãe, mas também para o filho, nós filhos que teremos que experimentar os opostos: Facilidades e dificuldades da vida.  A  Natureza nos mostra sabiamente quando a mãe águia a lança seu filho pássaro a voar, ou a gatinha tira seus pequenos levando-as a crescer.   
                Cabem discursos. Cabem indignações, cabem reflexões. Cabe atenção, muita atenção e cuidado consigo e com o outro, em respeito.
Há verde e amarelo e que este sol seja nascente...
 
 
 
 
 

               

sábado, 13 de fevereiro de 2016

Uma pitada de Humildade!

Fragmentos

Queria escrever.
Procurei por um título, ele veio: Fragmentos.

Pergunto-me de que? Musical. De poesias. De histórias, de passado, de memórias, de possibilidades.
Todos querendo ser inteiros e todos sendo fragmentos.
Fragmentos que tem momentos fragmentados em que até parecem inteiros e poderosos.  Mas, a unidade logo será fragmentada. É a vida.

Procura-se por diferentes paisagens literárias, turísticas, momentos de êxtase, que vão de um espreguiçar-se a uma grande conquista. Mas,  a unidade logo será fragmentada e será novamente um fragmento do todo, ansiado para ser um com o todo.

Atualizamos. Aprofundamos. Criamos em nós a sensação de totalidade e instantes depois estamos a nos maquiar, vestir, enfeitar, usar do poder da matéria pois nossa totalidade fragmentou e nos colocou na grandeza da pequenez humana.



https://www.youtube.com/watch?v=p86BPM1GV8M


To live in the hearts we leave behind is to never die!

domingo, 31 de janeiro de 2016

Anos na vida!


A vida é curta! Anos voam ou nos distraímos demais? Somos seres entretidos e desatentos a passear pelos anos?

Há poucos dias conversando e brincando com crianças uma me disse: Já?  

E seguimos...

Para as coisas boas passa rápido e a pequena de 5 anos foi entrando na conversa e  percebi que o quanto ela já sabe com respeito a relatividade do tempo. Esperar demora e brincar passa rápido... Fomos seguindo e quase em filosofia falamos da Natureza do tempo.

Estou novamente relendo um livro, e em 07 de fevereiro de 1997, deixei dedicado a ele as seguintes palavras: Existem livros que aguardam pacientemente pela hora de serem lidos. Ele já estava comigo por pelo menos dois anos. Bem, reabro após novos 18 anos.  Tenho o hábito de rabiscar e conversar com os livros, este, internamente está praticamente virgem, alguns pontinhos, porém agora, ele está de papo comigo.  Agora, vinte anos depois, muitos caminhos distintos percorridos talvez seja o momento deste entendimento. Quiçá!

Somos sim, seres distraídos que acreditamos termos nascido para passear por um parque de diversões, ou um Éden de direito adquirido e deixamos passar preciosidades, enquanto escolhemos caminhos coloridos. Enquanto isto ALGO nos acorda.

Retomo a vida é curta? O que importa? Se é que é? E quando termina? Termina? Sabemos tão pouco.   Talvez, o que importe, seja perceber um significado para a  vida, aqui e no agora mutante, junto ao Universo maior.



 

 

Sonhos trazem notícias!


Sonhos trazem notícias! Deixar o sonho bailar?

 

O que queremos é sonhar com os anjinhos, mas nem sempre é isto que acontece. Eles trazem imagens, movimentos, visitas, enredos, e, emoções. Tocam-nos com medo, alegria, coragem de herói, nos levam a dançar e também a fugir. Contam de nós a nós mesmos.

 
Caímos na tentação em interpretá-los e com isto pode-se perder a essência.

Nesta noite tive um sonho, não posso trata-lo com desrespeito, trata-se de uma mensagem à psique consciente. Ele me colocou frente a uma verdade de vida e senti muito medo. Nele recebi a visita de minha primeira analista, que sentou frente a cama enquanto eu a colocava a par de meus estudos e escritos, como quem deixa seu legado, visitei colega e compartilhei meu sentir.

Acordada e ainda imersa eu passeio por partes dele. E acordada? O que eu pensava que sentiria nesta situação? E olhando para os sonhos da semana, o que os deuses, ou ainda, o inconsciente estaria querendo mostrar, complementar, corrigir em minha ideia consciente e limitada? Percebo que há um tema.  

Foi uma noite intensa e com potencial transformador. Há que se ter cuidado para não literalizar e com isto perder a essência, tirar a crisálida do casulo antes desta se tornar borboleta.  

O caminho carinhoso aos sonhos e com paciência e atenção.  Eles dão notícias e  muitas vezes nos atualizam de nós mesmos.  Acordados, deixemos que suas imagens bailem a nossa frente. uma bailado, muitas vezes sem cores, mas, com imagens e emoções que falam de nós para nós mesmos.