A rivalidade - na qual adentram ciúme e inveja - é então a sombra da intimidade e da cooperação; fere diretamente nossa capacidade de "familializar-nos", lançando-nos no " exílio". É com o irmão que aprendemos a dividir, compartilhar, onde aprendemos horizontalidade nas relações; portanto, a sensiblidade para a igualdade começa aqui. a rivalidade entre irmãos, essa ferida na igualdade, afeta profundamente nossa habilidade posterior de compartilhar e dividir, de pertencer e estar nos grupos, nas vizinhanças. Afeta portanto a amplitude da alma no mundo horizontal. em outras palavras, afeta nossa experiência de comunidade.
Mas é por meio dessa sombra que somos, por outro lado, também iniciados nas distinções entre amigo-inimigo, que é o aspecto mais avançado das distinções que devemos fazer entre companheiro-adversário, familiar-estranho, alteridade-singularidade. [...]
O irmão é a base arquetípica para a construção do Outro, e para a recriação de uma ideia e um sentido de comunidade dentro das novas ordens do Ocidente contemporâneo. p.56.
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