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Objetiva o autoconhecimento como forma de lidar de modo criativo com nossos problemas.

São eventos capazes de ajudar-nos a encontrar caminhos para nossas vidas.

Médica em Carazinho- RS desde 1984, hoje exerce ginecologia e psicoterapia junguiana.


sexta-feira, 2 de outubro de 2020

Redenção em rumor!

Estava lendo Jung. Certo momento, ele se refere a um “rumor” que algo deseja encarnar no ser humano. “Algo deseja penetrar em nosso mundo, algo redondo, algo como o sol, algo dourado, algo superior, uma totalidade que o homem não possui”. Também percebo este rumor, Ele continua: "Querem nos dar bons conselhos, ajudar-nos ou quem sabe ajudar-nos a emigrar. Pois são todas elas pequenas naves de salvador que vêm do céu e que desejam nos redimir de nosso estado embrutecido". C.G.Jung em 1959. Sempre é uma delícia quando encontramos ressonância entre nosso sentir e nossa leitura. Os rumores vêm aparecendo de todos os lados. Parece-nos estar em estado embrutecido o que, com a ampliação de nosso olhar para os lados, acima e abaixo percebemos. estas naves, provindo do céu a nos redimir. São inúmeros movimentos em prol de nosso des-embrutecer nosso humanizar. A inspiração artística tem mostrado. Um foi o filme "Melancolia", o diretor já mostrava um homem perdido. Alegra-me saber que se pode escolher para onde dirigir o nosso olhar. Nesta fala ele acrescentava: "Só sei que uma série de histórias está vindo à tona agora, histórias que durante anos permaneceram numa zona escura, sobre as quais não se sabia nada". "Este é o mito que vale hoje". Vamos inspirar, este momento?

sexta-feira, 7 de agosto de 2020

Você quer sutilizar? Hoje eu quero.

Você quer sutilizar? Hoje eu quero. Afinal do seu se trata? Simples assim, posso ser denso, pesado, lento, hipotireoideo com todo meu metabolismo físico-psíquico- emocionais e mentais lentos. Ou? Posso ao olhar para o céu, para o mundo ser acessado por uma vibração alta. Não há necessidade de ruídos altos, graves e sim de perceber a luz que nos habita. Vibramos anos colados na matéria. No palpável. Apropriável. Até que uma nova orquídea nasce ou passa um beija-flor. Ora, poderei dizer são feitos de matéria. Acrescento, e onda. Tocam sem contato físico em espaços luminosos, nossos e de todos. Experimente entrar em um espaço borrifado com uma fragrância. Um humor. Uma leveza. Um silêncio. Uma só nota. Uma harmonia musical. Sua harmonia interna. Existe. Há um espectro. Do denso ao sutil, podemos escolher onde se situar, somos o observador. Existe infinitas possibilidades e estão acessíveis. Você quer ser acessado? Tocado mesmo sem o toque físico? Ser sutil e transcendente?

segunda-feira, 3 de agosto de 2020

Olhar ampliado.

Olhando para frente. Logo ali. Mesmo que o hábito tenha sido o raciocínio científico e as explicações constem no modo de ver. É possível ver como a expansão de um perfume. Ele penetra. Costumo cozinhar. Ao terminar cheiro minha blusa e acabo tendo que trocar está cheirando a vapores e gorduras. Mas não vi. Percebi pelo odor. Poderia ser uma fragrância em flagrante. Procuro uma imagem para este olhar ampliado, pois as palavras como escreveu V.H. Mãe: “As palavras são objetos magros incapazes de conter o mundo”. O que está aqui ou lá, que ainda não vejo, cheiro, ouço e nem mesmo me arrepio? Imagino? Querer saber além ou deixar que aconteça. Talvez possa me permitir questionar: O que emerge? A vida pode ser distraída ou atenta. Mesmo atentas, nossos sentidos podem ser ampliados. Um olhar para além da retina e até mesmo dos instintos institucionalizados. Jung, já acrescentou para nós o instinto da criatividade. O que vem a seguir? Distinguirmos teias? Ampliar seria transcender? Um nível crítico de humanos está se permitindo abrir-se para além do mental. Deixar-se tocar. Na falta de palavras, na falta de imagens, recuei ao dizer olhar ampliado, talvez deva escrever um algo, aberto, receptivo ao numinoso?

sexta-feira, 31 de julho de 2020

SENTIDO DE VIDA E O MITO PESSOAL

Uma vida com sentido. Uma vida com finalidade ou uma direção. Encontrei este sentido em minha vida? Esta resposta só poderá ser respondida por si mesmo. Este se movimenta. A cada passo poderá surgir novo sentido ou objetivo, ainda nublado ou já claro. Parece-me que objetivo seria a seta que nos move através de um fio condutor muitas vezes desconhecido que é o sentido para cada um. À medida que fui andando, fui percebendo a individualidade de cada um. Modelados pela história familiar, expectativas projetadas, o espírito da época, passamos muito tempo de nossas vidas ofuscados para o essencial. Embora pareça estarmos despertos passamos distraídos de nós mesmos, seguindo alguns caminhos não escolhidos de forma consciente. Ao olhar para trás no tempo percebe-se com gratidão a algo, que nos levou a ser e fazer esta vida. Acorda-se para as sincronicidades que levaram a dar valor a nossa história e vida. Aos poucos vamos deixando para trás conteúdos, experiências, conhecimentos, alguns com tanto esforço conquistados. Serão necessários novamente? Estarão acrescidos em mim. Petrificarão, será uma abelha seca no meu mel? Marcas apenas para o acaso? Sei que não. Aquele caminho de jovem, aquela descida com pedrinhas que precisei da mão da avó, enquanto ela repetia que devia ter cuidado nas descidas. Seria apenas um cuidado para aquela idade ou um aprendizado para a vida? Uso corrimões. Uso mãos. Usarei bengala. E na derradeira descida talvez já tenha aprendido, ou ainda, deseje um condutor. O estudo de línguas, teoria e solfejo musical, um pouco de piano, subir em árvores, fazer crochê, pão, bater manteiga, plantar folhagens, pequenas costuras, olhar em microscópios, dissecar, operar, parir e ser parida? Ir a festas? Seriam aprendizados caminho? A palavra sentido para mim vem junto com propósito, essência e direção. Tenho dentro de mim muito forte que minha vida foi o presente ao qual não me cabe desperdiçar. Há um fazer colado ao ser. Um ser que faz. Um ser-fazendo. Então entro no sentido enquanto direção. Um eterno movimento. Um movimento consciente e responsável. Mesmo que me movendo para outras paisagens externas a essência, o eu interno vai junto. Enquanto houver corpo, eu sinto esta essência no peito. Ora aperta em outros fica leve e alegre. Refleti. Observando vida e pessoas, eu percebi que, mesmo tendo referências desde a mais tenra idade existe o meu modelo. Muitos são os caminhos e cada um o trilhará a seu modo. Cada vez mais percebo no Espírito da Época, o florescer na busca de sentido. Livres para se individuar. Um alinhamento com o que se é. Não cabe imitar, há que se validar. O valor em si. A difícil arte de se fidelizar, esquivar das distrações, guloseimas da vida, segurando com as mãos do equilíbrio. Dificuldades e alegria. Apesar de tantas interferências com sintonia podemos ouvir a nossa sinfonia aquela que nos guia a Mito Pessoal.

segunda-feira, 27 de julho de 2020

Desembaçando Sonhos!

Os sonhos vêm. A fala do inconsciente a acordar o consciente. Como assim? Os sonhos são como que oráculos noturnos que trazem gemas preciosas. Acordamos e não lembramos. Algumas vezes ficam fragmentos. Areia de ouro. Ah! Se ouro desperdiçaríamos? Sonhos são conteúdos psíquicos repletos de significado. Sonhos não esperam ser interpretados, mesmo que inadvertidamente seja assim dito. O trabalho analítico amplia. Hoje desembaçando meu sonho da noite, percebi que poderia dizer que ampliar é semelhante à leitura de um livro em que a gente sublinha, rabisca, coloca asteriscos, marcar. Ao contar alto, para si, para parceiro, para analista um sonho. Ele recebe atenção. Ele se torna onda sonora, que bate e ressoa. Cria aroma. Cria cor. Cria imagem em desenho. Chamamos de amplificação. Talvez libertação da forma para um mundo aerado e iluminado da consciência. E, a partir de um pequeno fragmento deste ouro noturno extraído da mina inconsciente, virão novos e novos. E, como tomos de livros vão agregando de forma a se revelar. Tomografia imagens em série, neste caso imagens radiográficas. Uma sonhografia? Até que o valor seja apreendido? E, a IMAGEM se apresentará.

sábado, 20 de junho de 2020

Sonhos com o acontecido.

"O sonho jamais se resume a uma repetição de vivências anteriores" ...A exceção um sonho de choque, se repete como a provar o efeito traumático. Isto acontece principalmente nos processos de cura. Portanto o sonho não vem para contar de novo algo que você já viveu. Muitas pessoas dizem: Sonhei exatamente com aquilo que já tinha acontecido. Simplifica quase banalizando. Deixa o envelope fechado, com a mensagem lacrada sobre a mesa. A mensagem do sonho é o presente. Talvez o tesouro, sob forma de chave, escada ou emoção. Tendemos a ficar na zona de conforto, não receber as notícias da noite a aventurar-se. Deixar os Sonhos fora de nossa agenda diária é quase esquecer de si mesmo.

sexta-feira, 29 de maio de 2020

NOVOS TEMPOS

NOVOS TEMPOS Um tempo ainda não experimentado nesta consciência. Um tempo em que dá tempo. Um tempo em que não há desculpa a ele. Um tempo em que dá tempo. Novos tempos. Tempos lentos. Tempos sentidos no peito. Tempos sentidos na palma das mãos. Tempos parados Tempos sobrecarregados Tempos de projeções em lives Tempos de provar-se vivo Provar-se pertencente Novos tempos Tempos para si Aquietar Reconhecer-se Tempo para se curar Curar de si Tempo de abraço Laço com o medo Laço com o agora Novos tempos Desconhecido remédio Assemelha ao silencio Toca e foca ao que importa Mas, ai que medo. Novos tempos Eu comigo. Eu sem live. Eu sem tu, sem nós. Tempo presente em presente. Que encontro!

terça-feira, 7 de janeiro de 2020

Congresso AJB 2019- Um depoimento pessoal

Deixei em 2019 este convite: Compartilho parte do que experimentei. O congresso passou. Passou, mas ficou e ressona entre as centenas de pessoas que se misturaram lá. Fui intensamente tocada e impregnada pela energia circulante. Já no segundo dia lágrimas marejavam pelos carinhos sutis que minhas retinas receberam. Ousaria dizer imagens aromáticas, petaladas. Entreguei-me com profundidade ao que ouvia, via e partilhava. Uma confissão: Houve o dia que procurei por silêncio na Natureza e apenas encontrei uma sorveteria. Sou diabética, precisei de um sorvete, escolhi de limão siciliano. Não poderia deixar de agregar algo ao meu sentir do momento. Doce demais, tive que olhar, refletir e desprezar metade dele. Como foi difícil descartá-lo. Em crescência e profundidade de minha interação não dei conta. Os céus nos abençoaram e recebemos chuvinhas finas nos cabelos, e, isto nos mantinha atentos ao ali e agora. Um dia antes, embora seja uma ávida por saberes, era chegada a hora e decidi: Voltei antes. Meu intelecto talvez ainda me tente com o que perdi, e sim, haviam duas palestras que meu ego não perderia. Enquanto isto minha alma disse: Deu e retornei.
Simples assim? Criar consciência? Um pequeno divagar. Profetiza-se adquira autoconhecimento. Conheça a si mesmo. Inicia com ele um desenrolar de entendimento e que se torna dia a dia mais amplo, mais complexo parecendo que a simplicidade se perde. Acrescente cores a sua vida e ela te gerará escolhas. Nós analistas, trabalhamos nisto, e não foram poucas as vezes que paramos e concluímos, parecia tão fácil antes: Eu não sabia. É, mas: Agora sei. Abrir caixas mostra conteúdos. Deixá-las fechadas, nos passa a ideia de descompromisso, não responsabilidade, o nada a ver comigo. Iniciar uma Análise. Ato corajoso. Ato profundo e indescritivelmente valoroso. Uma vez começado ele seguirá reverberando o que costumo chamar de “chip interno” e ficará praticamente impossível, fazer uso da imagem dos três macaquinhos. O que tapa os ouvidos e não ouve seus olhos e não veem e sua boca e não falam. Cria-se no ser a caminho da consciência a noção do ato, o quê e como ouvir, ver e falar. Somado as novas afirmações internas: Eu também. Estou projetando. Isto me pertence. Isto não me pertence. Menos, mais e medida. Com maior frequência do que se imagina o desejo de voltar atrás acomete aqueles que ousaram saber e abrir suas caixinhas. Sorte nossa que habitualmente elas se abrem aos poucos, mas existem clarões que retiram a visão e geram labirintites. E agora? A resposta que me dou, e costumo dar tem sido: “Respira, respire isto. Conecte-se, inicialmente com o centro da terra. A lei da gravidade não foi desligada”. Enfim, necessita-se de um lapso de tempo. Para quê então? Vou responder do meu jeito. Existem caminhos traçados. O presente do livre arbítrio tem nos permitido trocar, começar, recomeçar, inventar e criar. Novos caminhos estão sendo criados. Sem certo, nem errado. Com a presença da luz interna e ouvido interno um reclame pode se tornar em entendimento grato. Caminhantes conduzem. E ao levar a nós mesmos e nossos entes de volta ao caminho da integração se inicia o reconhecimento de que existe uma harmonia pré-estabelecida. Sim, acredito existir um Princípio Universal de ordenação e significado no Cosmo. Eu acredito.

domingo, 5 de janeiro de 2020

Sentada com Jung

Nas palavras de Jung: "Quem não tem entendimento, use de sua visão interior, de seu ouvido interior para penetrar no coração das coisas, e não precisará de conhecimento intelectual. [ ] Está é uma alusão ao conhecimento absoluto do inconsciente, ou à presença de eventos macrocósmicos."