Paginas


Objetiva o autoconhecimento como forma de lidar de modo criativo com nossos problemas.

São eventos capazes de ajudar-nos a encontrar caminhos para nossas vidas.

Médica em Carazinho- RS desde 1984, hoje exerce ginecologia e psicoterapia junguiana.


terça-feira, 7 de janeiro de 2020

Congresso AJB 2019- Um depoimento pessoal

Deixei em 2019 este convite: Compartilho parte do que experimentei. O congresso passou. Passou, mas ficou e ressona entre as centenas de pessoas que se misturaram lá. Fui intensamente tocada e impregnada pela energia circulante. Já no segundo dia lágrimas marejavam pelos carinhos sutis que minhas retinas receberam. Ousaria dizer imagens aromáticas, petaladas. Entreguei-me com profundidade ao que ouvia, via e partilhava. Uma confissão: Houve o dia que procurei por silêncio na Natureza e apenas encontrei uma sorveteria. Sou diabética, precisei de um sorvete, escolhi de limão siciliano. Não poderia deixar de agregar algo ao meu sentir do momento. Doce demais, tive que olhar, refletir e desprezar metade dele. Como foi difícil descartá-lo. Em crescência e profundidade de minha interação não dei conta. Os céus nos abençoaram e recebemos chuvinhas finas nos cabelos, e, isto nos mantinha atentos ao ali e agora. Um dia antes, embora seja uma ávida por saberes, era chegada a hora e decidi: Voltei antes. Meu intelecto talvez ainda me tente com o que perdi, e sim, haviam duas palestras que meu ego não perderia. Enquanto isto minha alma disse: Deu e retornei.
Simples assim? Criar consciência? Um pequeno divagar. Profetiza-se adquira autoconhecimento. Conheça a si mesmo. Inicia com ele um desenrolar de entendimento e que se torna dia a dia mais amplo, mais complexo parecendo que a simplicidade se perde. Acrescente cores a sua vida e ela te gerará escolhas. Nós analistas, trabalhamos nisto, e não foram poucas as vezes que paramos e concluímos, parecia tão fácil antes: Eu não sabia. É, mas: Agora sei. Abrir caixas mostra conteúdos. Deixá-las fechadas, nos passa a ideia de descompromisso, não responsabilidade, o nada a ver comigo. Iniciar uma Análise. Ato corajoso. Ato profundo e indescritivelmente valoroso. Uma vez começado ele seguirá reverberando o que costumo chamar de “chip interno” e ficará praticamente impossível, fazer uso da imagem dos três macaquinhos. O que tapa os ouvidos e não ouve seus olhos e não veem e sua boca e não falam. Cria-se no ser a caminho da consciência a noção do ato, o quê e como ouvir, ver e falar. Somado as novas afirmações internas: Eu também. Estou projetando. Isto me pertence. Isto não me pertence. Menos, mais e medida. Com maior frequência do que se imagina o desejo de voltar atrás acomete aqueles que ousaram saber e abrir suas caixinhas. Sorte nossa que habitualmente elas se abrem aos poucos, mas existem clarões que retiram a visão e geram labirintites. E agora? A resposta que me dou, e costumo dar tem sido: “Respira, respire isto. Conecte-se, inicialmente com o centro da terra. A lei da gravidade não foi desligada”. Enfim, necessita-se de um lapso de tempo. Para quê então? Vou responder do meu jeito. Existem caminhos traçados. O presente do livre arbítrio tem nos permitido trocar, começar, recomeçar, inventar e criar. Novos caminhos estão sendo criados. Sem certo, nem errado. Com a presença da luz interna e ouvido interno um reclame pode se tornar em entendimento grato. Caminhantes conduzem. E ao levar a nós mesmos e nossos entes de volta ao caminho da integração se inicia o reconhecimento de que existe uma harmonia pré-estabelecida. Sim, acredito existir um Princípio Universal de ordenação e significado no Cosmo. Eu acredito.

domingo, 5 de janeiro de 2020

Sentada com Jung

Nas palavras de Jung: "Quem não tem entendimento, use de sua visão interior, de seu ouvido interior para penetrar no coração das coisas, e não precisará de conhecimento intelectual. [ ] Está é uma alusão ao conhecimento absoluto do inconsciente, ou à presença de eventos macrocósmicos."