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Objetiva o autoconhecimento como forma de lidar de modo criativo com nossos problemas.

São eventos capazes de ajudar-nos a encontrar caminhos para nossas vidas.

Médica em Carazinho- RS desde 1984, hoje exerce ginecologia e psicoterapia junguiana.


domingo, 23 de setembro de 2012

Citando Jung: Alguns pais não sabem o que fazem...

Jung, em §730 Freud e Psicanálise aponta comportamentos mais frequente do que imaginamos ou percebemos...

Os pais que criticam qualquer manifestação de independência emocional de seus filhos, que mimam suas filhas com erotismo camuflado e tirania sentimental, que tutelam seus filhos forçando-os a determinada profissão e a um casamento "conveniente"; as mães que, já no berço excitam seus filhos com exagerado carinho, que transformam depois em bonecos escravos e, ao final, estragam a vida amorosa deles por ciúmes: todos eles, em princípio, agem como aquele estúpido e grosseiro camponês. (citado no caso)
Eles não sabem o que estão fazendo; não sabem que, sucumbindo à compulsão, eles a passam aos filhos, tornando-os escravos dos pais e do inconsciente.
Esses filhos continuarão vivendo por longo tempo na esteira dos pais, mesmo que estes já tenham falecido. "Não sabem o que fazem".
O inconsciente é o pecado original.

A força do destino... citando Jung


Se alguém estiver disposto a ver uma força demoníaca do destino em ação pode vê-la nestas lúgubres e silenciosas tragédias que acontecem lenta e dolorosamente nas almas doentes de nossos neuróticos.

Alguns libertam-se passo a passo, lutando constantemente contra os poderes invisíveis, das garras do demônio que empurra os incautos de um destino cruel para outro; outros se levantam e conquistam aa liberdade para serem, depois novamente engolidos pelos antigos meandros da neurose.

... Quando nós, normais, examinamos nossa vida, percebemos que uma mão poderosa nos guia, sem errar, para nosso destino;  e nem sempre esta mão é bondosa.  §727 de Freud e Psicanálise.

Em nota de rodapé:
"Entretanto, cremos ser donos de nossos atos a qualquer momento.
Mas quando olhamos para o passado e comparamos os passos infelizes com os bem sucedidos, não entendemos como pudemos fazer ou deixar de fazer alguma coisa; até parece que uma força estranha guiou nossos passos. Por isso diz Shakespeare:
Fate show thy force: ourselves we do not owe;
What is decreed must be, and be this so.

***

Destino, mostra a tua força: Nós não nos pertencemos;
O que foi decretado deve ser, e que assim seja.  




Citação Junguiana: A importância do pai no destino do indivíduo

Ducunt volentem fata, nolentem trahunt - Os que têm vontade, o destino os conduz; os que não têm, o destino os arrasta.

Jung iniciou o §693 de Freud e Psicanálise: A importância do pai no destino do indivíduo, com a citação acima.  Segue dixzendo:
O relacionamento com os pais é, de fato, o canal infantil por excelência por onde flui de volta a libido ao encontrar obstáculos na vida posterior e por meio do qual revive os conteúdos psíquicos da infância, já há de muito esquecidos.
Segue: Sempre é assim na vida humana: quando voltamos para trás diante de um obstáculo grande demais, de uma decepção muito ameaçadora ou do risco de uma decisão muito importante, então a energia acumulada para resolver a tarefa flui de volta e tornar a encher os leitos, os sistemas obsoletos do passado.

no §701 continua

O tentar encobrir o problema familiar e a absorção do afeto negativo do caráter dos pais pode, sem dar na vista, fixar-se bem no íntimo da pessoa sob a forma de inibições e conflitos que ela mesma não entende.
...Naturalmente, a fonte de perturbação infantil de adaptação é o relacionamento afetivo com os pais. É uma espécie de contágio psíquico, causado, como sabemos, não por verdades lógicas, mas por afetos e suas manifestações corporais. No tempo de formação mais intensa, isto é, do primeiro ao quinto ano, todas as características essenciais que cabem exatamente no molde dos pais já se desenvolveram; pois como nos ensina a experiência, os primeiros sinais do futuro conflito entre a constelação dos pais e a autonomia individual ocorrem, via de regra, antes do quinto ano.