Paginas


Objetiva o autoconhecimento como forma de lidar de modo criativo com nossos problemas.

São eventos capazes de ajudar-nos a encontrar caminhos para nossas vidas.

Médica em Carazinho- RS desde 1984, hoje exerce ginecologia e psicoterapia junguiana.


domingo, 1 de maio de 2011

A segunda metade da vida... Um novo olhar!

Jung em a Natureza da Psiquê §784,  se refere a segunda metade da vida dizendo:

       O pior de tudo é que pessoas inteligentes e cultas vivem sua vida sem conhecerem a possibilidade de mudanças. Entram inteiramente despreparadas na segunda metade de suas vidas. Ou existem, porventura universidades que preparem essas pessoas para sua vida futura e para suas exigências, da mesma forma como há universidades que introduzem os jovens no conhecimento do mundo e da vida? Não! Entramos totalmente despreparados na segunda metade da vida, e, pior do que isto, damos este passo sob a falsa suposição de que nossas verdades e nossos ideais continuarão como dantes. Não podemos viver a tarde de nossa vida segundo o programa da manhã, porque aquilo que era muito na manhã, será pouco na tarde, e o que era verdadeiro na manhã, será falso no entardecer. Tratei um número muito grande de pessoas idosas e olhei para dentro da câmara secreta de suas almas para não mudar de idéia.

***

§785  O homem que envelhece deveria saber que sua vida não está em ascensão nem em expansão; mas um processo interior inexorável produz uma contração da vida. Para um jovem constitui quase um pecado ou, pelo menos, um perigo ocupar-se demasiado consigo próprio, mas para o homem que envelhece é um dever e uma necessidade dedicar atenção séria ao seu próprio Si-mesmo. Depois de haver esbanjado luz e calor sobre o mundo, o Sol recolhe os seus raios para iluminr-se a si mesmo. Em vez de fazer o mesmo, muitos indivíduos idosos preferem ser hipocondríacos, avarentos, dogmatistas e laudatores temporis acti (louvadores do passado) e até mesmo eternos adolescentes, lastimosos sucedâneos da iluminação do Si-mesmo, consquência inevitável da ilusão de que a segunda metade da vida deve ser regida pelos princípios da primeira. Os grifos são meus.

***

2 comentários:

Aida disse...

Sempre perguntamos às crianças: O que você quer ser quando crescer?
Mas nunca questionamos sobre o que querem ser quando forem velhos porque
não aprendemos a fazer projetos p esta fase da vida. A maioria das pessoas vivem como se nunca fossem chegar à velhice.

M. Denise Vargas disse...

Vou me permitir te dar um depoimento.
Sempre ouvi de meu pai, principalmente com a chegada o Alzheimer: Perdi o pai quando tinha 5 anos...
Perdi ele, digo, não posso sentir mais o seu calor físico, no dia 3 de maio.
Sabe o que tenho pensado... Meu pai ficou velho, bem velho, influenciou-me, amei e fui amada por ele até meus 55 anos.
Chego a pensar que sim, houveram projetos para a velhice, mas de forma inconsciente.
Vivemos intensamente. Cantamos e assoviamos juntos no dia que ele faleceu.
Amei vê-lo velho conosco e estou a mil...
Ocupada com planos que cabe a Deus deixá-los se realizarem.
E te respondo quando eu for velha, se para alguns mais jovens ainda não sou...
Quero amar!
Beijo