Hermann Hesse escreveu Demian em 1925, já se passaram 86 anos e ainda ressona em mim.
Cito um trecho da introdução:
Para relatar a históra de minha vida, devo recuar alguns anos. Se me fosse possível, deveria retroceder ainda mais, à primeria infância, ou mais ainda, aos primórdios de minha ascendência. [...]
Assim, a história de cada homem é essencial, eterna e divina, e cada homem, ao viver em alguma parte e cumprir os ditames da Natureza, é algo maravilhoso e digno de toda a atenção. Em cada um dos seres humanos o espírito adquiriu forma, em cada um deles a criatura padece, em cada qual é crucificado um Redentor.....]
Não creio ser um homem que saiba. Tenho sido um homem que busca, mas já agora não busco mais nas estrelas e nos livros: começo a ouvir os ensinamentos que meu sangue murmura em mim.[...]
A vida de todo ser humano é um caminho em direção a si mesmo, a tentativa de um caminho, o seguir de um simples rastro. Homem algum chegou a ser completamente ele mesmo; mas todos aspiram a sê-lo, obscuramente alguns, outros mas claramente cada um como pode. [...]
Assim é que podemos entender-nos uns aos outros, mas somente a si mesmo pode cada um interpretar-se.
p.s. Os grifos são meus, embora não tenha nada que não merecesse um grifo.
Cabe então interpretar-se, dentro de sua história eterna, divina e maravilhosa... Seguir um simples rastro.
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