Mas...Contos de fadas são para crianças.
Será? Apenas para elas?
Mesmo pensando assim, que tal brincar um pouco? Iniciar tentando lembrar-se de algum conto de sua infância que não tenha esquecido. Você ainda está preso a ele? Ele ainda te toca, afeta? Envolve? Eles acordam em nós mesmos imagens que tem a ver com a gente.
Sempre sofri muito com Joãozinho e Mariazinha, madrastas sempre me assustaram. Perder-me numa floresta. Um conto de fada leva a gente a pensar na gente e na nossa vida, em nossas necessidades, em nossa sobrevivência, em nossos aspectos patinho feio, nossos aspectos desprezados muitas vezes por nós mesmos. Aprendi que havia príncipe, princesas, mas também sapos e dragões. Tive medo da casinha de palha de um porquinho, mas soube que existia a possibilidade de fazer uma mais forte. O lobo engolir a vovozinha, já me mostrava em tenra idade que devia me cuidar com os estranhos, hoje presentes por trás da webcam e nos muitos sites de internet.
Eles nos inspiram, eles nos mostram que existe e existirão sempre novas necessidades em nossas vidas. Não dizem direto com o dedo do conselho impositivo, trata-se do personagem no conto, o animal, o rei, a rainha, os modelos... Modelos presente em minha vida e que algumas vezes necessitam ser atualizados.
Não se pode levar a vida sem nos modificarmos, nos contos sempre tem uma tarefa. Assim como na vida, existe um enredo, uma tarefa, períodos difíceis e de sofrimento, tem um tempo para que as coisas sejam transformadas, ora pelos heróis, ora pelo fator tempo.
A gente se vê enfeitiçado outras vezes encantados...
Mas temos que nos libertar, assim como na vida. A fantasia do conto nos aponta para possibilidades.
Bem, agora vou ler um conto. Afinal ainda tenho dentro de mim uma criança que quer brincar e uma adulta em eterna necessidade em se transformar.
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