Recebi e-mail de Simone Magaldi. Trata-se da citação de Jung
que tem tudo a ver com a contemporaneidade.
"A situação de uma época como a nossa, conturbada em alto grau pelas paixões políticas, abalada pelo caos de revoluções de Estado e pela derrocada dos fundamentos de sua cosmovisão, afeta de tal maneira o processo psíquico do indivíduo que o médico (terapeuta) não pode deixar de dedicar uma atenção especial aos efeitos que provoca na psique individual. A avalanche dos acontecimentos de uma época não é perceptível apenas no lado de fora, isto é, no mundo exterior e distante. Ela atinge também a tranquilidade do consultório e a privacidade das consultas médicas. O médico (terapeuta) é responsável por seus pacientes e por isso não pode de maneira alguma se isolar na ilha distante e tranquila de seu trabalho científico. Precisa descer à arena dos acontecimentos do mundo e participar da luta das paixões e opiniões, pois do contrário só conseguirá perceber as inquietações do seu tempo de modo distante e impreciso, tornando-se incapaz de compreender ou mesmo de ouvir o sofrimento de seus pacientes. Ele não saberá qual a linguagem mais adequada para lidar com o paciente e retirá-lo do isolamento em que se encontra, já que a sua incompreensão reforçará ainda mais esse estado. Por essa razão, o terapeuta não pode prescindir de uma discussão com o seu tempo por mais que o alarido político, o embuste da propaganda e o grito desafinado dos demagogos lhe causem repugnância. O que aqui ressaltamos não são os seus deveres de cidadão que exigem algo semelhante mas, essencialmente, os seus deveres como médico (terapeuta) que lhe impõem uma obrigação ainda mais elevada, o compromisso com o HOMEM."
que tem tudo a ver com a contemporaneidade.
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Livro: Aspectos do Drama Contemporâneo.
Carl Gustav Jung
Muito importante esta reflexão de Jung, tão atual como os dias que estamos vivendo:
"A situação de uma época como a nossa, conturbada em alto grau pelas paixões políticas, abalada pelo caos de revoluções de Estado e pela derrocada dos fundamentos de sua cosmovisão, afeta de tal maneira o processo psíquico do indivíduo que o médico (terapeuta) não pode deixar de dedicar uma atenção especial aos efeitos que provoca na psique individual. A avalanche dos acontecimentos de uma época não é perceptível apenas no lado de fora, isto é, no mundo exterior e distante. Ela atinge também a tranquilidade do consultório e a privacidade das consultas médicas. O médico (terapeuta) é responsável por seus pacientes e por isso não pode de maneira alguma se isolar na ilha distante e tranquila de seu trabalho científico. Precisa descer à arena dos acontecimentos do mundo e participar da luta das paixões e opiniões, pois do contrário só conseguirá perceber as inquietações do seu tempo de modo distante e impreciso, tornando-se incapaz de compreender ou mesmo de ouvir o sofrimento de seus pacientes. Ele não saberá qual a linguagem mais adequada para lidar com o paciente e retirá-lo do isolamento em que se encontra, já que a sua incompreensão reforçará ainda mais esse estado. Por essa razão, o terapeuta não pode prescindir de uma discussão com o seu tempo por mais que o alarido político, o embuste da propaganda e o grito desafinado dos demagogos lhe causem repugnância. O que aqui ressaltamos não são os seus deveres de cidadão que exigem algo semelhante mas, essencialmente, os seus deveres como médico (terapeuta) que lhe impõem uma obrigação ainda mais elevada, o compromisso com o HOMEM."
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