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Objetiva o autoconhecimento como forma de lidar de modo criativo com nossos problemas.

São eventos capazes de ajudar-nos a encontrar caminhos para nossas vidas.

Médica em Carazinho- RS desde 1984, hoje exerce ginecologia e psicoterapia junguiana.


domingo, 20 de março de 2016

Egos em discurso


 

                Podemos. Podemos misturar letras. Criamos palavras serenas, outras disfarçada ou claramente iradas.

                Podemos. Há o livre arbítrio, temos cordas vocais, temos uma mente ora mais ora menos reflexiva. Somos possuídos por complexos. Alguns reconhecidos e respeitados, já outros, desconhecidos e poderosos.

                Nosso corpo anuncia quando nossa tensão vira dor de cabeça e nossa indignação está se tornando hipertensão.

                Mas nossos egos, sensos de eu, de meu, tomam conta e a alteridade e o outro é visto como separado. O nós versus eles se agiganta faltando talvez um olhar respirado em que se aprofunda ao antes de tudo, humano.  A palavra tempero, ou ainda, a ser conjugada talvez seja respeito.

                Mas, todos sabem que não somos os mesmos frente ao coletivo, quer seja de uma liquidação, quando na torcida de nosso time, sempre que diluídos em uma massa discursiva. Nossa singularidade tende a se misturar em detrimento de nosso verdadeiro Eu.
                Como escolher o humano? O certo? Dentre verdades e mentiras escondidas, como posicionar-se?  Assim como o sabor, o melhor para um, nem sempre é o melhor para o outro.             Em medicina, quando inquirida quanto à normalidade de algo, tenho que, a resposta, tende a ser, é comum, acontece, e, faço o discurso: em medicina, nem nunca, nem sempre.

                Somos humanos medrosos, descuidados de si e dos outros e somos falhos. De hábito discursamos verdades, mas muitas vezes, sem nos dar conta de sua relatividade a consideramos verdade completa.  

                Neste ano no dia da mulher conversamos. E, a organização foi da Biblioteca Municipal me disse: Não trouxemos apenas uma opinião, trouxemos livros lidos. Aproveitei para compartilhar em leitura uma página.

                A caminhada é longa. Aprende-se a misturar e reconhecer letras. Aprende-se a fazer escolhas, aprende-se a sair do morno útero e fazer um caminho responsável e adulto.

                E, aprende-se que há o outro, mas não antes de reconhecer que tive que aprender a caminhar, ler, escrever, sair do conforto, trabalhar e respeitar. 

                O parto dói para a mãe, mas também para o filho, nós filhos que teremos que experimentar os opostos: Facilidades e dificuldades da vida.  A  Natureza nos mostra sabiamente quando a mãe águia a lança seu filho pássaro a voar, ou a gatinha tira seus pequenos levando-as a crescer.   
                Cabem discursos. Cabem indignações, cabem reflexões. Cabe atenção, muita atenção e cuidado consigo e com o outro, em respeito.
Há verde e amarelo e que este sol seja nascente...
 
 
 
 
 

               

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