Paginas


Objetiva o autoconhecimento como forma de lidar de modo criativo com nossos problemas.

São eventos capazes de ajudar-nos a encontrar caminhos para nossas vidas.

Médica em Carazinho- RS desde 1984, hoje exerce ginecologia e psicoterapia junguiana.


quarta-feira, 13 de julho de 2011

O som do silêncio

O som do silêncio... Sounds of silence!

Coloco este título, pois a música sempre me fascinou, assim como o duo de Simon e Garfunkel, fizeram dela uma magia.

Como podemos experimentar paz em meio a tanta balburdia? Como ouvir a própria voz interior? Os sons da natureza se imersos em tanto barulho?
Diz-se muito deste século, uma característica digna de observação é o ruído. A música está ruidosa, melodias diminuem e aumentam-se o volume. Tudo é muito alto quase pedindo que se reaja. Sons nos invadem a ponto de se perceber sua vibração em nosso corpo.
Como posso me perceber saudável se em meio a tantos ruídos exteriores não consigo nem ouvir as queixas de meus próprios órgãos? É no silencio dos órgãos que nos percebemos sadios, quando o corpo não reclama está saudável. Apenas precisamos ouvi-lo.
Que tal ir ao parque, ao campo? Caminhar num domingo pela manhã. Ouvir sons da natureza? Capazes de serenar? Curar? Tem um pássaro cantando? Está ao alcance de meu ouvido? São dois? Estão se relacionando? Dá para sentar perto de um rio, cascata, mar? O que eles me dizem?
E o vento? O que ele fala? Se não palavras, que sons me tocam? Uma orquestra capaz de mostrar o caminho do equilíbrio, da serenidade. O som da natureza um presente capaz de harmonizar, acalmar, consolar, silenciar e chegamos ao som do silêncio.
Acostumados a nos esconder de nós mesmos no barulho do dia a dia, afazeres e ruídos, nem nos percebemos vivendo.
Mas também existem vozes no silêncio.
Vozes que se apresentam, ora abençoando nosso sono, ora nos importunando a paz. A benção que nos oportuniza a mudança.
Ouvir a voz do silêncio. Ouvir a voz do coração.
Ouvir a si mesmo. Trazer a consciência vozes que apontam para, trazem respostas esperadas e ainda não ouvidas.

*****
A tradução da música de Simon e Garfunkel está aqui, mas a melodia e a vibração de cada coração... cabe a cada um. Sinta...
O Som do Silêncio


Olá escuridão, minha velha amiga.
Eu vim para conversar contigo novamente.
Por causa de uma visão que se aproxima suavemente.
Deixou suas sementes enquanto eu estava dormindo.
E a visão que foi plantada em meu cérebro.
Ainda permanece.
Entre o som do silêncio

Em sonhos agitados eu caminho só.
Em ruas estreitas de paralelepípedos.
Sob a auréola de uma lamparina de rua.
Virei meu colarinho para proteger do frio e umidade.
Quando meus olhos foram apunhalados pelo lampejo de uma luz de néon.
Que rachou a noite.
E tocou o som do silêncio.

E na luz nua eu vi.

Dez mil pessoas talvez mais.
Pessoas conversando sem falar.
Pessoas ouvindo sem escutar.
Pessoas escrevendo canções que vozes jamais compartilharam.
Ninguém ousou.
Perturbar o som do silêncio.
"Tolos," eu disse, "vocês não sabem".
O silêncio como um câncer que cresce.
Ouçam minhas palavras que eu posso lhes ensinar.
Tomem meus braços que eu posso lhes estender".
Mas minhas palavras.
Como silenciosas gotas de chuva caíram.
E ecoaram no poço do silêncio.
E as pessoas curvaram-se e rezaram.
Ao Deus de néon que elas criaram.
E um sinal faiscou o seu aviso.
Nas palavras que estavam se formando.
E o sinal disse,
 "As palavras dos profetas estão escritas nas paredes do metrô
E corredores de habitações".
E sussurraram no som do silêncio.





Nenhum comentário: