James Hillman morreu em 27 de abril deste ano. Muitos que conheço tiveram a felicidade de conhecer e conviver com ele, a mim ficou a oportunidade de ler alguns de seus mais de 20 livros.
Hillman foi um analista Junguiano e criador da psicologia arquetípica.
Já no primeiro livro dele que li, O código do Ser, fiquei fascinada. Todos têm um Daimon, usei este em palestra para debutantes. Hillman relembrou que todos têm uma missão, viemos ao mundo atendendo a um chamado. E que reconhecê-lo é primordial para se alcançar a realização.
Gustavo Barcellos escreveu no livro de Hillman O pensamento do coração e a alma do mundo diz: Este livro é uma pequena jóia. Durante a leitura, sentimos o impacto total do pensamento profundamente intuitivo de James Hillman...
Um pouco desta Joia:
Não precisamos estabelecer o princípio primário: que o pensamento do coração é o pensamento das imagens, que o coração é a sede da imaginação, que a imaginação é a voz autêntica do coração, de forma que, se falamos do coração, devemos falar imaginativamente.
Quando nos apaixonamos, começamos a imaginar; e quando começamos a imaginar nos apaixonamos.
Se à beleza não for dado um lugar de destaque em nosso trabalho com a psique, então a realização essencial da alma não poderá ocorrer.
Além disso, se quisermos recuperar a alma perdida, que é afinal o principal objetivo de todas as psicologias profundas, devemos recuperar nossas reações estéticas perdidas, no sentido de beleza.
Envelhecer não é um acidente, é algo necessário à condição humana e pretendido pela alma.
Envelhecer: uma forma de arte?
Nem nosso corpo nem nossa mente permanecem os mesmos; eles não conseguem evitar a mudança. O que parece verdadeiro durante todo o tempo e até o fim é um duradouro componente psicológico que marca cada pessoa diferente de todas as outras: o seu caráter individual. Aquele você que é sempre o mesmo.
Existe uma sabedoria em ação.
A benção é o presente que queremos dos idosos, e o grande presente que só eles podem dar. Qualquer pessoa pode aplaudir uma conquista que exceda o normal, e premiar os que se destacam.
Os idosos, no entanto, são capazes de reconhecer a beleza que está escondida na visão comum, não porque tenham visto tanta coisa ao longo dos anos, mas porque os anos os forçaram a ver tão estranhamente.
Posso abençoar minhas próprias virtudes, mas preciso de um olho bem treinado e experiente para abençoar as virtudes escondidas nos meus vícios.
A ideia de integridade pede apenas que a pessoa seja o que a pessoa é, e nada além ou diferente.
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