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Objetiva o autoconhecimento como forma de lidar de modo criativo com nossos problemas.

São eventos capazes de ajudar-nos a encontrar caminhos para nossas vidas.

Médica em Carazinho- RS desde 1984, hoje exerce ginecologia e psicoterapia junguiana.


segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

A tragédia de Santa Maria

A palavra é consternado: a reação é o silêncio.
Sou santamariense, não nasci lá, mas fiz a faculdade lá. Frequentei a boite do DCE e poucas vezes uma outra. Não tínhamos dinheiro para ir mais.
Fui jovem lá, tímida e insegura. Formei-me lá.
Saber, ver, ouvir e ler sobre esta tragédia, dá vontade de estar lá abraçando cada mãe, pai, amigo.
A morte antes, antes de se formar, antes de mesmo de perder o hábito das noites de boite.
Por que? Para que?
Lendo artigos de hoje, gostaria de pincelar de Juremir Machado: Jovens não deveriam morrer.  ... alterando uma espécie de ciclo natural.  Não teremos respostas e talvez nem fosse hora de falar... Mas  não dá para sermos mais éticos, humanos, conscientes das consequências de nossos equívocos. 
O Brasil não pode previnir o previnível. O brasileiro não pode deixar de ser tão Zé Carioca e um pouco mais inteiro?
Não precisamos a seriedade rígida,  mas daí ao descuido de se ter uma boite com  uma porta só? Sem saidas de emergência? Que não apenas aviões, até onibus têm.
Tinha Alvará? Pago e assinado? Licensa sanitária?
Cabe a mim e a cada um de nós olhar além de si mesmo em todos os seus atos e possíveis  consequências.
A caricatura de TACHO, no Correio do Povo, traz uma Bandeira do Rio Grande que chora... Chora por vidas, por pais, por insegurança, por inconsciência, por um Brasil que merece mais cuidado.
Estamos em nossa Pátria mãe... Mãe: Cuida de teus filhos.

Aos corações que sofrem... um bálsamo em seus peitos. Um carinho em seu rosto.
 

2 comentários:

Andrea disse...

Oi, Denise! No meio de tanta dor e comoção, é bom encontrar alguém que pode entender a nossa dor. Eu sou natural de Carazinho, mas minha conexão com SM é muito mais forte. A cidade que chamei de lar, "meu" lar chora... e eu também... pelos jovens que partiram, pelos que ficaram, pelas famílias e, em especial, pelo neto de uma vizinha do tempo em que morei lá que segue internado no HUSM. É tão triste que não tenho palavras, só restam as lágrimas e as orações.

M. Denise Vargas disse...

Querida Andrea!
Não existem palavras para este momento, o que existe é um pesar, um parar, sentir vontade de tocar em silêncio e acalentar cada pai que chora. Entender pode parecer possível, mas não é. O que está acontecendo aí em Santa Maria está além. Como disseste lágrimas e orações.
Vou te transcrever um e-mail que recebemos da AJB ( Associação Junguiana Brasileira) provindo da sociedade Junguiana Internacional:

Segue mensagem recebida do Prof. Andrew Samuels, dirigida aos amigos brasileiros, lamentando profundamente as perdas dos jovens em Santa Maria, RS.
Estamos todos muito tristes com o ocorrido, e nos comove receber as mensagens dos amigos da IAAP.
Abraços a todos e muita paz,
Paula Boechat.
Mensagem:
The images of the tragic fire in Santa Maria are heart-rending. It’s worse because the dead are all so young. I just wanted to send an empathic message to our friends and colleagues in Brasil to say that we are thinking of you and of the families of the dead young people. Andrew