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Objetiva o autoconhecimento como forma de lidar de modo criativo com nossos problemas.

São eventos capazes de ajudar-nos a encontrar caminhos para nossas vidas.

Médica em Carazinho- RS desde 1984, hoje exerce ginecologia e psicoterapia junguiana.


segunda-feira, 11 de agosto de 2014

A Graça do Purgatório: Quando a operação alquímica - O calcinatio – cria sentido.



Compartilho a parte teórica do Position Paper apresentado neste 7º semestre da Formação pelo IJRS.

 
RESUMO

 

A partir da impressão de estar vivendo um Purgatório pessoal aludiu-se à operação alquímica de calcinatio. Sincronicamente ao próprio processo e momento da vida chegaram aos olhos “as tábuas” da alquimia sendo apresentadas de modo a significar a operação de queima e a possibilidade à purificação da alma.

 
I Introdução
 

                Em passeio sobre os artigos anteriores feitos para esta formação percebe-se que nos quatro primeiros aconteceu uma tentativa em trazer luz à relação profissional da médica com a psicologia Junguiana. O foco esteve a iluminar a saúde, doença e sintomas femininos.  Já num quinto artigo as cores começaram a ser pintadas. Mãe e filha em espaço criativo começam a se relacionar em maior profundidade. Um rapto do eu atribuído a Hermes, clamou por ser colocado no papel gerando o artigo que precedeu.

            Neste momento, aberta a receber e transcrever a partir do sentir cria-se a questão: Como se está? O que se apresenta no momento?  O que está sentindo? Que imagem rodea?

            O processo psíquico e o da escrita estiveram acompanhados por sonhos. Estiveram presentes ora dando pitadas, sensações, título ou frases prontas para todos os artigos. Sonhou-se muito. O inconsciente esteve guiando a noite mostrando caminhos.  Estes pediram para que se tocasse em dejetos e também apontaram a necessidade em colocar a mão nas entranhas de um peixe. Seria uma chave? 

            As sensações pessoais também foram se apresentando. Em um momento descrevia como se estivesse a caminhar em tábuas soltas sobre a água, seguido pela sensação em ser raptada do mundo e da segurança do ego.

            Eis que uma nova sensação se apresenta: Sinto-me suspensa e a queimar.

            Esta sensação suspensa e a queimar conduzirá este trabalho.

            Ampliando a sensação de estar suspensa, traz-se a imagem de presa, detida e o sinal que levava a descrição deste estado foi o da cruz. Nasce inicialmente a imagem de castigo.

            Batizada e orientada pelos princípios da religião católica desde a mais tenra idade havia a certeza do acolhimento e proteção por um anjo. Haviam modelos a serem seguidos. Havia punições aos pecadores. Inocentemente escolhiam-se na lista de pecados alguns para confessar ao confessor. O caminho era seguir o bem. Viver, cantar, passear e trabalhar olhando para os azuis, cor de rosa, gentis e ingênuos da vida. Uma postura atenta a evitar as punições, nominadas por ir ao purgatório ou até mesmo ao inferno.

            Mas, eis que a sensação que se apresentava agora era a de suspensa, detida, em castigo a queimar. Wilhelm (1997 p.42) diz: “O castigo nunca é um fim em si mesmo. Deve servir apenas ao restabelecimento da ordem”.

            O queimar leva ao fogo. O fogo remetia ao medo e também fascínio. Havia fogão a lenha, havia a lareira, havia o estalar da brasa, o iluminar da vela, a casa queimada, os incêndios da infância. Aprendeu-se a fazer fogueiras de São João.  Participou-se do cerimonial aos deuses que de forma lúdica era festejado com bombinhas, pipoca, pinhão, amigos e irmãos.

            O fogo esteve presente sempre pedindo respeito e reverência.

            O que indicava poder colocar a mão no fogo por alguém? Uma confiança absoluta? Ou será que existem fogos que não queimam? Queimaduras indolores? Existe um sentido? Significado?

            O momento é de suspenção. É de chamas.

 

 

II Desenvolvimento

           

                À medida que esta sensação, de suspensão e chamas circundava, o pensamento racional questionava: Onde está este fogo? Não há chamas. Não havia fogo visível, nem rubor, nem mesmo uma inflamação. 

            Mas algo purgava. Algo queimava. Sentia-se em um purgatório. A conotação ia além dos ensinamentos religiosos, percebia-se em processo, um processo imposto para a transformação.

            Há que se deixar queimar. Entregar-se ao processo, render-se ao “purgar”.

            Purgar? Limpar? Purificar? Ou ainda expiar? 

            Passeando pela etimologia da palavra pode-se olhar desde a um tubo intestinal que pede por um purgante até a um abscesso inflamado. Um ouvido que queima e arde como fogo e que também necessita da drenagem pelas lavas quentes que levam a matéria estranha para fora. Um fogo que purifica.

            Expelem-se também humores.

            Que são humores?

                Humores significando líquidos contidos em corpos organizados. Existem humores viciados. São umidades. São ânimos, disposições de ânimos, temperamentos. O corpo humano possui quatros humores que necessitam estar em equilíbrio: o sangue, fleuma, bile amarela e negra, humores estes que procedem do coração, sistema respiratório, fígado e baço, correspondendo ainda aos elementos ar, agua, fogo e terra.

            Quais os possíveis humores a serem purificados? Ou equilibrados?

            Há humor negro? Humor choroso? Humor ingênuo? Bom humor. De bem com a vida? Otimismo em excesso? Pessimismo demais?

            Acercam-se polaridades e muitas provindas de modelos religiosos da autora.  Há que se suprimirem os “maus humores”. Aconselhada a colocar “uma pedra de açúcar na boca” sempre que uma manifestação rude se apresentava. Há que se ter “fala doce”.

            Ou? Queimar? Purgar? Purificar? Calcinar?

            Houve vaso, houve paciência a espera da água. As águas, as emoções verteram com apertos no peito, muita dor e tristeza. As emoções evitadas - raiva e indignação – também vieram sem serem convidadas. Em um vaso paradisíaco, em meio a tanta água a nova operação se apresenta.

            Sincronicamente o estado de alma e o cronograma da formação se encontram. Inicia-se o estudo de Alquimia e na procura da literatura indicada, chega às mãos o livro Anatomia da Psique de Edinger.

            A iniciação a esta nova anatomia, anatomia alquímica, anatomia da Psique envolveu a alma que queimava e trouxe a um novo entendimento. Percebeu-se envolvida pelo fogo de um complexo. Um complexo a secar. Reconhece-se como em um purgatório, e em encontro com a operação alquímica do calcinatio.

            O autor, Edinger descreve o calcinatio como um processo de secagem:

Um importante componente da psicoterapia envolve a secagem dos complexos inconscientes que vivem na água. O fogo ou intensidade emocional necessária para esta operação parece residir no próprio complexo, tornando-se atuante tão logo o paciente tenta tornar o complexo consciente, mediante o compartilhamento com outra pessoa. Todos os pensamentos, ações e lembranças que trazem vergonha, culpa, ansiedade precisam ter plena expressão. O afeto liberado torna-se fogo capaz de secar o complexo e purifica-lo de sua contaminação inconsciente. (EDINGER, 2013, p, 61)

                O vaso analítico esteve a tocar por múltiplos ângulos e imagens complexos que se esquivavam da secagem. Mas eis que é chegado o fogo.         

            Haviam muitas emoções afloradas que pediam pela secagem.

                Edinger (2013, p.61) refere que o ego tem a ideia de que seu “querer” e “fazer jus” devam ser satisfeitos, mas: “A necessária frustração do desejo luxurioso ou concupiscência é a principal característica do estágio da calcinatio”.

            Rever a definição de “concupiscência” retoma ao acreditar que se faça jus ao gozo dos bens terrestres, prazeres sensuais e a ganância, valores que nos tentam diariamente muitas vezes em detrimento ao nosso valor de alma.

            A queima? A queima é das ilusões materiais.

            A calcinatio é a operação da remoção das águas. O calor que transforma o negro em branco, o nigredo em albedo. Nasce um maior entendimento. O encontro com o albedo, um nascer do sol, uma aurora.

            Em processo de análise quando este fogo é evocado tende a gerar reações e frustrações ao paciente. Trata-se de um procedimento arriscado. “Deve haver um fundamento psíquico de solidez suficiente para suportar a calcinatio, bem como uma relação adequada entre o paciente e o terapeuta, para que se possa produzir frustração sem gerar uma negatividade destrutiva.” (EDINGER, 2013, p. 62).

            O aquecimento deve vir do interior do corpo, do próprio calor, de sua própria tendência de auto-calcinatio. O analista trabalhando com o material do próprio paciente e promovendo a frustração de um dado desejo. Frustração esta que só deverá ser feita a partir do momento em que existir nele a tendência interior de desenvolvimento e já contenha a negação desse desejo. Conforme Edinger (2013, p.62) ao analista cabe apenas fornecer um “amigável calor exterior”.

            A alquimia é a arte do fogo. Há que se entender de fogo. A análise cria calor. Hillman (2011, p.191) refere que existe uma resistência às mudanças nas sementes da própria natureza, e que é necessário um calor intenso de forma a retirar o ser da inércia inata. 

            Todo o trabalho com a psique gera movimento, assim também o trabalho da escrita. No princípio há o caldeirão. Entra-se em imersão.  Entre livros, pensares, sonhos, ideias e imagens, ora-se e se reverencia pelos conteúdos que se encontram no vaso. Ingredientes que se misturam. Um ato criativo.

            Cria-se então o labor e também o oratorioum. O trabalho em oração. Apresentam-se e relacionam-se o adepto e soror: Analista, analisando. A relação do visível com o invisível. A prima matéria em caminhada ao segundo branco. Do branco ingênuo ao branco trabalhado. Está acontecendo o trabalho contra naturam, um trabalho que agora é da alma.

            Apresentam-se vozes: A alquimia não é fácil! Solve e Coagula! O obscuro pelo mais escuro! O branco puro e o branco da albedo. O analista como catalizador!

            A fala da alma? A linguagem das crianças! Dos loucos, primitivos e poetas!

                Recebe-se o convite à alquimia.

            O convite à poesia.

            O convite à musicalidade.

            O convite à imagem, a linguagem metafórica.

            A uma vida animada.

            Roga-se por uma atitude cuidadosa, aquela em que se está com um pé no concreto e o outro no abstrato. Conforme Schopenhauer (apud EDINGER, 2013, p.143) tem-se duas vidas: Se em uma vida se está abandonado às agruras da realidade em outra pode haver uma calma deliberação. Ora atuando no palco, ora observador, espectador. “Na plateia, observa calmamente tudo o que acontece, mesmo que seja a preparação de sua própria morte [na peça]; mas, em seguida, vai para o palco, e age e sofre como deve”.

            Um foco aos amargos e sabores da vida e o outro na imagem que concomitantemente se forma. Ver o fogo e a fumaça real, mas também contatar com a fumaça psíquica, uma fumaça sutil. Ver com a retina, mas também olhar com a lente do imaginal. 

            Hillman (2010, p.32) traz que Jung ocupou-se em tentar unificar matéria e alma quando se referia a psicóide, sincronicidade e unus mundus, ele adverte de que há se criar cuidado com a linguagem conceitual e aprender a ampliá-la.  Para ele o efeito terapêutico da alquimia é que ela força a metáfora sobre nós, a alquimia reforça a retificação da linguagem – aquela unilateral.

Em especial, nossa linguagem conceitual separa psique imaterial de matéria sem alma. Nossos conceitos definiram de tal maneira essas palavras que esquecemos que matéria é um conceito “na mente”, uma fantasia psíquica, e que a alma é nossa experiência de vida entre coisas e corpos “dentro do mundo”.  (HILLMAN, 2011, p.32)

                Já com este artigo em andamento recorda-se aos colegas de formação um evento: Caros colegas, eu trago a memória nossa aula de junho em que conversamos sobre sal, prata e pedra frente à fumaça de uma lareira! Ao reabrir o livro, para seguir este artigo, a fumaça estava ali.

            O livro retornou defumado. Ocorreu alquimia? Em que dimensão? Ampliação, transformação? Trata-se apenas de um efeito físico? Ou houve sincronicidade?

            As lágrimas derramadas nos olhos que ardiam. Havia ali algo a mais para queimar além da lenha e nó de pinho?  Havia a presença do sagrado? O livro foi abençoado pela fumaça?

            Imersa neste caldeirão que escreve vem à imagem de Pentecostes em que línguas de fogo pousam sobre a cabeça dos discípulos do mestre, trazendo a luz e os dons do Espírito Santo: Sabedoria, entendimento, ciência, conselho, fortaleza, piedade, e temor de Deus.

            Cabe aludir. Cabe temer. Cabe honrar. Cabe imaginar. Cabe sacralizar o momento. Ver o abstrato neste concreto.

            Retomando a calcinatio: A vida brinda o homem com frustrações e desejos que deverão ser queimados. Há que se retirar a umidade, há uma condição eterna a ser restaurada:

O fogo da calcinatio purga essas identificações e impulsos da raiz ou umidade primordial, deixando o conteúdo em sua condição eterna ou transpessoal, tendo restaurado seu aquecimento natural – isto é, sua energia e seu funcionamento próprios. (EDINGER, 2013, p.63)

                Há uma alma a ser servida, verdade Junguiana brilhantemente explanada pelo analista Gustavo Barcellos quando traz a questão: A quem se serve em uma sessão analítica? Apreende-se: A psicologia Junguiana não serve ao ego ela serve a alma.

            A psicologia profunda aprofunda.

            Frente à advertência com respeito a cuidar-se e priorizar-se a fala não é dirigida a um ego que deseja e sim a uma alma que clama. Acontece a opus contra naturam, onde analista e analisando se unem numa relação sagrada em direção ao coniunctio.

            Coniunctio enquanto união que acontece em dois níveis num inferior em que se pretende a fusão de substâncias que ainda não se encontram completamente separadas ou discriminadas. Esta é sempre seguida pela morte ou mortificatio. A coniunctio superior, por outro lado, é o alvo da opus, a suprema realização. (EDINGER, 2013, p.227)

            Edinger, (2013, p.244) adverte: “Na psicoterapia, requer-se abertura (à psique objetiva) tanto do paciente como do terapeuta”.

            Alquimia?  Conforme Jung (1971, §1704) “O opus alquímico descreve o processo de individuação, mas de forma projetada porque é inconsciente”.

            Tudo começa a partir de um caos, nigredo e escuridão – um estado inconsciente de um conteúdo psíquico. A próxima fase visa à iluminação da escuridão por meio da união dos elementos. Disso surge o albedo, a brancura, a aurora ou à lua cheia. Um corpo puro, purificado pelo fogo, mas que ainda não tem alma. (JUNG, 1971, §1701)

            É a prata, a imagem e a reflexão.

A prata através da qual ouvimos a sonoridade nas palavras implica que elas são universos em si mesmas e não necessitam de referências para serem autenticadas. As palavras ressoam suas próprias profundidades de reflexão – alusões, aliterações, etimologias, trocadilhos, os disfarces da retórica. Essas ressonâncias nas palavras são cantares dos anjos até então sufocados pelas regras de ouro da lógica, das referências objetivas e definições. (HILLMAN, 2011, p.226)

            Alude-se, ouve-se cantares dos anjos, brinca-se com as palavras, retira-se do literal e seguindo o conselho de Hillman (2011, p.228): “Para remodelarmos com graça nossa linguagem psicológica, nossos livros, palestras e horas de análise teríamos que calcinar e lustrar nossos ouvidos”.

 

 

 

II Conclusão

 

                Não havia fogo, havia a impressão, alusão, imagem de fogo e castigo levando ao encontro com purgatório e calcinatio. A luz deste fogo clareou o necessário para que se faça consciência de que o havia um descuido ou um pouco cuidado a si e ao outro.

            Ao deixar-se queimar e enrubescer sabia-se que o momento pedia por uma mudança na atitude. Havia que criar uma nova relação consigo mesmo, agora não mais colorida apenas pelo branco da ingenuidade e encharcada pelas águas da infância. Este momento pediu por uma relação mais íntima e interna consigo mesma capaz de se priorizar. Um movimento em que com coragem se andasse de mãos dadas com os próprios medos deixando queimar antigas águas em busca da prata.

            O fogo queimou, ardeu, mas também iluminou. Trouxe visibilidade ao próprio processo.

            O momento é novo. Uma reverência e gratidão ao trabalho amoroso que se recebeu desde a fecundação até além da meia idade. A mulher esteve em processo, a cada noite e dia novas consciências. A chegada da queima mostrou-se necessário para que o caminho prosseguisse.

            Questionou-se: Como tratar com dignidade esta mulher ainda insipiente? Consumou-se um voto sacramentado. Uma lágrima de compromisso, uma gota que testemunhou um sim ao próprio valor. Um valor adulto, cuidadoso e de autorrespeito.

            Não se esteve sozinha.

            Havia também uma janela, porém ela esteve fechada.

            E a chave? Descuidadamente esteve guardada ou em aguardo.

            Veio o fogo, a queima de desejos pueris e regressivos que embora maximizados pelo aplauso do coletivo cedam em prol do aprofundamento e caminho de alma.

            O mimo de ir a um local paradisíaco, em que se assistiu uma inundação com chuvas seguida por cinzas nos céus, levou a imagem de águas, a queima, ao fogo que seca.

            A dor gerou a entrega, a rendição.

            O processo é circular e continua. Há um novo compromisso. Um pacto que pede por muita atenção.

            Ou mesmo um farol?

            Um farol capaz de dar a luz, iluminar. Este farol esteve metaforicamente se mostrando na leitura da alquimia. Esteve aceso na lembrança e atenção aos sonhos.

             O farol como zelo:

                Que traz à consciência que a negrura é o começo da brancura e que a mortificatio é libertadora: “Explosões de afeto, ressentimento, prazer e exigências de poder podem submeter-se à mortificatio para que a libido emaranhada em formas infantis e primitivas se transforme” (EDINGER, 2013, p.169).

            Que o medo é um instrutor. O Temor ao Senhor é o começo da sabedoria.

            Que a partir da experiência da treva e do vazio, pode acontecer o encontro com o companheiro interior (EDINGER, 2013, p.192).

            Que na medida em que se abraça continuamente a morte, o ego constela a vida em profundidade.

            Que enquanto os opostos estiverem inconscientes, se identifica com um e se projeta o outro e “O espaço para a existência da consciência surge entre os opostos, o que significa que nos tornamos conscientes de ser capazes de conter e de suportar opostos em nosso interior.” (EDINGER, 2013, p.203).

            Um farol que:

            Aponta para a gratidão à existência dos vasos. Dos vasos externos e também dos internos.

            Que há separatio: A separação entre sujeito e objeto. Existem significados concretos e simbólicos. Há que se ter paciência. “Cada área recém-encontrada do inconsciente requer um ato cosmogônico de separatio” (EDINGER, 2013, p.205).

            Que o princípio feminino é o da relação e que o relacionamento coagula. O relacionamento no vaso uterino, infantil, contextual de vida e também analítico. Que coagular é quando o ego assimila.

            Que cabe ao indivíduo a tarefa de criar consciência.

            Que zele dando luz para ver que “o alvo é fazer o indivíduo”. (EDINGER, 2013, p.207).

            Que a cuidadosa atenção ao inconsciente traz um inconsciente amistoso e útil ao ego.

            E que ambos, ego e inconsciente: “Juntos, trabalham no Grande Magistério a fim de criarem mais e mais consciência no universo.” (EDINGER, 2013, p.246).

 

           

 

 

 

 

 

 

 

 

BIBLIOGRAFIA:

 

EDINGER, E.F. Anatomia da Psique. São Paulo: Editora Cultrix, 2013.

HILLMAN, J. Psicologia Alquímica. Petrópolis: Editora Vozes, 2011.

JUNG, C. G. A Vida Simbólica. Petrópolis: Editora Vozes, 1971.

_________ Mysterium Coniunctionis. - Vol. XIV/1  Petrópolis: Vozes, 1997.

WILHELM, R. I Ching O Livro das Mutações. São Paulo: Pensamento, 1997.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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