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Objetiva o autoconhecimento como forma de lidar de modo criativo com nossos problemas.

São eventos capazes de ajudar-nos a encontrar caminhos para nossas vidas.

Médica em Carazinho- RS desde 1984, hoje exerce ginecologia e psicoterapia junguiana.


terça-feira, 10 de novembro de 2015

Tarefas de Psiquê: Um pequeno frasco de ódio!


Sempre que vencemos alguma tarefa um libido (energia) se liberta para outros movimentos.

Estive com Rafael, López- Pedraza, em literatura, e, ele me contou novamente o mito de Eros e Psiquê, um trabalho bem mais profundo do que até então eu havia apreendido.

Vou pinçar apenas o ódio, uma pitada de ódio, um frasco de ódio:

A terceira tarefa imposta a Psiquê é consciência do ódio. “Mas a prova do ódio se mostra impraticável e nela Psiquê vê uma dificuldade mortal.”

Diz ele, que em psicoterapia a visita do ódio a níveis muito inconscientes como o familiar, por exemplo, passa a ideia de grande risco, também ao terapeuta. Como se algo dissesse: cuidado, há perigo. “O ódio petrifica qualquer um.”

Não foram poucas as vezes que se esteve frente a uma pessoa em que os olhos pareciam de dragões e que suas bocas expeliam fogo. Ai que medo! Mas, também há risco em suprimi-lo ou projetá-lo. “Se somos apenas bons, o ódio se torna cada vez mais inconsciente e destrutivo. [] O ódio era sagrado.”
Precisamos da intervenção divina de modo a recolher a porção exata de consciência do ódio que necessitamos.

“O ódio é um ingrediente essencial da civilização. Um dos movimentos pelos quais se faz a história de uma civilização ou, agregaria, uma vida produtiva ou uma personalidade, é o desafio.”

Cabe acolher e recolher na medida, com respeito a Zeus. Não é fácil aceitar e confessar o ódio, parece mais fácil mentirmos para nós mesmos e, não reconhecê-lo.

Um pouquinho de ódio na pequena vasilha, mais ou menos consciente é energia fundamental que pode nos mover a competir criativamente. “Essa consciência que aceita o ódio ao amigo de que mais gostamos ou a mulher que mais amamos é um impulso para nossa criatividade e nosso amor.”

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