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Objetiva o autoconhecimento como forma de lidar de modo criativo com nossos problemas.

São eventos capazes de ajudar-nos a encontrar caminhos para nossas vidas.

Médica em Carazinho- RS desde 1984, hoje exerce ginecologia e psicoterapia junguiana.


sábado, 13 de maio de 2017

Essências Grifadas - Quando experiências materiais nos tocam


           Há alguns anos quando comecei a timidamente brincar de blog, e, diga-se de passagem, continua um movimento escasso, tinha nominado este espaço de “Essências Grifadas”.

            O passeio pelos terrenos da vida mudou também o formato do blog. Mas, em essência o que me levava a escrever, era seguir o meu hábito de grifar, minhas leituras desde minha juventude que já se foi, a lápis, como forma de não rasurar o livro. O lápis se tornou 6B, e as páginas dos livros amarelaram, mas deixam um sinal, livro pouco rabiscado e sem conversas internas, ainda não foi bem abraçado.

            Bem, estou em Cartas de Jung e encontrei uma riscaria, ou seja, há que rever, dar uma nova forma para mim e talvez para você.

            Trata-se de uma carta escrita em 10/01 de 1939 a Fritz PFäfflin:   Jung respondia com respeito a uma experiência deste com um irmão que havia morrido na qual houve uma conexão direta entre o acontecimento na África e a consciência do remetente.

            Diz Jung,

                   “Na minha opinião só existe uma explicação para isso, isto é, que a distância espacial é relativa no sentido psíquico. [ ] De alguma forma, nossa psique deve ter a capacidade de anular o espaço e o tempo, ou em outras palavras, a psique não está completamente dentro do espaço e o tempo. É bem provável que só esteja encerrado no tempo e no espaço o que chamamos de consciência, e que a outra parte da psique, isto é, o inconsciente, esteja num estado de relativa inespacialidade e  e intemporalidade. Isso significa para a psique uma relativa eternidade e uma relativa inseparalidade em relação às outras psiques, ou seja, uma comunhão com elas.” (Cartas volume I - Grifos meus).
 
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                               Tratou-se de uma conversa póst-mortem. Espontânea a não sem riscos. “Tudo indica que sua conversa com seu irmão foi uma vivência genuína que não pode ser ‘psicologizada’.

                               Mas o que me levou a postar este trecho foram suas palavras no que se refere a eternidade e comunhão entre as pessoas quando olhamos para a psique inconsciente.  
                        Se, para alguns, isto soa óbvio, para outros, este inconsciente sem tempo, nem espaço, eterno e em comunhão com todas as psiques ainda não apareceu no horizonte para tornar-se visível

Um comentário:

Unknown disse...

Deni querida!!!
Estou passeando pelo teu blog e me encantando!
Vou voltar outras vezes mais, há conteúdo demais para ser absorvido numa só visita.
Amei esta frase: "livro pouco rabiscado e sem conversas internas, ainda não foi bem abraçado." Copiei no meu caderno de citações. Muito obrigada por sempre, sempre, acrescentar algo novo ao meu ser!
Beijão